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Estava tudo girando e meu corpo estava dolorido.
Olhei pros lados e estava tudo escuro, só a luz do abajur iluminava o quarto. Eu estava nua e tinha sangue em meu corpo, intimidade e cabeça. John estava dormindo.

Foi horrível, eu não lembro de muito coisa lá que ele me deu uma paulada na cabeça.
Comecei a procurar o meu celular, querendo chorar, gritar, mas eu não podia. Era impotente.

Meu celular estava vibrando em cima do criado mudo, peguei e na tela tinha a foto de Noah, e umas cinqüenta e duas ligações perdidas, eram duas horas da manhã.

Peguei as roupas que achei pelo chão e fui pro banheiro trancando a porta, atendi o Noah e minha voz estava falha, eu não conseguia falar direito.

Call on

- Sina porque você não voltou? Caralho fiquei que nem idiota te esperando, fiz até um jantar pra gente.

- Noah.- falei falha com voz de choro.- porque não veio no meu apartamento?

- acha que eu não fiz isso? Eu fui aí, estava tudo escuro e silencioso então pensei que você tivesse saído, fiquei um bom tempo batendo na porta mas ninguém atendia.

- eu to aqui.- deixei algumas lágrimas caírem me sentando na privada.

- porque esta chorando? Oque aconteceu?- ele perguntou.

- o John.- sussurrei- ele veio aqui.

- ah droga.- ele disse alterado novamente.- eu devia ter ido com você.- ele ficou em silêncio por um tempo.- estou indo aí te buscar, não sai daí ta? To indo te buscar.

- as crianças vão ficar sozinhas.

- estão dormindo, e tem a a babá eletrônica.- ele resmungou.- não sai daí Sina, não é um pedido, ok? Se tranca em algum cômodo, só não desliga.

- ta.- respirei fundo. Deixei o celular no viva a voz e me levantei ligando a torneira para lavar minhas mãos com sangue, meu corpo doía muito, John não poderia ter feito isso.

- ele fez alguma coisa pra você?- Noah perguntou.

- fez.

- ah droga. - ele pareceu bater em alguma coisa. Assim o mesmo ficou em silêncio enquanto eu me olhava no espelho, sentindo nojo de mim mesma.
Escutei uns barulhos e passos, e logo algumas batidas na porta.

- Sina?- ouvi a voz rouca de John. - abre essa porta, ainda não terminamos.- não respondi.- eu sei que você está aí, não vai abrir?

- me deixa em paz.- falei nervosa querendo chorar, peguei uma tesoura que tinha dentro do armário e fiquei em frente a porta, trêmula.

- eu não queria te machucar, mas você não quis me ajudar. Abre isso antes que eu arrombe.

- Sina?- ouvi a voz de Noah no telefone.- estou subindo.

- ah, então você chamou ele?- John disse alterado.- entenda, você é minha, somente minha.- ele pareceu empurrar a porta que rangiu. Lágrimas automáticas começaram a cair e ele continuou empurrando, socando a porta. Logo ela rangeu alto e ele apareceu, dei um grito de desespero deixando a tesoura cair andando para trás, ele veio até mim e segurou forte em meus braços, e tampando minha boca. Arregalei meus olhos me debatendo.

Escutei uns gritos me chamando quando John começou a falar um monte de merda, ele foi puxado e quando vi, era Noah.

John caiu de costas no chão batendo sua cabeça na quina da pia onde ficou sangue.

Noah sentou em cima de John e começou a falar umas coisas que eu não entendia muito bem já que tinha um apito em minha cabeça.

Noah pegou a tesoura.

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