40_ Ta doendo muito.

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Eu queria chorar. Queria chorar até perder todas as águas do meu corpo! Aquela conversa tinha me deixado triste e completamente magoada.

Eu sabia que não deveria falar aquilo. Aquela não era a verdade. Mas a descoberta que eu fiz... foi como uma facada em meu coração que me deixou com o coração despedaçado.

Ao entrar no carro fui logo para a janela e encostei a minha cabeça nela. A única coisa que eu queria era ir para casa ficar na minha cama sozinha.

Antes quando acontecia alguma coisa de ruim comigo eu corria para o colo da minha mãe. Mas infelizmente ela não está aqui comigo. Vejo que a Clhöe e o Adrian entraram no carro.

ㅡ Achei ela. ㅡ Adrian falou entrando na frente. Ao seu lado o Miguel olhando fixamente para o lado de fora.

ㅡ Que bom. ㅡ Miguel respondeu. Ao ouvir sua voz me deu mais vontade de chorar.

ㅡ Vamo para casa logo, Adrian? ㅡ Pergunto ingnorado a Clhöe me olhando desconfiada.

ㅡ Oi? Tory, você ta bem? Não tá trocando meu nome? ㅡ Adrian pergunto debochado.

ㅡ Só... quero ir para casa. ㅡ Murmurei voltando a encostar minha cabeça na janela. Eu estava me segurando e muito para não chorar ali mesmo, eu não queria mesmo. Além de ser uma brecha para o Miguel saber que eu estou sofrendo por ele e eu não queria chorar na frente deles.

ㅡ Tudo bem amiga? ㅡ Clhöe enclinou sua cabeça me olhando.

ㅡ Sim. ㅡ Assenti forçando um sorriso. Ela deu de ombros voltando a sua posição. Limpo a lágrima solitária que saiu do meu olho voltando a olhar para o lado de fora do carro.

[...]

Abro meus olhos sentindo uma pontada na cabeça. Chegamos em casa bem tarde do que esperávamos, na verdade eu nem tinha reparado no horário.

Demorei muito para domir porque passei a noite inteira chorando pelo grande vazio que eu estava sentindo dentro do peito.

Levanto da cama sentindo uma tontura. A minha cabeça estava doendo se tanto chorar, mas ainda era pouco. Muito pouco.

ㅡ Ai! ㅡ Clhöe resmungou após eu pisar no pé dela. Eu estava mal... na verdade estava péssima. Aquela dor no meu peito estava me tomando e a única coisa que eu me lembrava era dos meus momentos com o Miguel. Passava eu e ele assistindo stranger things juntos, eu me senti única quando ele me abraçou. Ele tinha preenchendo um vazio enorme dentro de mim e agora que eu não estou com ele... aquele vazio voltou. Clhöe me olhou preocupada ao ver que uma lágrima tinha escorrido dos meus olhos. ㅡ Tory?? Por que você tá chorando??

ㅡ Ta doendo, Clhöe. ㅡ Falo olhando para ela. ㅡ Ta doendo muito.

ㅡ O que tá doendo?

ㅡ Aqui. ㅡ Coloco minha mão no meu peito esquerdo voltando a chorar.

ㅡ Oh, Tory! ㅡ Clhöe me puxou para um abraço. Era nítido a minha tristeza naquele momento, a minha decisão foi definitiva mas não era o que eu realmente queria. ㅡ O que aconteceu para você tá assim?

ㅡ Você sabe o motivo. ㅡ Respondo sentindo ela acareciando meu cabelo.

ㅡ Fala. O que vocês fizeram dessa vez? ㅡ Ela se separou de mim e me olhou.

ㅡ Ontem tivemos uma conversa que... eu tomei uma decisão definitiva mas não era o que eu queria. ㅡ Respondo com uma voz trêmula demostrando que chorei. ㅡ Eu falei para ele que nunca mais iria rolar algo entre agente.

ㅡ Você o que? ㅡ Ela arregalou os olhos.

ㅡ Isso mesmo.

ㅡ Ai Tory! Por que você disse nunca? Eu conheço o Miguel suficiente para saber que quando a pessoa fala nunca para ele... é nunca. ㅡ Levou sua mão até meu cabelo e acareciou o mesmo.

ㅡ O que eu faço agora? ㅡ Vejo ela colocado meu cabelo atrás da minha orelha.

ㅡ Sinceramente? ㅡ Arqueiou a sombracelha. ㅡ Não sei.

•••

O Garoto do CondomínioOnde histórias criam vida. Descubra agora