seven

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S/N POV

— Pra onde estamos indo exatamente? – Pergunto ao Boris. Estamos andando tem uns 15 minutos e tô num bairro que não conheço.

— Tô te levando pra minha casa, não queria maconha?

Dou de ombros.

Nós chegamos numa pequena casa, meio acabada e distante das outras.

— Mora aqui? – Pergunto.

— Sim. Bom, não é o tipo de lugar que você tá acostumada a ir mas...

— É legal. – Sorrio entrando.

Boris pega em minha mão e me guia até uma porta, que imagino que seja seu quarto. Quando ele abre a porta e entramos dou de cara com vários posters de bandas antigas e indie na parede. Alguns discos de vinil decoram o lugar, em cima de uma cômoda tem revista de quadrinhos, poucos livros, perfume... Sua cama é pequena mas parece aconchegante. O quarto tem um cheiro amadeirado, o cheiro dele.

Me dou a liberdade de me sentar na cama sem ser sugerida.

— E aí. Vai pegar o baseado ou não? – Pergunto.

Boris ri e cruza os braços se apoiando na parede.

— Eu gosto desse seu lado, é sexy.

Sorrio com vergonha e desvio o olhar. Logo me viro de volta e o vejo abrir uma gaveta de um criado mudo, e tirar de lá dois beques. Ele entrega o meu e põe o dele na boca ascendendo com o esqueiro, logo o jogando pra mim. Nós tragamos o conteúdo e soltamos a fumaça. Respiro calmamente logo me sentindo mais tranquila e me jogo na cama, ficando deitada de barriga pra cima.

Boris faz o mesmo se deitando ao meu lado.

— É estranho sabia? – Ele diz.

— O que é estranho? – Me viro para olha - lo.

— Nós dois. Nossos mundos são muito diferentes e mesmo assim nos damos bem. Eu não costumo ter amigos, ainda mais tão diferentes de mim mas com você é diferente. – Ao terminar de falar ele fuma mais um pouco e solta a fumaça, seus lábios são tão atraentes... Parecem me chamar, me segurar pra não ataca - los tá ficando difícil.

— É estranho, realmente. Mas é bom, com você eu consigo ficar mais de boa. Sinto que quando tô com você não tenho que me preocupar com nada. – Falo.

Ainda deitados sinto a mão do garoto se aproximar devagar da minha e entrelaçar, aperto a mão dele e fecho os olhos fumando mais um pouco e me deixando levar pela brisa.

— Por que não faz seu trabalho? Eu te ajudo. – Diz Pavlikovsky.

— Hm... Não sei.

— O problema é que você não trouxe suas coisas.

— Na verdade eu só preciso de tinta.

***

Eu e Boris estávamos voltando do mercado, a gente tinha passado numa papelaria pra comprar tinta e depois fomos no supermercado comprar besteira pra comer. Eu ria alto das besteiras que ele falava e então chegamos.

𝘥𝘰 𝘪 𝘸𝘢𝘯𝘯𝘢 𝘬𝘯𝘰𝘸? - 𝘣𝘰𝘳𝘪𝘴 𝘱𝘢𝘷𝘭𝘪𝘬𝘰𝘷𝘴𝘬𝘺 + 𝘺𝘰𝘶.Onde histórias criam vida. Descubra agora