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Priscilla caminhava despreocupada pelos corredores da enorme casa, tendo entre sua mão direita os dedos de Natalie entrelaçados aos seus. Era quase como se não precisasse se vingar de ninguém, como se ter Natalie ao seu lado fosse suficiente. De fato, realmente era, no entanto, Priscilla não podia deixar as coisas como estavam. Se Lucy  realmente tivesse feito algo seria justo deixá-la achando que poderia aprontar sempre? Óbvio que não.

Parou em frente ao quartinho localizado ao lado da biblioteca, que era onde Rodrigo estava alojado. Bateu três vezes e não demorou muito para a porta ser aberta. Sobre a cama estava uma pequena mala e o rapaz estava vestido como se estivesse prestes a sair.

-- Eu só não fui embora ontem porque eu estava passando mal. -- Se justificou. -- Até tentei, mas fiquei com medo de passar mal na rua. Sinto muito. -- Ele disse, com uma mão apoiada na porta. Seus olhos desviaram para Priscilla e a mais nova pôde ver quase desprezo contido neles.

Priscilla respirou tranquilamente, enquanto adentrou o ambiente sem permissão. Natalie a seguiu, estranhando o olhar sereno de Priscilla. Bem, isso até Priscilla fechar a porta com força, causando um forte ruído no local.

-- O negócio é o seguinte, Parker... -- Priscilla disse lhe olhando calma. -- Vai desmentir na minha cara as merdas que disse ontem, tudo bem? E depois disso vai me dizer por que as inventou. -- O homem lhe olhou confuso, antes de desviar o olhar para Natalie, negando com a cabeça.

-- Você realmente a fez acreditar que eu menti, não foi? -- O homem perguntou, batendo palmas ironicamente logo em seguida. -- Eu não sei o que eu te fiz para estar me magoando desse jeito, Natalie. Não sei porque disse que me ama e agora está fazendo isso... -- Falou sentindo que foi traído. -- Só queria saber como era me pau na sua boceta? Era isso? -- Gritou. -- Responde, sua vadiazinha de merda!

Priscilla respirou fundo e passou a língua pelos lábios antes de estalar o pescoço e empurrar Rodrigo até uma das paredes, apertando a gola de sua camisa com as mãos.

-- Me escuta bem, seu pedaço de lixo ambulante... -- Priscilla disse rangendo os dentes. -- Se voltar a faltar com respeito com Natalie novamente... -- Sentiu Rodrigo tentar atingir seu rosto, mas foi mais rápida e segurou seu punho,  o torcendo quase a ponto de quebrá-lo. -- Eu não sou a porra da comandante dessa merda toda apenas por ser a herdeira do título. -- Priscilla sussurrou irritada.

-- Pri? -- Natalie disse sentindo aflição. Tinha pavor de sangue e, ao que tudo indicava, Priscilla não estava para brincadeira.

-- Natalie, desculpe estar fazendo você ver isso. -- Disse se acalmando um pouco, afrouxando o aperto. -- Vamos do começo Rodrigo... Por que inventou isso?

-- Eu não... Ai, ai,aiii. -- Gemeu ao sentir Priscilla dobrar seu pulso com força. -- Eu juro, eu juro... Por favor... -- Gemeu. Priscilla apertou o maxilar e soltou Rodrigo com força.

-- Desgraçado. -- Sussurrou, se controlando para não quebrar ele inteiro. Não era agressiva, mas quando o assunto era Natalie ela perdia o autocontrole. -- Me conta do começo. -- Rodrigo assentiu assustado e olhou para Natalie.

-- Bem... -- Ele começou arrumando a gola de sua camisa. -- Natalie me enviou um bilhete...

-- Deixa eu ver o bilhete. -- Rodrigo assentiu e caminhou até o criado mudo, abrindo a primeira gaveta e retirando o mesmo de lá. Se dirigiu à Priscilla e o entregou a ela. Priscilla o olhou séria antes de abrir o papel e respirar aliviada.

-- Essa não é a minha letra. -- Natalie Alegou assim que se aproximou de Priscilla.

-- É claro que não é. -- Priscilla disse. Não que tivesse dúvidas sobre Natalie, mas ter provas reais de que tudo não passara de um mal-entendido era reconfortante.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆✓ EL ARCO-ÍRIS Onde histórias criam vida. Descubra agora