Explosão

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- E eu preciso ir.

Sarah estava em choque até escutar a morena falar novamente, ela piscou e correu até a mais baixa, a impedindo de sair do quarto. Ficou entre a porta e Juliette, que arqueou uma sobrancelha, em dúvida do que a loira fazia.

- Eu também te amo – Sarah colocou as mãos na bochecha da morena antes de a puxar para um beijo. Após doze anos de enrolação, Sarah realizou sua maior vontade, beijar a mulher que tanto amava, que não saia da sua mente

Juliette sorriu entre o beijo e retribuiu o mesmo, puxando a loira pela a gola da blusa. Se elas tinham certeza dos seus sentimentos uma pela outra antes do beijo, elas ficaram com mais certeza quando sentiram uma sensação boa no estômago. Juliette se afastou um pouco quando o ar faltou aos pulmões, ela colou a testa no da Sarah e olhou para a loira, que a encarava.

- Eu realmente preciso ir – Juliette estava com a voz baixa e rouca - Preciso resolver um problema – Ela se afastou da loira, com um sorriso no rosto.

- Não – Sarah falou manhosa e escondeu o rosto no pescoço da morena que gargalhou - Vai se encontrar com a Gi? – Sarah usou deboche no apelido da Gizelly e revirou os olhos - Pagar o que está devendo a ela?

- Deixa eu te contar um segredo... – Juliette se inclinou - A Gizelly é casada.

- O que? – Juliette riu e virou a loira - Não vai não. Resolve isso depois – Ela sentiu a mão da empresária na cintura dela, o hálito quente dela na nuca, a voz rouca no seu ouvido e a morena quase pensou em desistir.

- Eu preciso fazer isso para a paz reinar na minha vida novamente – Ela falou e se virou na direção da loira, depositando um selinho nos lábios dela - Mas eu voltou rápido, vai ser apenas uma hora ou até mesmo menos que isso, é só mandar uma coisa para uma amiga – Juliette explicou, Sarah assentiu, se inclinando para dar mais um selinho na morena.

- Vou te esperar.

E por fim, a morena saiu do quarto com um sorriso enorme no rosto, avisou para os outros que iria dar uma rápida passada na unidade, mas que voltaria para comemorarem o aniversário da Sarah. Ela saiu correndo do prédio, foi até o carro que estava parado na frente do prédio e seguiu para a unidade.

Não passou muito tempo nas ruas, tinha comprado aquela apartamento no centro da cidade por causa do trabalho. Juliette correu para a unidade e foi para o andar que ela ficava no tempo que trabalhava lá, acenou para quem a reconhecia e se sentou na mesa dela, que continuava da forma que deixou e percebeu que Sarah tinha colocado uma foto delas na mesa.

Juliette sorriu para a foto e voltou sua atenção para o computador, lembrar da senha foi fácil, era a mesma que usava em Washington, entrou no e-mail e encontrou o documento que Gizelly tinha mandado para ela.

Ela mandou para Kerline, uma agente da CIA, que cuidava de tudo do caso, Juliette mandava tudo que achava para a agente que ia juntando, agora ela tinha todas as provas para mandar toda a organização para a prisão. Juliette desligou o computador com um enorme sorriso.

Mas no minuto seguinte, um barulho enorme foi escutado na unidade e ela sentiu o chão sumir diante dos seus pés, literalmente tinha sumido.

...

- O que ela foi fazer na delegacia? – Arcrebiano olhou pra Sarah, que apenas deu os ombros enquanto olha para as pessoas jogando Twister.

Quando completou duas horas que Juliette tinha ido, Pocah ligou para ela, mas a morena não atendeu, deu fora de área. Sarah ficou nervosa após ligar pela terceira vez para a morena, começou a achar que Juliette tinha partido novamente, tinha a deixado pela terceira vez.

- Gente – Carla chamou a atenção de todos enquanto olha para a televisão, ela pegou o controle e aumentou o volume da mesma.

- A unidade da polícia federal em Nova York acaba de explodir – A repórter estava na frente do prédio que estava completamente destruído - Não sabe se há sobreviventes, os bombeiros ainda estão nas buscas – Carla olhou pra Pocah que estava olhando para Sarah, a loira estava travada no lugar.

- Eu vou pra lá – Arcrebiano falou já pegando o casaco, Sarah piscou algumas vezes antes de encarar o agente, que já estava saindo do apartamento.

- Eu também vou – Ela correu para alcançar o homem, que assentiu.

No final acabou indo todo mundo para o local da explosão.

A frente da unidade estava cheia de repórteres, de pessoas curiosas, há três carros de bombeiros parados, cinco ambulâncias e carros da polícia. Bil não deu ouvidos ao policial que avisou que não deveriam se aproximar mais, ele correu para perto do chefe, que não estava na unidade quando explodiu, o homem tinha saído para jantar com a esposa quando tudo aconteceu.

- Ah Agente Araújo, é bom ver que não estava lá também – O chefe falou e acenou para Sarah que estava bem atrás do Arcrebiano, os olhos cheios de lágrimas enquanto olhava para onde os bombeiros estavam saindo.

- A Juliette está lá dentro – Bil informou ao chefe, que mudou de expressão.

- O que a agente Freire estava fazendo aqui? – Bil deu os ombros e focou os seus olhos nos bombeiros, que estava saindo com uma pessoa de dentro, o homem assistiu quando um lençol branco foi colocado em cima do corpo.

Arcrebiano se aproximou do lençol, tirando um pouco para saber quem está debaixo, ele ficou aliviado ao ver que não era a Juliette, mas triste por saber quem era a pessoa. Era o legista. Bil já tinha saído algumas vezes com ele e sabia que o homem era muito novo, não tinha nem completado 27 anos.

Ele se levantou e negou com a cabeça para Sarah, que juntou as mãos, Sarah andava de um lado para o outro enquanto sussurrava orações. Os outros só ficaram atrás da faixa da polícia para não atrapalhar os bombeiros, mas eles sempre ficavam na ponta do pé quando algum bombeiro saia.

- Sarah – Bil gritou pela loira quando alguns bombeiros saíram do correndo de dentro do prédio com uma maca. Sarah se aproximou correndo - É ela.

Juliette estava inconsciente, tinha um pedaço de telha na barriga e um ferro no joelho direito, o corpo estava coberto de cinzas e arranhões, o seu rosto tinha um enorme corte na testa. Os bombeiros correram até a ambulância, notificando que a morena ainda estava viva, mas com os batimentos fracos.

- Eu conheço ela – Sarah gritou para um dos paramédicos, que abriu a porta da ambulância para a loira entrar. Ela acenou com a cabeça para o Bil antes de entrar no carro e se sentar perto de onde deixaram a Juliette, que estava com uma máscara de oxigênio enquanto seus batimentos são monitorados.

- Vamos – O paramédico gritou para o motorista, que começou seu caminho depois de ligar a sirene. Sarah segurou a mão da morena, as lágrimas estão molhando o seu rosto, era a pior cena que ela tinha visto na vida dela.

Agente Freire - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora