twenty four

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S/N POV

Assim que o dia amanheceu tive que voltar pra casa imediatamente, apenas tomei café no Boris e dei um jeito de vir embora. Obviamente não porque eu queria, afinal, se dependesse de mim, eu não pisaria nessa casa nunca mais, mas eu sei que se eu demorasse mais algumas horas meus pais surtariam e me procurariam nem que fosse no inferno.

Assim que abro a porta principal de casa, vejo meu pai e minha mãe sentamos no sofá, assim que me vêem, levam os olhares diretamente pra mim.

Desvio o olhar de imediato e tento sair da sala mas a voz do meu pai me para.

— S/n, sente - se, iremos conversar.

— Sabe o que é? Eu meio que não tô afim de conversar com vocês dois. Não me levem a mal. – Digo num tom irônico.

— Estou pedindo minha filha, porfavor.

Olho desconfiada para ele pois é a primeira vez que meu pai pede algo, e não manda. Sem pensar muito apenas me sento de frente a eles e espero que um dos dois comece a falar.

— Porque não nos disse que tem bulimia? – Minha mãe pergunta com uma voz baixa me olhando de uma forma que não sei decifrar se ela está triste ou decepcionada.

— Porque isso não é algo que se diga, é algo que se nota. Sempre esteve muito óbvio que eu tenho transtorno alimentar, mas é claro que vocês nunca perceberam porque estão pouco se fodendo pra mim.

— Você devia ter nos dito S/n... Teríamos te dado auxílio, acompanhando medic-

A corto.

— Mamãe, poupe seu tempo com essa ladainha de mãe preocupada pois sei que você é tudo menos isso. Porque não pulamos logo pra parte que vocês me apedrejam por ter fugido da igreja e blá blá blá? – Cruzo as pernas sem um pingo de interesse em ver a cara deles.

— Certo. Quem é aquele garoto que segurou sua mão? Seu namorado? – Meu pai pergunta.

— Bom, sim. Achei que eu já tinha deixado isso bem claro.

— Ele é de boa família? Quem são os pais desse menino?

— Não, ele não é de boa família. A mãe tá morta, o pai o abandonou e tudo o que ele tem é um tio bêbado, que na verdade, consegue cuidar muito melhor dele do que vocês de mim. Ele também não tem dinheiro, mas é uma ótima companhia e me fode muito bem.

Meus pais arregalam os olhos e eu apenas olho para os anéis em meus dedos, brincando com eles.

— Você acha que vai ser feliz com uma pessoa assim S/n? Abrir mão do seu futuro, do NOSSO futuro por um menino que não tem onde cair morto e que apenas tem relações com você? – Minha mãe franze o cenho.

— Sinceramente? – Olho para os dois que assentem. — Sim. Ele me entende, gosta de mim e faz tudo parecer mais fácil. E isso não se trata nem dele, se trata de mim, eu não quero me casar de qualquer maneira. Com ou sem o Boris em algum momento eu iria surtar e jogar tudo pelos ares.

— Neste caso, presumo que não há mais nada que eu e sua mãe possamos fazer pra te convencer. Não vamos mais insistir neste assunto, por mais que sejamos completamente contra essa sua decisão insolente e precipitada, não vamos mais te submeter a um casamento arranjado considerando que você tem 18 anos e acha que sabe o que é melhor pra você.

— Obrigada por fazerem o mínimo. – Sorrio de forma irônica.

— Apenas peça desculpas as mães de Polo, elas passaram um vexame sem igual do qual não pode ser reparado. – Minha mãe pede.

— Se não pode ser reparado, por que me desculpar?

— É questão de educação S/n.

— Eu tô cagando pra educação. Eu quero mais é que aquelas mulheres vão pra puta que pariu, assim como vocês. – Digo firme e me levanto, subindo as escadas para o meu quarto rapidamente.

Meus pais foram menos rígidos comigo do que imaginei, mas não abaixei a cabeça para eles pois sei que se eu der uma brecha a ditadura vai começar outra vez e não irei mais permitir que se metam na minha vida e tomem decisões importantes por mim como se eu estivesse morta.


NARRADORA ON

É fim de tarde, S/n passou seu tempo restante na piscina enquanto fazia um grande nada. E quando sobe para o quarto para tomar banho, checa seu celular e vê algumas mensagens do seu mais novo namorado.

Pavlikovsky 🖤

Pavlikovsky 🖤: Oi S/n, boa tarde... Desculpa incomodar mas vc não me mandou mensagem desde que chegou, tô preocupado. Vc está bem? Oq aconteceu qnd chegou?

S/n: Oi nenem, eu nem toquei em meu celular direito pra falar a vdd. Estou bem, qnd cheguei meus pais quiseram conversar cmg, foi tranquilo na medida do possível. Eles não vão mais mexer nessa história e não se opuseram em relação a vc.

Pavlikovsky 🖤: Jura? Bem, isso é ótimo.

S/n: É, acho que sim...

Pavlikovsky 🖤: N sei pq mas tô te sentindo meio triste, o que te incomoda?

S/n: N sei, só... A forma como meus pais realmente n se importam com o meu bem estar. Eles nem tocaram no assunto sobre nossa relação tóxica, e sobre o meu transtorno alimentar tudo o que minha mãe ofereceu foi ajuda médica. Apoio e suporte ela enfiou no cu.

Pavlikovsky 🖤: É foda, sinto muito... Ter pais que não se importam é complicado. Digo por experiência própria.

Pavlikovsky 🖤: E sobre a bulimia... Pq nunca me contou que tem? Eu sei que eu podia ter notado, mas vc tem uma relação tão normal com a comida aqui em casa que eu n pude imaginar. Eu teria tentando ajudar de algum jeito.

S/n: Acontece que eu me sinto bem com vc, me sinto bem na sua casa. É como se meus problemas acabassem cada vez que atravesso a porta. Ent eu nunca tive problema em comer aí... Na vdd eu diria que é mais psicológico, eu me sinto bem pior com a bulimia qnd tô em casa.

Pavlikovsky 🖤: Entendo... Apenas n esconda mais nd de mim, vc sabe que pode contar cmg.

S/n: Sim, eu sei. E obrigada por isso.

S/n: Mas enfim, quer sair hj a noite? Pensei em irmos numa boate que sempre vou com o pessoal de Las Encinas. Preciso espairecer.

Pavlikovsky 🖤: Eu n sei n, vc sabe que eu n gosto de estar em público... Ainda mais com seus amigos esnobes.

S/n: Eles não são esnobes KAKSKSK tlvzs um pouco, mas é suportável. Eu vou estar com vc.

Pavlikovsky 🖤: Quero n, valeu.

S/n: Pfvrrr, poxa Boris...

Pavlikovsky 🖤: Ai que ódio S/n. Tá, mas com duas condições.

Pavlikovsky 🖤: A Max vai junto e vc vem nos buscar.









































Continua...

𝘥𝘰 𝘪 𝘸𝘢𝘯𝘯𝘢 𝘬𝘯𝘰𝘸? - 𝘣𝘰𝘳𝘪𝘴 𝘱𝘢𝘷𝘭𝘪𝘬𝘰𝘷𝘴𝘬𝘺 + 𝘺𝘰𝘶.Onde histórias criam vida. Descubra agora