Capítulo 24 - Estabilidade

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Naquele dia, Quinn chegou em casa com o sorriso aberto, os olhos brilhantes e nenhum sinal de arrependimento. Beijar Rachel havia sido mais que bom, havia sido revigorante.

Então foi isso que eu perdi nos últimos três anos? Ela se perguntou, caminhando pela rua. Podia claramente escutar uma versão de "My Girl" tocar ao fundo, os passarinhos voarem perto de si e o sol brilhar como se fosse o dia perfeito.

Bom, para ela foi. Pelo menos até chegar em casa.

- Cheguei! - Quinn avisou, jogando a mochila em cima do sofá. - Olá?

- Oi, tampinha. - Frannie murmurou da cozinha, fazendo com que Quinn fosse até ela.

- Tudo bem?

- Eu que te pergunto, que sorriso é esse? - Implicou, fazendo a irmã corar. - Se disser que nada aconteceu, eu não vou acreditar.

- Só tive um dia bom. - Deu de ombros. - Agora que saí das cheerios, ir para a escola não me pesa os ombros.

- Entendi. - Respondeu ainda sem comprar a ideia. - Por que não toma um banho? Eu te chamo quando o jantar estiver pronto.

Quinn assentiu e saiu dali contente pela irmã não ter insistido para saber o que aconteceu - isso era um traço irritante dela. A loira rumou para o seu quarto, pegando um pijama, afinal não iria mais sair de casa e seguiu até o banheiro. Assim que se despiu, percebeu que o sabonete havia acabado, então revirou os olhos e se negou a se vestir para pegar outro, deve ter algum perdido por aqui, pensou.

Quinn abriu o pequeno armário atrás do espelho, tentando perceber onde estava o objeto e falhando miseravelmente. Contudo, ao vasculhar em uma das prateleiras, acabou deixando cair um pequeno potinho laranja transparente, que continha pílulas. Ela leu o rótulo e se desesperou ao ver que pertencia a Judy Fabray.

Deixou o frasco no local onde o encontrou e rumou até o boxe, sentindo seu coração se apertar. Ela iria falar com Frannie sobre isso, mesmo que tivesse se negado a fazer isso antes.

Assim que terminou o banho, Quinn pegou o pequeno recipiente e desceu as escadas sem se importar com os cabelos molhados despenteados. Mal precisou rumar até a cozinha, já que encontrou sua irmã mais velha na sala vendo TV.

- O que é isso?

- São antidepressivos. - Disse, como se fosse óbvio.

- Eu sei, mas por que estão no nome da mamãe?

A loira mais velha respirou fundo e desligou a televisão em seguida. Fez menção que Quinn sentasse ao seu lado e assim ela o fez.

- Naquele dia em que discutimos, eu decidi ajuda-la porque você não se prontificou a isso. Não quero que soe como uma negligência da sua parte, Quinn, mas mamãe tem problemas e é orgulhosa demais para pedir ajuda. - Contou. Quinn parecia imóvel, apenas ouvindo as palavras da irmã e absorvendo-as. - Ela precisava de ajuda, então eu me prontifiquei a isso e a levei em um especialista.

Quinn sentiu seus olhos arderem e lágrimas brotarem. Como havia sido tão egoísta a ponto de não perceber o estado de sua mãe?

Frannie continuou:

- Não se preocupe, Q. Ela está fazendo terapia e a melhora nos últimos meses tem sido muito clara. - Sorriu esperançosa. - Ela até conheceu o Winston! Isso é um grande avanço, não acha?

Mas a mais nova não respondeu, apenas desviou o olhar e Frannie sabia bem o que aquilo significava.

- Não gostou dele, não foi?

- Não é isso, eu só fui pega de surpresa. - Defendeu-se. - Mamãe é adulta e depois de tudo que passamos, tem direito de ser feliz mas... algo me diz que as coisas com esse cara parecem prematuras demais.

Bring Her Back - Faberry + BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora