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Eu estava com medo de perder a guarda do Arthur.
Noah me chamou em sua sala e eu fui rápido até lá entrando quando ele liberou.

Me sentei na cadeira a sua frente e ele ficou me encarando por um tempo.

- Sina, porque não me contou que namorava?

- eu não namoro.

- quem é aquele?

- é um amigo, que me ajudou muito. Mas eu não te devo satisfações.

- te ajudou? O temperamento dele é agressivo.- como se o dele não fosse.- Ele te trata como um bem material.

- i?- resmunguei.

- ele disse que o meu filho, é dele.

- nosso, filho.

- nosso é um termo muito forte senhorita Deinert.- ele mexeu em sua gravata.- prefiro dizer, meu.

- ah claro, você carregou ele por nove meses.- bufei.- me chamou aqui pra que?

- quero que você se afaste dele, não por você.- ele disse.- pelo meu filho.- ele olhou para baixo e depois me olhou novamente.

- você mal conhece o Arthur, pode parar de pagar de pai que se preocupa.

- continua sendo o meu filho.- ele disse simples.

- ele nem sabe que você é o pai dele.

- sim, ele sabe.

- que?- levantei as sobrancelhas.

- eu contei pra ele ontem a noite, diferente de você eu trabalho com a verdade.

- droga!- bufei.- como ele reagiu?

- normal.

- ele não...- fui continuar falando mas bufei e me levantei.- já deu o meu horário e eu tenho que buscar o meu filho na creche, licença.- sai de sua sala, senti seus olhos queimarem meu corpo de tanto olhar. Fui até minha mesa e peguei a minha bolsa saindo. Entrando no elevador, vi ele vindo atrás de mim.

- eu te levo.- ele disse.

- oi? Até agora pouco, estava falando que não se importa comigo, e agora quer me dar uma carona?- levantei as sobrancelhas.- eu vou de uber.

- uber's são perigosos, Sina. Você ainda é a mãe do meu filho, desculpe pelas minhas palavras.- ele suspirou e apertou os botões, a porta do elevador se fechou, bufei. Não ia aceitar suas desculpas esfarrapadas.

- oque pode acontecer dentro do uber?- levantei as sobrancelhas mas óbvio que eu sei oque pode acontecer dentro do uber, só quero ver se ele se preocupa comigo. Porque? Sei lá.

- você pode sofrer assédio, ser estrupada, assaltada, morta, sequestrada.- ele disse simples e eu arregalei meus olhos. O elevador se abriu e Hina e Shivani entraram rindo mas logo se calaram quando Noah olhou para elas.
As duas ficaram cochichando e rindo baixo e me olhavam maliciosas até o elevador se abrir e a gente sair.

Fomos até o carro de Noah e ele abriu a porta para mim, Entrei e ele também.
O mesmo começou a dirigir em direção a creche e não seria muito uau, porque é a única creche particular daqui.

Quando chegamos na creche, Arthur estava segurando a mão de uma professora e era a única criança ali.
Logo que ele me viu, veio correndo até o carro e a professora veio atrás pra ver se era eu mesma, porque não costumo vir de carro.

Ela sorriu pra mim e sorriu simpática pro Noah que assentiu, Arthur entrou no carro.

- oi!- ele disse animado.- vocês casaram?- ele perguntou curioso.

- não.- comecei a rir e Noah riu nasal cochichando algo pra si mesmo, eu não consegui ouvir.
Noah voltou a dirigir indo pro meu apartamento enquanto Arthur fazia perguntas bobas.

- vocês formam um casal bonito.- ele disse batendo palminhas e ele senti minhas bochechas queimarem, Noah riu nasal mas logo fez uma careta.

Chegando no meu apartamento eu estava torcendo para Noah não sair do carro, mas o moreno saiu pegando Arthur e a mochila dele no colo, o porteiro me olhou e deu uma piscadinha pra mim cochichando algo.

- uou senhorita Deinert, passando o rodo.- o porteiro riu nasal e eu não segurei uma risada. O humor quebrado.
Quando subimos pro meu apartamento, destranquei a porta e Noah soltou o Arthur no chão, o pequeno foi correndo pra nossa pequena sala.

- entregues.- ele disse.

- obrigada.- sorri simpática e ele ficou parado na porta me olhando. A gente foi se aproximando até que nada aconteceu. É. Nada.

- aquele cara, "deixou" você trabalhar?- ele fez aspas com os dedos me olhando fixo as vezes desviando e passeando sobre minha boca.

- deixou tanto que nada acontecesse entre agente.- falei simples.

- mas ele não pode te impedir.- Noah disse óbvio e deu uma risada nasal.- mas se pode, apronte escondido.- ele disse baixo.

- escondido é tão gostoso.- sussurrei e ele segurou minha cintura aproximando nossos corpos.
Seria estranho se algum vizinho passasse ali em frente e visse aquilo já que estamos na porta que por algum acaso esta aberta. Ele me encarou por um tempo curto e selou nossos lábios dando aquela suspirada.

- iiiii tão namorando tão namorando tão namorando!- a voz de Arthur ecoou pelo espaço e alguns segundos depois que a gente começou o beijo, imediatamente eu soltei nossos lábios e coçei a cabeça olhando o Arthur que ria sapeca no chão.- ai ai.- ele virou de costas e abraçou o próprio corpo, imitando um casal.- me beija me beija!

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