Ume - A Paixão de Kakashi

O Jantar: A Semente De Um Sentimento

A lua estava brilhando logo atrás do monumento quando uma das minhas panelas começou a chiar. Cheguei cedo do trabalho e quase não deu tempo de arrumar tudo como eu gostaria, corri como uma louca para conseguir empurrar aquele sofá pesado para conseguir deixar a mesa com mais espaço.

Meu apartamento não era enorme, mas como eu sempre morei sozinha não via a necessidade de ter mais de um quarto. No entanto, era tão grande que a maioria dos meus moveis ficavam espalhados — tirando meu grande problema com o sofá e a mesa, claro. As janelas eram altas a ponto de uma pessoa conseguir ficar em pé em cima dela, talvez seja por isso que Kakashi conseguiu entrar fácil comigo no colo no outro dia.

As mesmas janelas também tinham em meu quarto e toda a vista era direcionada para o monumento e o prédio Kage, uma lembrança sutil de que eu passava mais tempo nele do que em casa.

Passei a fita pelo Kimono preto, pelo menos a cor me deixava confortavel o suficiente para mostrar um pouco das curvas que meu corpo fazia. Ajudava a diminuir meu quadril e aumentava a curva da minha cintura, o que ainda me deixaria toda a noite incomodada seria o decote exagerado que esse Kimono fazia. Curto acima dos joelhos e decotado demais para que eu conseguisse me mexer normalmente, seria uma noite tensa.

Eu iria trocar de roupa, também iria trocar de roupa intima. Eu nem mesmo sequer sei o que passou pela minha cabeça quando coloquei aquela maldita renda, talvez tenha pensado demais. Mas não deu tempo, minhas panelas soaram mostrando que já estava tudo pronto.

Corri para a cozinha tentando ter o máximo possível de calma, era dificil, eu não tinha o costume de receber ninguém em casa. E agora, cozinhar para o próprio Rokudaime... Saber que ele estava indo até lá apenas para passar um tempo comigo porque eu não conseguia deixar que ele me beijasse durante o horário de expediente...

Isso me fez corar sozinha como uma boba.

Desliguei as panelas e rezei a Kami que não aumentasse o calor de casa, aquele tecido fino que eu vestia não estava dando conta do tempo quente. Talvez fosse apenas nervosismo, mas eu não conseguia deixar de lado a ansiedade.

Era uma situação de dois lados. Eu estava ansiosa pelo fato de que ele queria ir e por não negar isso, mesmo que eu não estivesse em um patamar parecido com o seu. Eu não era uma Kunoichi, eu não treinava e nunca salvei ninguém. Não sou uma heroína de guerra.

Tentei espantar os pensamentos sacudindo a cabeça, coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e puxei a escadinha de baixo do balcão. Eu precisava deixar de pensar nesse tipo de coisa então tentei me concentrar no que ainda precisava fazer.

Subi as escadas para pegar as taças que eu escondia de mim mesma no fundo do armario, como eu não estava acostumada a receber ninguém, eu nunca as usava. Beber no gargalo foi uma coisa que aprendi com meu pai, era muito melhor do que sujar os copos. Além disso, evitava que eu quebrasse qualquer coisa quando desmaiava no sofá.

Fazia sentido na minha cabeça.

Peguei as taças e as apoiei no balcão, me estiquei para fechar as portas superiores.

— Ume?

Eu me assustei.

Gritei tão alto que os vizinhos provavelmente puderam escutar e minha garganta ardeu. O susto me fez perder a força nas pernas e desequilibrar da escadinha, senti meu corpo voar para longe do balcão.

Parecia que eu estava em um filme em camera lenta, senti meus dedos deslisarem pelo balcão e não encontrarem apoio, então meu corpo bateu contra o chão.

— Ah, merda! — Choraminguei, a dor irradiou dos meus quadris e subiram para a minha cintura. Isso provavelmente me rendeu mais uma mancha roxa para a pele. Otimo.