44_ ... eu senti sua falta, Tory.

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ㅡ É. ㅡ Meu pai assentiu dando de ombros. Ok, por TODOS esses anos eu achando ele que estava perto de mim ele estava em outro pais.

ㅡ E você fala assim na maior tranquilidade? ㅡ Coloco a minha mão na cintura.

ㅡ Não é tranquilo falar isso para você, Tory. Foi duro para mim também ficar longe de você. ㅡ Ele levantou ficando na minha frente.

ㅡ Foi duro pra você??? Você não sabe o tanto que eu... ㅡ Me alto interrompi ao perceber a besteira que eu iria falar. Sabia que tinha que falar logo a verdade para meu pai sobre o Scott e o que ele tentou comigo. Mas eu ainda não estou pronta.

ㅡ Você o que?

ㅡ Que eu sofri longe de você! ㅡ Menti. ㅡ Eu fiquei sozinha todos esses anos segurando a barra que é esta dentro daquela casa!

ㅡ Por que?

ㅡ Porque eu fiquei sozinha, pai! ㅡ Menti novamente. Ainda não falaria para ele sobre o Scott, talvez ele podesse não acreditar em mim como a minha mãe e eu ficaria sem meu pai também. Não é nada fácil ficar sem falar com sua mãe após sair de casa, mas ela não queria olhar mais na minha cara. Ela tinha medo de que eu  possa mentir para ela de novo.

ㅡ Tá, ok, peço desculpas por ter te deixado sozinha todo esse tempo. ㅡ Ele segurou meus ombros. ㅡ Eu não sei, porque eu não estava aqui, o quanto você sofreu. ㅡ Ele não sabe mesmo. ㅡ Mas agora estou aqui e quero ter a minha filha que eu tanto amo de volta. ㅡ Suspiro abraçando ele novamente.

Aquela menina inocente morreu naquele pior dia da minha vida. Aquela criancinha que passou por um trauma que ainda assombra a minha vida. Mas eu estava tentando mudar isso, tentando mesmo.

ㅡ Você fez tanta falta pai... ㅡ Suspirei novamente. ㅡ Mas o que o senhor fez TODO esse tempo lá no Estados Unidos?

ㅡ Então... ㅡ Meu pai se desfez do abraço enquanto se sentava no celular. ㅡ Eu percebi que eu não poderia ficar em outro país sem fazer nada. Então com o pouco que eu tinha, ao poucos, eu fui construir uma academia.

ㅡ Academia? Academia de que? ㅡ Sento no sofá.

ㅡ Academia de dança né. ㅡ Ele falou como se fosse óbvio. ㅡ Acha que eu ainda não sei dançar?

ㅡ Sério pai? ㅡ Pergunto rindo. Ele riu assistindo. ㅡ Que máximo! Isso... isso é ótimo!

ㅡ É, eu queria muito que você estivesse lá para realizar aquele sonho comigo. ㅡ Ele sorriu. ㅡ Mas agora conta, o que você fez esse tempo todo?

ㅡ Então... ㅡ Ri enquanto me ajeitava ao seu lado para que eu podesse contar tudo a ele.

[...]

ㅡ Ai! Por que eu fui ser tão baixinha? ㅡ Fico na ponta dos pés tentando pegar a vasilha de pão de queijo que estava no armário. Naquela altura meu pai já tinha ido para casa, ele estava cansado mesmo pois ele chegou hoje.

E agora eu estava com fome mas eu não alcançava.

ㅡ Eu ajudo. ㅡ Ouvi a voz do Miguel ao meu lado e paraliso no mesmo lugar. Ao senti seu corpo perto de mim me causou um arrepio, meu estômago embrulhou e a minha perna estremeceu. ㅡ Aqui. ㅡ Ele falou estendendo a vasilha.

ㅡ É... ㅡ Levanto a minha cabeça lentamente para olha-lo e tentar agradecer a ele. Porém, ao encarar aqueles olhos novamente me fez senti as lindas sensações que ele me causou quando me beijou. ㅡ Eu... ㅡ Perdi totalmente as palavras.

ㅡ Tory... ㅡ Miguel se aproximou de mim me prensando contra o armário de baixo. Ele levantou sua mão até a minha bochecha e acareciando a mesma. Eu? Só fazia ficar paralisada. Eu poderia empurra-lo e dizendo que eu não queria aquilo já que a gente não estava mais junto. Só que eu não queria, esse era o problema. ㅡ ... eu senti sua falta, Tory. ㅡ Ele sussurou antes de juntar seus lábios ao meu me beijando.

•••

O Garoto do CondomínioOnde histórias criam vida. Descubra agora