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-- Por que não me acordou? -- Natalie fechou os olhos assim que ouviu a voz de sua esposa tão rouca e baixa no pé de seu ouvido; seus braços enlaçando a silhueta da menor.

-- Acordei muito cedo e vim comer algo antes de te acordar. -- Disse com a voz falhada. Estava encostada na mesa decidindo se comeria uma banana ou duas.

-- E o que quer comer? -- Perguntou com a voz ainda arrastada igual da primeira vez, fazendo Natalie se arrepiar inteira.

Priscilla deixou alguns beijos no pescoço de Natalie, fazendo a mesma se praguejar internamente por ver duplo sentido na frase dita por sua esposa. Não sabia o que estava acontecendo com seu corpo desde que experimentou a sensação de ter os lábios de Priscilla colado nos seus. Deveria estar ficando louca, era a única explicação. Engoliu em seco e se virou para sua esposa.

-- Ainda não decidi. -- Falou, enlaçando seus braços ao redor do pescoço de Priscilla.

-- Eu te ajudo. -- Priscilla disse olhando para geladeira, mas Natalie levou uma mão até seu rosto e a fez olhá-la novamente.

-- Primeiro meu beijo de bom dia. -- Disse e Priscilla sorriu amplamente. Jamais se acostumaria com Natalie pedindo beijos. Se inclinou e colou os lábios nos de sua esposa. Natalie sentiu o ligeiro gosto de menta assim que suas línguas se encontraram, devido ao creme dental que Priscilla e ela usavam.

-- Pelo amor, na cozinha não! -- Dinah disse adentrando o lugar, fazendo elas terminarem o beijo. -- E você deveria estar pronta, Pugliese.

-- Hoje não vou trabalhar. Preciso acompanhar o estado de Rosália de perto.

-- O que houve com ela?

-- Passou mal a noite, já, já o médico passa aí e saberemos.

-- Tudo sairá bem, não se preocupe. -- Dinah disse e Priscilla sorriu fraco, caminhando até a geladeira e retirando algumas coisas de lá. -- Mas então... O casal finalmente se acertou, hm? -- Perguntou sorrindo enquanto lavava uma maçã.

-- Estamos... É... Nós... -- Priscilla começou sem jeito. Não sabia o que Natalie pensava disso, portanto não sabia o que responder.

-- Definitivamente sim. -- Natalie respondeu, fazendo Priscilla sorrir bobamente.

-- Mas e o chuchu? Já roçaram um no outro?

-- Dinah! -- Ambas gritaram juntas, fazendo Dinah parar no ar a maçã que levava até boca.

-- O que, gente? -- Perguntou finalmente mordendo sua maçã. -- Pelas caras ainda não.

-- É... Naty, será que eu poderia falar com você mais tarde? -- Priscilla perguntou baixo e sua esposa assentiu. -- Perfeito.

Comeram em um silêncio calmo e quando estavam quase acabando Normani, Ally e Lucy chegaram.

-- Eba, vou repetir a refeição com vocês para não ser mal educada. -- Dinah disse sorrindo satisfeita.

-- Vou ver se o médico chegou. -- Priscilla informou.

-- Vou com você. -- Natalie avisou, se levantando logo em seguida.

-- Por que médico? -- Ally perguntou preocupada. -- Você está bem?

-- Estou. Rosália passou mal ontem à noite. Teve dores no peito e os exames ficaram de chegar pela manhã.

-- Que horror. Tomara que ela fique bem. -- Ally disse.

-- É. -- Lucy nada mais disse.

-- Tenham um bom apetite. -- E assim Priscilla e Natalie saíram pelos enormes corredores da casa.

-- Pri...? -- Natalie chamou assim que descobriram que o médico ainda não tinha chegado. Estavam cruzando o jardim, indo para o quarto de Rosália. -- Você disse que queria falar comigo.

-- Oh, certo. -- Ela disse parando e se virando para Natalie. O sol fazia Natalie ficar com os olhos ligeiramente franzidos e Priscilla podia se ver no reflexo dos olhos da mais nova. -- É sobre... sobre nós.

-- O que tem? -- Natalie perguntou.

-- Temos nos beijado e tudo mais... -- Priscilla começou. Estava um tanto sem graça de tocar no assunto, mas precisava saber.

-- Sim. E daí? -- Natalie perguntou rindo.

-- Você...hm, se sente à vontade com isso? Digo, eu sei que é estupidez perguntar, mas realmente preciso saber. -- Disse fitando o chão. -- Não estou forçando a barra? -- Natalie abriu o mais lindo dos sorrisos e Priscilla voltou a falar. -- Não é porque estou machucada que se sentiu culpada e está fazendo isso por favor, é? Digo, não creio que seja, mas eu realm... Foi calada pelos lábios da mais nova, não um beijo de língua, um beijo casto, demorado, apenas para que Priscilla parasse de falar.

-- Não seja paranoica. -- Natalie disse rindo ao afastar os lábios dos de Priscilla. -- Eu que te beijo sempre e não, não estou fazendo isso por pena.

-- Então você realmente gosta de me beijar? -- Priscilla perguntou. Em seus sonhos mais distantes Natalie diria um sim.

-- Deixa eu ver. -- Natalie disse sorrindo, enquanto levava sua mão à nuca de Priscilla e colava suas bocas novamente. Priscilla deveria ser cega se não notava o quanto Natalie amava beijar ela. A língua de Natalie invadiu a boca de Priscilla, fazendo a maior suspirar e se entregar ao beijo. Natalie deslizou vagarosamente sua mão livre até as costas de Priscilla, adentrando a mesma por baixo da camisa da garota e sentindo a maciez de sua pele sob o toque de seus dedos. -- Acho que ainda não decidi. -- Natalie sussurrou com a boca sobre a de Priscilla ainda. -- Preciso tentar de novo. -- E voltou a beijar sua esposa. Priscilla sorriu em meio ao beijo, enquanto puxava Natalie mais para si. Natalie sugou o lábio inferior de Priscilla e suspirou, aplicando um último selinho antes de fitá-lo nos olhos. -- Será que isso responde a sua pergunta? -- Perguntou sorrindo.

-- Acho que não. -- Priscilla disse rindo, mas logo ficou séria, respirando fundo. -- Eu não quero que faça nada que não queira. Não é porque nos casamos que precisa me beijar, tudo bem?

-- Mas eu gosto de te beijar. -- Natalie finalmente falou, deitando sua cabeça sobre o peito de Priscilla.

-- Então tudo bem, mas se algum dia eu fizer algo que você não goste, por favor me diga. -- Ela sentiu Natalie suspirar e a abraçou.

-- Você é perfeita demais para ser de verdade. -- Disse sorrindo, levantando sua cabeça e depositando um suave beijo na clavícula de Priscilla. -- E pela primeira vez na vida sou obrigada a concordar com a minha mãe. -- Priscilla franziu o cenho e a olhou confusa. -- Ela me fez um grande favor quando mentiu para mim.
Priscilla fitou o chão quieta demais. Esse era um assunto que ela não deveria tocar, mas era inevitável. Imaginar Natalie beijando a boca de outra pessoa causava uma dor insuportável.

-- Naty...

-- Não. Ela realmente me fez um favor. -- Natalie disse olhando fixamente para Priscilla.

-- Você... o ama?

-- Não. Nunca amei. -- Disse convicta. -- Um dia pensei estar apaixonada por ele, mas minha mãe disse algo... -- Pareceu lembrar das palavras da mãe. -- E acho que ela tem razão. Acho que fiquei encantada, ele era gentil, mas se fosse algo mais forte não teria passado tão rápido, não acha?

-- Certo. -- Priscilla disse. -- Então posso duelar com ele caso ele venha tentar reconquistar o coração de minha bela senhora? -- Perguntou falando igual seu pai. Natalie riu e negou com a cabeça.

-- Não é preciso duelo algum. Meu coração sabe muito bem com quem quer ficar. -- Priscilla sentiu seu estômago se revolver ao ouvir isso, mas teve medo de perguntar sobre sentimentos. Ainda era cedo.

-- Certo. -- Ela disse contendo a vontade insana de sorrir. -- Vamos ver Rosália?

-- Vamos. -- E, enlaçando seus dedos nos de Priscilla, caminharam para o quarto da mulher.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆✓ EL ARCO-ÍRIS Onde histórias criam vida. Descubra agora