Maldito ANBU

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Acordei com o cheiro amadeirado de perfume no ar, era tão bom quanto a sensação de estar descansada. Meu corpo dolorido me fez resmungar antes de sentir os braços que me seguravam com cuidado, não tinha sido um sonho.

Os lençóis estavam bagunçados nos pés da cama e a claridade já tinha passado pelas cortinas do quarto, já era de manhã e eu não senti a mínima vontade de me levantar para ir trabalhar.

Talvez eu tenha adormecido no peito dele e acordei da mesma forma, sentindo o peso do braço que segurava meu corpo no lugar e dos dedos que acariciavam meu ombro com delicadeza. Kakashi respirava profundamente debaixo de mim e fazia seu abdômen definido subir e descer com calma.

Eu fiquei tentada em passar os dedos pelas cicatrizes e pelas linhas do corpo dele, por cada uma delas. Então eu me saciei.

Contornei devagar uma por uma, cicatriz por cicatriz e em volta de todos os musculos que desciam até o inicio da virilha dele.

Eu realmente poderia passar horas fazendo isso.

Ele suspirou e beijou o topo da minha cabeça, sem dizer nada, sem imposições ou cobranças. Ele me apertou um pouco mais contra seu corpo e me puxou lentamente para conseguir erguer meu rosto e me beijar devagar.

O que estava acontecendo?

Kakashi não havia ido embora durante a noite e não tinha me deixado sozinha pela manhã, nossa mesma posição acusava isso. Meu corpo estava tão confortável quanto na hora em que adormeci.

Ele não tinha me deixado...

Eu suspirei quando ele parou de me beijar para selar nossos labios e voltar a passar os dedos pelos meus cabelos, lentamente, como se não quisesse sair daquela posição. Como se quisesse ficar.

Não senti nenhuma cobrança, não parecia que ele se sentia forçado a ficar. Eu não cheguei a pensar em como seria o dia seguinte enquanto fazia o jantar, nem mesmo depois que aceitei estar com ele no dia em que eu quase quebrei a mesa de centro. Era leve, confortável, então me deixei aproveitar aquele pequeno momento de paz que eu nunca cheguei a sentir em toda a minha vida.

Passei a dar a ele o mesmo carinho que ele fazia em meus cabelos, devagar, criei círculos imaginários na pele firme do seu abdômen. Tracei cada marca novamente que estava na linha da minha visão e ele riu.

Foi tão bom quanto ouvir uma criança rir, parecia verdadeiro... Contente...

— Temos que trabalhar... — Decidi quebrar o silêncio quando me lembrei que precisávamos trabalhar, não era a minha folga esse dia e duvidava que ele tivesse alguma.

— Sim, temos que trabalhar... — Concordou, mas não se moveu e me apertou ainda mais contra seu corpo.

Eu também não queria ir trabalhar, ter que sair daquele abraço confortavel e quente parecia ser crueldade demais. Passei uma perna por cima da cintura dele despreocupadamente, até ele erguer meu rosto e me encararar de forma tão profunda.

Não estava acostumada a receber esse tipo de olhar, nem mesmo sabia o que signifacava. Talvez eu estivesse sendo apressada demais me sentindo confortável para me apioar nele, talvez ele também não estivesse pronto para isso...

Puxei a perna de volta apressadamente, ele uniu as sobrancelhas e se moveu para segurar minha coxa e a colocar no mesmo lugar que eu tinha tirado. Minha única reação foi corar, meu rosto queimou feito um inferno e ele sorriu beijando cada uma das minhas bochechas.

— Kakashi...

— Sim?

Eu travei, e voltei a esconder o rosto da visão dele. Não sabia até onde eu poderia ir ou perguntar, passamos a noite juntos e tivemos um ótimo jantar, mas não queria dizer que tinhamos nada além de um caso. Era difícil saber o que ia acontecer e minha ansiedade batia a porta como uma prisioneira louca, pronta para sair e questionar Kami e o mundo para saber o que ele queria fazer a partir de agora.

Ume - A Paixão de KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora