Agente Freire - Sariette

Washington

As portas do elevador se abriram e uma Juliette nervosa saiu por ela. Sarah já estava na mansão com Lucas, que seria o guarda costa da loira enquanto Juliette está resolvendo seus problemas pessoais.

Arcrebiano se assustou com a forma que a morena passou por ele, a Juliette entrou na sala do diretor e ele ficou surpresa. Ele tentou se aproximar para escutar qual seria a discussão entre a morena e o diretor, mas foi chamado pelo legista e não teve tempo de nem escutar uma frase deles.

- Eu não posso continuar nesse caso... – Juliette deu um susto no diretor, as coisas estavam indo bem, não tinha escutado reclamações da morena, não entendeu porque ela mudou de opinião tão rápido - Eu estou apaixonada e o caso está se tornando pessoal para mim – Ela não mentiu no início, estava apaixonada ao ponto de largar um dos casos mais importante da carreira.

- Você é uma das agentes mais competente dessa unidade, como deixou as coisas saírem do controle? – Ele questionou a morena, que respirou fundo.

- Tínhamos uma história antes, crescemos juntas, achei que os sentimentos tinham sido apagados durante esse tempo, mas pensei errado – Ela falou e desviou o olhar, sentia o coração apertar em pensar em ficar longe da loira.

- Ótimo, uma das unidades de Washington estão precisando de ajuda, você vai pra lá como punição – Ele informou enquanto puxava um documento, a agente suspirou, mas concordou com a cabeça, pelo menos estaria longe.

...

- Peraí, o que? – Juliette arrumava as malas enquanto escutava Arcrebiano, o homem estava indo contra a decisão da mulher - Caralho, Ju, você estava indo bem – Ele sentou na ponta da cama dela, a assistindo colocar as roupas dentro da mala, a morena não respondeu, apenas continuou guardando as roupas dentro da mala enquanto escutava as reclamações dele.

- Preciso disso... – Juliette fechou a mala e a colocou no chão - Fica de olho na Sarah, não confie em todo mundo – Ela pediu para o amigo, que a olhou confuso, mas a mulher fingiu que não tinha visto e seguiu para a sala com a mala sendo puxada por ela, o homem a seguiu em poucos segundos.

Juliette chamou seu cachorro. Um Pitbull cinza. E colocou a coleira nele, não poderia se mudar para outra cidade sem levar o cachorro com ela. Ela olhou para o apartamento mais uma vez antes de sair com a mala e o cachorro, o Arcrebiano continuou parado no meio da sala, apenas assistindo ela ir.

Enquanto isso, Lucas tinha acabado de desligar uma ligação com o diretor e já sabia que Juliette estava indo embora, que ele iria proteger Sarah, mas o homem não sabia como falar aquilo para uma Sarah nervosa com a demora da Juliette em voltar e com a mesma não atendendo o telefone.

- Senhorita – Lucas chamou a atenção da empresária, que tentava ligar para Juliette mais uma vez - Agente Freire foi designado para outro caso, ela está indo para Washington nesse exato momento – Ele informou para a mulher, que se levantou do sofá na mesma hora e balançou a cabeça desesperada.

- Ela não iria embora sem se despedir, ia?

...

Quatro horas de viagem de carro, muita coisa para pensar e Sarah ligando.

Juliette estava cansada quando entrou no apartamento que tinha na cidade e a primeira coisa que fez foi se jogar no colchão. O apartamento é pequeno e além do colchão, tinha uma televisão velha no chão, uma geladeira velha, um fogão e um micro-ondas que ela comprou de última vez que esteve lá.

Ela iria começar no dia seguinte, era um caso de tráfico humano e não pode enrolar, por isso depois de colocar comer e água para o cachorro, ela deitou já de pijama e dormiu, ignorando o toque do celular.

Sete horas da manhã e a morena já passava pela porta da unidade, era bem diferente da unidade de Nova York, mas ela já conheciam algumas coisas, o que facilitou ela não se perder. Ela falou com o diretor e pegou o crachá.

- Juliette Freire? – Uma mulher alta de aproximou da morena, ela é negra e os cabelos estavam com tranças, ela tinha um sorriso simpático - Camilla de Lucas – A mulher se apresentou e estendeu a mão para a morena.

- Você é uma das responsáveis pelo caso, certo? – Juliette lembrou do chefe falando os nomes dos agentes que estavam no caso também - Você e...

- João Luiz, a sua disposição – O homem apareceu do lado de Juliette, dando um susto na mulher. Ele era negro, tinha o cabelo Black Power e era alto, o homem tinha quase a mesma altura que a Camilla.

- Então... Como anda o caso?

Não era o primeiro caso de tráfico humano que Juliette cuidava, era comum na vida de policiais federais e muito desses casos não ia a público. Lidar com tráfico humano precisava se manter calmo e na linha, era brutal como tudo acontecia, poucas pessoas tinham estômago para encarar um caso desse. A morena quase não aguentou quando viu o primeiro caso, quando ela abriu um caminho cheio de adolescentes e crianças sendo levadas para o México.

Mas Juliette não iria ficar só de olho nesse caso. Apesar de estar longe dela, Juliette não ia deixar de proteger Sarah, tem que achar provas que Rodolffo é o assassino e tentar achar as pessoas que estão ajudando ele.

Ela ama a Sarah.

É isso. Juliette Freire ama Sarah Andrade. Pode ter passado quase doze anos e muita merda ter acontecido na vida da morena, mas o coração dela nunca deixou de ser da sua amiga de infância, da loira ciumenta. E novamente, ela foi obrigada a se afastar da mulher, teve que arrumar as malas e ir embora.

Em Nova York, Sarah estava de coração partido de novo. Em Washington, a morena estava lutando para voltar para a loira de novo, mas dessa vez lutar parecia ser a coisa mais difícil que a morena irá fazer.

Ela não sabe com o que está se metendo, não sabe o quanto Rodolffo pode ser perigoso ou a organização que ele faz parte, ela estava com medo, com muito medo mesmo, mas desistir não estava no vocabulário dela.