Simplesmente Você

Tudo vai ficar bem

Karol: O que aconteceu Ana?

Ana: querida, te achei desmaiada no chão do quarto do Diguinho. Você estava pálida e havia sangue no chão.

Logo coloquei a mão sobre meu ventre.

Karol: meu bebê..

Ana: ele tá bem, você teve um sangramento, mas nada grave. O médico disse que foi um problema emocional que eu já até sei de onde veio.

Karol: Ana eu não posso continuar vivendo com o Ruggero, eu o amo demais, eu tenho que me afastar pra esquecer ele de vez e tentar ser feliz.

Ana: te entendo Karol, vamos da um jeito tá?- ela sorri- mutilação moça?

Karol: eu juro que não fiz de propósito, eu só vi o que tinha feito após já ter feito.- eu chorava muito- Eu não aguento mais isso sério, não aguento sentir tudo isso, não aguento que seja verdade tudo o que o ruggero me disse, eu não tenho nada, eu não sou ninguém e afinal só estou aqui grávida por que me dei a ele muito fácil.

Ana apenas me abraçou forte e né deixou chorar.

Logo o médico entrou:

Médico: o que uma moça tão linda faz chorando?

Ele sorri, e reparo o quão lindo ele era.

Ana: Hormônios neh Kah?

Sorrio e balanço a cabeça, não precisa de mais ninguém sabendo da minha triste história.

Médico: então senhora Karol...

Karol: senhora não por favor- digo rindo.

Médico: Mil desculpas- Ele disse rindo- é que é um protocolo aqui do hospital mesmo, jamais teria coragem de chamar uma moça tão bela de senhora. Então Karol, seu caso não foi tão grave, mas você sofreu um sofrimento fetal. Você se estressou muito e isso fez muito mal ao bebê. - eu apenas o olhava- você está no final do 6 mês, você pode de nenhuma maneira de estressar ou principalmente cair.

Ana: Nos sabemos doutor, e prometo que isso não vai mais acontecer.

Médico: Confio em vocês hein? Mas a Karol terá que passar a noite aqui hoje só em observação mesmo, caso esteja tudo bem amanhã pela manhã ela terá alta.

Karol: Ana você não precisa ficar aqui...

Ana: eu não vou te deixar sozinha Kah.

Karol: eu não vou estar sozinha, a enfermeira vem aqui toda hora e fora que os médicos ficam passando pelo corredor o tempo todo também- ela me olha aflita- você não vai passar a noite aqui toda desconfortável não, você tem problema na coluna.

Médico: não se preocupe senhora, eu estou de plantão essa noite. Me encarrego de ficar de olho na Karol.

Ana: okay, e admito que estou exausta, afinal estamos aqui o dia inteiro.- então eu vou indo Kah, fica com Deus minha menina.

Ela me dá um beijo na testa e sai.

Médico: sua mãe é bem atenciosa..

Karol: ela não é minha mãe.- digo e ele fica sem graça- Tenho uma história bem complicada.

Médico: tenho tempo.

Karol: eu nem sei o seu nome, por que deveria te contar minha história?

Médico: então se o problema é esse, meu nome é Lucas.

Karol: Você é brasileiro não é?

Lucas: sim, nasci no Brasil me mudei para aqui na Argentina quando tinha 17 anos, meu sonho era cursar medicina fora. Pretendia voltar depois de me formar, mas depois da morte dos meus pais resolvi ficar.

Karol: sinto muito- entendo muito ele.

Lucas: agora você já sabe meu nome e um fato triste de sobre mim, sua vez não?

Karol: bom, meu pai é um alcoólatra e eu nem sei onde ele está ou se está vivo ou morto. Minha mãe morreu também, fui criada por uma amiga dela que também morreu- suspiro- conheci o pai do meu filho na pior noite da minha vida após sair de um tribunal, ficamos juntos por mais de 1 mês e logo descobrir estar grávida- eu tentei não chorar mas as lágrimas saíram mesmo assim- o pai não quis assumir pois falou que não acha que o bebê é dele.

Lucas: desculpa a pergunta, mas o bebê é dele?

Karol: ele foi meu primeiro e único homem na vida. Ele não quis assumir o bebê, mas a mãe dele não quis me deixar desamparada então ela me acolheu dentro da própria casa.

Lucas: e você não se incomoda em ver ele todos os dias?

Karol: muito, estou aqui por isso.- suspiro- então basicamente e resumidamente essa é a minha história.

Lucas: não sei como esse cara pode ter feito isso com uma moça tão bela.

Karol: eu já fui mais bonita.- eu ri dele

Lucas: te acho prefeita.

Sorrio pra ele.

Karol: você parece ser um cara bom, parece ter um coração puro mas que já sentiu muita dor.

Lucas: basicamente.- ele abaixa a cabeça- eu já tive uma única mulher em minha vida. Ela estava grávida também.- vi uma lágrima cair dos seus olhos- Ela sofreu um acidente de carro, no final nem ela nem meu Rodrigo sobreviveram.

Karol: seu filho ia se chamar Rodrigo?

Lucas: sim...

Karol: você vai me achar uma doida se eu falar..

Lucas: o que- ele diz com um sorriso leve.

Karol: meu bebê, ele vai se chamar Rodrigo.

Ele parou no exato momento em que falei isso e sorriu pra mim, vi uma lágrima descer de seus olhos e nesse momento eu estava fixada em seu olhar.

Lucas: parece que o destino quer nos mandar um sina neh?

Karol: só pode- rimos juntos.

Lucas:  Então linda moça chamada Karol- ele para por um momento- sei que estou sendo bem anti profissional mas, você gostaria de tomar um café comigo após sua alta?

Karol: infelizmente vou ter que recusar- ele abaixa o olhar- Café me dá muita azia, mas se por acaso puder ser uma Vitamina de preferência de açaí, podemos marcar sim.

Vejo um lindo sorriso sair em seu rosto.

Lucas: já até sei onde te levar.

Passamos a noite toda conversando juntos, Lucas tinha uma história parecida com a minha, e essa foi uma das únicas noites que eu consegui dormir sem ao menos pensar em ruggero!