26_ Desabafo...

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Dos meus olhos caíam lágrimas sem parar, minhas mãos estavam trêmulas com medo do que eu vi. Eu estava com tanto medo, era como se eu estivesse revivendo todo aquele sofrimento novamente.

Ao ouvir sua voz... foi como se eu estivesse lá. Na minha casa, quase sendo abusada por ele novamente.

ㅡ TORY! ㅡ Ouço a voz do Miguel, porém continuo correndo sem rumo. Não sabia para onde estava indo, mas apenas estava.

ㅡ Não, não, NÃO! ㅡ Grito após ele pegar meu ombro.

ㅡ Tory, calma. ㅡ Miguel falou baixo. Levanto a minha cabeça lentamente pata olha-lo e sinto um pouco de segurança ao encontrar seus olhos. ㅡ Calma, tá tudo bem. Você está comigo. ㅡ Miguel me puxou para ele lentamente e me abraçou. Fecho meus olhos ao lembrar daquele pior dia. Como ele pudia? Como ele pode vim atrás de mim depois do que ele fez? ㅡ Quer e contar o que aconteceu?

ㅡ Ele... ele... de novo. ㅡ Gaguejo.

ㅡ Ele? Ele quem?

ㅡ Ele. Meu padrasto, o Scott! ㅡ Falo passando as mãos pelos meus cabelos. ㅡ Eu... tô com muito medo.

ㅡ Não precisa, ok? Estou aqui com você. ㅡ Me abraçou novamente só que mais apertado. Não pude decifrar o tanto que aquele abraço significou para mim, me passou tanta segurança que me fez sorri fraco. ㅡ Olha não precisa me contar se não quiser tá? Quando você tiver pronta eu te ouço e te ajudo. ㅡ Ele pegou meu rosto com as duas. Ao ouvir aquelas palavras lindas eu senti que pudia contar com ele, poder falar para ele tudo que ele me ajudaria muito.

ㅡ Podemos voltar para casa? ㅡ Pergunto pegando na sua mão. Ele assentiu sem dizer nada e me puxou para o carro. No caminho eu fui olhando para a rua, tentando conter as piores lembras que eu já tive.

Quando chegamos no prédio, formos para o apartamento dele. Já que a Clhöe e o Adrian estavam no meu.

ㅡ Você tem certeza que quer me contar, Tory? ㅡ Miguel perguntou sentando na minha frente. Assenti me preparando para contar tudo.

ㅡ Eu tinha 17 anos quando tudo aquilo aconteceu. Ainda morava com a minha mãe, Scott e meu irmão Nicolas. Meus pais tinha se separado e meu pai tinha ido embora, e eu fique bastante triste com isso. ㅡ Dou um pausa. ㅡ Eu sabia que o Scott não gostava de mim, na frente da minha mãe ele era um anjo... agora por trás era outra coisa. Ele já tentou muitas coisas comigo, me tocava, mechia nos meus lugares íntimos e sempre jogava piadinhas. Ele até inventou um apelido para mim: Toryzinha. Eu sabia que quando ele me chamava assim quando queria alguma coisa.

ㅡ Ele era capaz disso?

ㅡ Isso... não é a pior parte. ㅡ Passo meu dedo por de baixo dos meus olhos. ㅡ Num dia eu cheguei em casa morta de cansaço, a única coisa que eu diria era tomar banho. Ele chegou bem na hora, entrou no banheiro e me viu totalmente nua. Ele falou que aquele dia eu não escaparia dele. Enquanto ele me agarrava a única coisa que eu tentava fazer era me libertar. Eu empurrei ele o mais forte que conseguir, ele caiu no chão batendo a cabeça. Ele fiquei no quarto trancada o dia inteiro esperando a minha mãe chegar para conta-la. ㅡ Dou uma pausa novamente. ㅡ Quando ela chegou eu contei tudo que tinha acontecido e o Scott fez uma cena ridícula dizendo que EU tinha dado em cima dele e provocava ele com as minhas roupas. ㅡ Miguel arregalou os olhos.

ㅡ Ele o que??

ㅡ E o pior de tudo que a minha mãe acreditou nele! A minha mãe! A pessoa que eu mais amo na minha vida acreditou naquele babaca que engana ela até hoje. ㅡ Miguel pegou na minha mão sorrindo fraco para mim. ㅡ Depois dali você já sabe, quando eu completei 18 anos a primeira coisa que eu fiz foi procurar um apartamento para mim. Aqui né. ㅡ Suspiro.

ㅡ Sinto muito que tenha passado por isso, Tory. Nenhuma mulher merece passar por isso, os homens de hoje em dia não sabe escutar um simples não. ㅡ Ele apertou a minha mão.

ㅡ Quando eu vi ele eu senti tanto medo, sabia? Foi como se eu estivesse vivendo aquele pesadelo novamente. ㅡ Enxugo as minhas lágrimas.

ㅡ Não precisa ficar com medo, ok? ㅡ Ele direcionou sua mão até a minha bochecha. ㅡ Eu vou te proteger, amor. 

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O Garoto do CondomínioOnde histórias criam vida. Descubra agora