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-- Senhora Smith- Pugliese.? -- O homem chamou quase rangendo os dentes ao se deparar com Natalie sentada no colo de Priscilla ao beijos com a mesma. A mão de Priscilla estava alojada um pouco acima da bunda de Natalie, enquanto os braços da mais nova estavam envoltos no pescoço de Priscilla. Natalie jamais era tão íntima com Roh quando eles costumavam se beijar, pelo contrário, o beijo deles nunca durava muito porque ela sempre dizia que ele era ansioso demais.

-- Hmm? -- Ambas as mulheres murmuraram juntas, se virando para o rapaz. Priscilla riu e negou com a cabeça, sem perceber Natalie tensionar sob a visão do homem.

-- Acho que precisará nos chamar pelo primeiro nome, Peter. Ambas somos as senhoras Smith- Pugliese.. -- Priscilla disse rindo.

-- Desculpe, Senhora Priscilla. Apenas gostaria de saber onde fica a chave da biblioteca para começar meu trabalho. -- Ele disse com as mãos para trás e de cabeça baixa.

-- Vou buscar com Jerry, só um minuto. -- Priscilla disse dando dois tapinhas na coxa de Natalie, fazendo a mesma se levantar.

-- Eu vou com...

-- Não, amor. Já volto. -- Priscilla disse dando-lhe um selinho rápido antes de sumir de vista. Natalie teria se derretido ao ser chamada de "amor" por Priscilla caso Roh não tivesse se aproximado visivelmente irritado.

-- Precisamos conversar, Natalie. -- Ele disse segurando em seu braço.
-- Me solta, Roh. Não tenho nada para falar com você. -- Ela sussurrou assustada.

-- Tem sim. -- Ele disse olhando para trás para checar se ninguém vinha. -- Acho que mereço uma explicação, não acha?

-- Roh...

-- Você simplesmente sumiu, Natalie. Sem deixar nenhum recado, nenhum sinal... -- Ele disse aflito. -- E de repente se casa. Sabe como eu fiquei? -- Natalie suspirou e lhe encarou.

-- Por favor, vamos deixar as coisas como estão. -- Ela pediu checando ao redor novamente.

-- Eu só preciso... Só quero conversar. -- Ele disse. -- Por favor, Naty. -- Natalie pensou um pouco. Sabia que ela deveria conversar com o rapaz, mas não queria problemas com Priscilla. O olhar desesperado do homem fez Natalie suspirar. Lhe devia uma explicação e por isso, vagarosamente, assentiu.

-- Amanhã a tarde, quando Priscilla for trabalhar eu te procuro. -- Falou baixo. -- Mas agora me solte, por favor. Eu não quero problemas com ela. -- O rapaz a soltou, lhe fitando confuso.

-- Por quê? A desgraçada te bate?
-- Aqui está. -- Priscilla entrou no ambiente sorridente, entregando a chave para o rapaz, fazendo Natalie olhar atônita para ela.

-- Obrigado, Senhora. Com licença.

-- Hey, Peter. -- Priscilla chamou e o rapaz se virou. -- Não precisa se matar de trabalhar, tudo bem? Se sentir fome ou algo assim fique a vontade para vir até a cozinha comer algo. -- O rapaz assentiu e olhou para Natalie.

-- Obrigado. Farei isso, com licença.

-- Simpático o rapaz, hm? -- Priscilla disse. -- Um pouco quieto demais, mas gostei dele. -- Priscilla disse. Natalie forçou um sorriso e assentiu abraçando fortemente sua esposa. -- Hey, o que foi, Naty?

-- Eu só... -- Disse apertando forte os braços em volta de Priscilla. O cheiro de sua esposa lhe acalmava de certa forma. -- Só preciso que me abrace forte e me prometa que tudo vai ficar bem. -- Mesmo sem entender Priscilla abraçou Natalie, tentando confortar sua esposa.

-- Eu farei o possível para que tudo sempre esteja bem, hm?

-- Promete?

-- Prometo.

[...]

Priscilla lia distraidamente um livro em sua cama, enquanto Natalie estava deitada sobre seu peito, com os olhos concentrados no rosto de sua esposa.

-- Não consigo me concentrar sabendo que você está me olhando. -- Priscilla disse rindo.

-- E que tal se... -- Natalie disse pegando a fitinha vermelha do livro e o colocando na página para marcá-la, fechando o livro logo em seguida e o colocando sobre a mesa de cabeceira ao lado da cama. -- Você não se concentrasse no livro por agora, hm? -- Natalie perguntou deixando um beijo no pescoço de Priscilla, fazendo a mulher estremecer.

-- Por mim tudo bem. -- Priscilla disse virando seu rosto para Natalie e tentando beijá-la, mas Natalie se afastou, fazendo Priscilla franzir o cenho.

-- Agora que tenho sua atenção podemos conversar sobre Clara. -- Priscilla fechou a cara na mesma hora. -- Amor... -- Natalie usou um tom arrastado e pidão. -- Por favor, converse com ela. -- Deixou um beijo no rosto de Priscilla. -- Escute o resto de sua história. -- Com um beijo no canto dos lábios Priscilla não soube se tremera por Natalie lhe chamar de "amor", pelo tom arrastado e sensual em sua voz ou pelos quase beijos.

-- Natalie, ela mentiu para mim.

-- Porque seu pai só deixaria ela ficar ao seu lado sob essas condições. -- Natalie revelou, ganhando ainda mais a atenção de Priscilla.

-- Ele morreu quando eu tinha vinte. Ela podia...

-- Ponha-se no lugar dela. As coisas não são tão fáceis assim. -- Priscilla a olhou e mordeu o lábio inferior. -- Converse com ela, por favor... -- Natalie disse colando suas bocas finalmente, deixando Priscilla sem fôlego. -- Por favor, Pri...

-- Tudo bem. -- Priscilla disse. Não conseguia dizer não para Natalie e no fundo realmente queria conversar com a mulher, sentia falta dela e queria entender melhor e conhecer a história completa. Sentia-se pronta para isso.

-- Eba. -- Natalie disse sorrindo, enquanto se inclinava e apagava a luz do abajur. Priscilla foi surpreendida pela boca cálida de Natalie sobre a sua. Levou a mão até a cintura da mais nova, a puxando mais para si.

Natalie invadiu a boca de Priscilla sem pedir permissão. Sabia que não precisava e por isso se atreveu a isso. Ela não se cansava de beijar Priscilla, poderia passar dias a beijando sem reclamar. Os lábios eram macios e suculentos, fazendo Natalie quase querer mordê-los fortemente. Se inclinou um pouco mais e levou seu dedo indicador até o ombro de Priscilla. A marca ainda estava lá, apesar de agora haver apenas uma casquinha sobre a ferida. Acariciou a lembrança daquela batalha e terminou selando os lábios de sua esposa.

-- Odeio saber que você sai para essa guerra. Odeio a espera, odeio meu cérebro louco que cria milhões de teorias sobre o pior que poderia te acontecer. -- Natalie confessou em um sussurro. -- Prefiro você aqui, abraçadinha comigo.

-- Ah é? -- Priscilla perguntou sorrindo.

-- Sim. -- Natalie disse deitando sua cabeça sobre o peito de Priscilla. Amava escutar as batidas de seu coração.

-- Se eu pudesse nunca mais sairia daqui, mas é meu trabalho.

-- Que por sinal eu odeio. -- Natalie falou, sentindo suas pálpebras pesarem diante da carícia de Priscilla em seu cabelo. Priscilla apenas riu ao ouvir a voz sonolenta de Natalie. Sabia que a mais nova sempre dormia com cafunés.

-- Vê se sonha comigo, boo. -- Natalie não sabia se Priscilla realmente tinha dito isso ou se havia sido em seu sonho, mas assentiu levemente antes de  cair em um sono profundo.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆✓ EL ARCO-ÍRIS Onde histórias criam vida. Descubra agora