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Natalie adentrou o quarto empurrando a porta com as costas, já que suas mãos estavam ocupadas pela bandeja que ela trazia consigo. Fechou a porta com um dos pés e caminhou até Priscilla, se sentando ao lado dela na cama. Já havia ido ali e limpado a sujeira que Priscilla havia deixado.

-- Trouxe suco de laranja e uma maçã para você. -- Falou sem jeito. -- É o mais seguro a se colocar no estômago agora, mas como sei que você é teimosa tomei a liberdade de trazer algumas torradas também.

-- Obrigada. -- Priscilla disse.

-- Eu também trouxe aspirina. -- Falou e Priscilla focou seus olhos no remédio, franzindo o cenho.

-- Estou vendo duas aspirinas aqui.

-- Você não foi a única a beber ontem à noite. -- Natalie disse rindo fraco. Ambas tomaram o remédio e Priscilla comeu em silêncio, enquanto Natalie lhe admirava quieta. Assim que Priscilla terminou de comer Natalie sorriu. -- Não tocou nas torradas?

-- Você disse que a maçã e o suco eram o mais seguro a se colocar no estômago agora. -- Falou e Natalie assentiu se levantando.

-- Vou deixar a bandeja sobre a mesinha, tudo bem? -- Falou e Priscilla assentiu, vendo Natalie pegar a bandeja e colocar onde havia dito, caminhando em direção à sua mala logo em seguida. -- Eu, hm, eu já vou indo então, já que não precisa mais de mim. -- Falou tristemente, sentindo seu coração se despedaçar, encarando Priscilla uma última vez antes de puxar a alça da mala.

-- Quem disse que eu não preciso de você? -- Ouviu Priscilla dizer com a voz vacilando e voltou seu olhar para a mais velha. Priscilla se levantou e caminhou até Natalie, retirando a alça da mala de sua mão e a fitando nos olhos.

-- Do que precisa? -- Natalie perguntou fitando os lábios de Priscilla ao ver a proximidade da maior. Priscilla apenas suspirou.

-- Disso... -- Em um ato intenso, Priscilla se inclinou e beijou Natalie, pegando a mais nova de surpresa e fazendo ambos corações dispararem contra o peito.

Subitamente Natalie sentiu mais vontade de chorar do que queria admitir, mas retribuiu ao último beijo sem hesitar. O beijo foi curto, apenas deu para sentir as línguas juntas em uma fração de segundos, porque no instante seguinte Priscilla parou o beijo e envolveu Natalie em seus braços, começando a chorar descontroladamente. Natalie não aguentou segurar o choro e desabou junto com Priscilla, desfrutando do possessivo abraço da mais velha.

-- Eu te amo. -- Natalie sussurrou entre o choro.

-- Não diga que me ama, a menos que ame. -- Priscilla disse se separando do abraço e lhe fitando intensamente, com o rosto encharcado por lágrimas.

-- Eu te amo tanto. -- Natalie disse novamente, abaixando a cabeça para enxugar algumas lágrimas. Priscilla ergueu seu queixo com o indicador e polegar e suspirou.

-- Olha dentro dos meus olhos e repete. -- Natalie suspirou, encarando Priscilla de uma maneira tão intensa que Priscilla não precisou ouvir mais nada para acreditar no que Natalie dizia.

-- Eu amo você, Priscilla Pugliese. -- Disse convicta. -- Amo tanto que chega a doer; amo tanto que, cada vez que você me olha, meu estúpido coração quase explode de tão rápido que bate; -- Disse sentindo um nó se formar em sua garganta ao ver Priscilla apoiar sua testa na dela. Ter Priscilla tão próxima sempre a fazia perder o ar, como se cada célula de seu corpo gritasse por aproximação e, devido a manter a distância, seus pulmões a faziam arfar de tão cansativo que era se manter longe dela.  -- Amo tanto que apesar de você não acreditar, aqui estou, falando que eu te amo desesperadamente, com cada fibra do meu ser. -- Disse mordendo seu lábio inferior antes de voltar a falar. -- Eu não sei dizer o momento exato em que esse amor começou, mas tenho a plena certeza que jamais vai acabar.

Priscilla engoliu em seco e assentiu, deixando o silêncio pairar entre as duas por longos segundos.

-- Meu cérebro dorme quando bebo. -- Priscilla finalmente sussurrou. -- Me desculpa, Naty... Me desculpa... -- Pediu quase em desespero, abraçando Natalie, fazendo a mesma franzir o cenho. Enxugou algumas lágrimas e se desvencilhou do abraço, lhe encarando.

-- Desculpa pelo quê?

-- Por ter desconfiado daquela estupidez. Você não faria aquilo.

-- E como deduziu isso só agora? -- Natalie perguntou confusa, sentindo seu coração gritar esperançoso.

-- Por Deus, Natalie... -- Priscilla disse erguendo sua mão e acariciando o rosto da menor. -- Você passava horas para chegar do outro lado do parque, apenas para não cansar o coelho. Não teria a coragem de me magoar. -- Natalie riu baixinho e se jogou no abraço de Priscilla, afundando seu rosto na curva do pescoço da maior e chorando de alívio.

-- Eu senti medo. -- Natalie disse enquanto chorava baixinho.

-- Eu não sei bem o que houve e preciso ainda entender, mas minha mãe me ajudou a abrir os olhos. -- Priscilla disse enquanto afagava os cabelos de sua esposa.

-- Sua mãe? -- Natalie perguntou erguendo a cabeça, ainda abraçada com Priscilla.

-- Sim... -- Priscilla disse levando uma mão até o rosto de Natalie e enxugando suas lágrimas. -- Digamos que eu não consegui dormir logo. -- Disse, se inclinando e dando um longo beijo no rosto de Natalie. -- Algumas coisas ainda não batem. -- Natalie olhou temerosa para Priscilla assim que ouviu aquilo.

-- Já está desconfiando de novo de mim? -- Perguntou e Priscilla riu baixinho.

-- Pretendo nunca mais cometer esse erro de novo. -- Sussurrou depositando um beijinho sobre o nariz de Natalie. -- Meu cérebro deve ser apaixonado pelo álcool, porque ficou besta. Depois de minha mãe confirmar que você esteve lá embaixo o tempo inteiro eu deveria ter me tocado, mas como disse... Minha inteligência evapora quando bebo.

-- Bom saber; vou mandar quebrar todas garrafas de bebida alcoólica dessa casa. Você é rica mesmo, não vai ligar. -- Priscilla gargalhou ao ouvir o tom doce que sua esposa usara e tornou a abraçar forte Natalie.

-- Você é minha mulher, é tão rica como eu. -- Falou inalando o cheiro dos cabelos, ainda molhados, de Natalie.

-- O bem mais precioso que eu tenho é seu amor por mim. -- Disse baixinho, enterrando a cabeça na curva do pescoço da maior, como se estando ali ninguém pudesse voltar a atingi-las.

-- Então... -- Falou, vendo Natalie erguer a cabeça e lhe encarar. -- Pretendo te deixar rica para o resto de nossas vidas. -- Disse roçando seus lábios nos de Natalie. Natalie suspirou e fechou os olhos ao sentir o esbarrar de bocas e Priscilla sorriu ao ver o quão rendida Natalie ficava aos seus toques. Se sentiu estúpida por ter duvidado de sua esposa, afinal ela havia lhe dito a verdade sobre quem em realidade era Peter, não teria por que dizer se fosse fugir com Rodrigo .

Suspirando feito idiota se inclinou, tocando tão delicadamente os lábios de sua esposa que a mesma gemeu ante a tanta doçura. Natalie adentrou sua língua na boca de Priscilla ao mesmo tempo que levava sua mão até a nuca da mais velha. Priscilla, por sua vez, aproveitava o momento, porque sabia que assim que saísse daquele quarto encontraria quem a fez acreditar naquela merda. E o culpado...? Bem, ele pagaria caro por ter feito Natalie derramar lágrimas quando merecia apenas dar sorrisos. Todos os sorrisos do mundo.



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Oh, oh! Parece que algumas pessoas vão ter o que finalmente merecem...hehe he ou não?

Enfim...Até a próxima mah loves.❤😚

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆✓ EL ARCO-ÍRIS Onde histórias criam vida. Descubra agora