Decifra-me, ou te devoro

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Roseanne

Para que conheça minha história, é necessário voltarmos ao início de tudo.

Nasci na Coreia do Sul, filha única, poucos tios e primos, família pequena, sabe. Bom, quanto a mim, aqui vai uma leve descrição de uma menina acanhada e insegura, em relação à própria aparência:

Aos 17 anos, não lembro a última vez em que meus cabelos viram uma tesoura, continuava com sua intocável cor e tamanho, castanhos como os da mamãe, compridos até meu quadril. Sabe qual é a verdade? Eu tinha medo de mudar e me sentir pior do que já me sentia, então, por enquanto, deixe-o como está.

Eu me sentia diferente, não só em relação aos meus gostos que eram bem específicos, mas sobre tudo e todos, tinha 1,68, pele tão clara facilmente confundível com leite - ou talvez eu esteja exagerando - a realidade é que não me sentia linda a ponto de despertar algo em alguém. Contudo, eu era feliz, tinha tudo que precisava para isso. Meus pais, Park Ha-yun, um homem realmente admirável, tínhamos a mesma altura, não nos parecíamos tanto fisicamente,
exceto pelos olhos, na mesma tonalidade e profundidade em enxergar as coisas, como dizia meu avô. Minha mãe Kim, era o nosso oposto, baixa estatura, os cabelos na altura dos ombros, e eu era sua cópia fiel quando se tratava de aparência e personalidade.

Voltando no tempo, aos meus 14 anos, meus pais decidiram se mudar para Austin, no Texas, mais precisamente para o interior, onde vivia meu avô paterno, o mesmo estava doente, enfrentava um câncer e meus pais acharam correto que nos mudássemos, para cuidar melhor dele, visto que minha avó havia falecido a poucos meses, o que agravou ainda mais a doença do meu avô.

Apesar da distância, eu sempre visitava meus avós. Meu avô era meu melhor amigo, eu herdara dela todos os meus gostos peculiares, éramos como unha e carne, parecia, que as vezes, ele até sabia o que eu estava pensando, e, o dia que ele se foi, eu poderia simplesmente dizer, que parte de mim morreu para sempre, e ninguém poderia me ajudar a reconstruir essa parte quebrada da minha vida. A alma e o coração sofreram danos irreversíveis, se um dia alguém me fizesse nova de novo, seria um grande milagre, e eu? Bom, no momento, não acreditava mais em milagres.

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23 de Setembro de 2011 - Era outono e eu não poderia ter odiado tanto uma estação, quanto odiei essa, de longe foi a pior do ano.

Naquela manhã de 23 de setembro, um sábado, mas não um sábado qualquer; eu era a criança mais feliz do mundo, sorria toda abobalhada, motivo? O outono. A melhor estação do ano havia começado, e eu amava tanto que, parecia que fazia parte de mim, da minha essência, era a melhor estação do ano, tudo ficava mais vivo, mais bonito, mais cheiroso, e convenhamos, no outono usamos as melhores combinações de roupas.

Mas, o que eu não sabia, era que esse dia marcaria minha vida de uma forma cruel.

Eu não estava entendendo toda aquela baderna que acontecia no andar de baixo, eu estava no meu quarto, sentada na minha velha cadeira, tentava calçar minhas botas o mais rápido possível, para então descer e saber o que era toda aquela bagunça, afinal não recebíamos visitas, era um tanto estranho.

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