Agente Freire - Sariette

Briga

- Essa peça é aqui.

Juliette estava sentada na mesa de jantar com Toyah e João, eles montavam o lego que a morena tinha comprado para a afilhada, mas ela escutava o Bil jogando mais Rodolffo, Sarah conversando com Thaís e Karol, Sarah olhava na direção da Juliette quando escutava a risada da morena.

Pocah estava sentada mais Camilla e Carla, parecia uma conversa animada, já que se escutava as risadas de Carla em um e um minuto. Gilberto tentava fazer Arcrebiano se aproximar de Arthur, que sempre olhava para o agente.

Estavam em uma energia tão boa quando a voz de Rodolffo aumentou, eles ficaram em silêncio enquanto olhavam Bil e Rodolffo brigando por causa do vídeo game, pelo que parece, Rodolffo não gostou de perder para Bil. Gil já tinha se levantado do sofá e olhava assustado para Sarah.

- Deixa de ser besta, é só um jogo – Bil exclamou e o Rodolffo pareceu ficar com mais raiva. Juliette cobriu os olhos da Toyah quando os dois saíram no soco no meio da sala de estar da Pocah, Lucas se meteu no meio, para tirar Bil da briga, mas Rodolffo o empurrou para longe da briga.

- Rodolffo, para com isso – Sarah gritou quando se aproximou deles, Juliette se levantou quando viu a expressão de Rodolffo para cima da Sarah, é uma de assassino, lembrando de vários assassinos que ela já interrogou.

Arthur aproveitou a distração de Rodolffo para puxar Bil para longe, Juliette queria se aproximar, mas tinha que ficar na frente de Toyah pra ela não ver o que estava acontecendo na festa de aniversário dela.

- Vai embora – Sarah pediu de forma calma para o noivo, que respirou fundo antes de balançar a cabeça, ele se aproximou da mulher e a Juliette colocou a mão na arma que estava em sua cintura, mas o homem deu um selinho.

Ele saiu do apartamento batendo a porta com força, Juliette voltou a sentar na cadeira, ela olhou para Toyah que estava com medo dos gritos, ela pegou a mais nova no colo, a mesma escondeu o rosto no pescoço da morena que apenas encarou Pocah que estava ajudando Arthur com o Bil.

- Está tudo bem, meu amor – Juliette passou a mão pelas costas da menina.

O clima ficou estranho no apartamento, Carla desligou o vídeo game, todos se sentaram em um círculo no meio da sala, conversando sobre coisa banais enquanto Juliette apenas conversava com Toyah, não tinham terminado de construir o lego, mas combinaram de continuar outro dia com o João. Toyah estava entretida com Juliette, brincando com o colar da mais velha, era um colar que a mãe da morena tinha dado e que Juliette usou no velório.

- Ju – Arthur atraiu a atenção da morena - O que te trouxe de volta? - Juliette suspirou enquanto voltava a olhar para a afilhada.

- Minha mãe – Ela falou com a voz um pouco baixa, mas foi escutada.

- A vovó Fátima está bem? – Toyah questionou a madrinha. Ela era apegada na mãe da morena desde que nasceu, depois que a mãe de Pocah começou a ignorar ela por causa da carreira que ela resolveu seguir, a mãe da morena foi a figura de uma avó para a pequena Vitória.

- A vovó Fátima... – Juliette ajeitou a pequena no seu colo - É uma estrelinha agora, meu amor – Ela explicou para a mais nova e todos a olharam.

- Como assim, Juliette? – Carla perguntou e a morena suspirou, sem a olhar.

- Mamãe morreu no domingo, parada cardíaca – Ela respondeu e o silêncio dominou o apartamento novamente - Não adianta me olhar com essa cara, estou ótima – Ela tentou tranquilizar os outros, mas ninguém acreditou nela e apenas continuaram em silêncio, olhando para a mulher ainda.

Juliette se surpreendeu quando Toyah a abraçou.

- Mamãe fala que as pessoas ficam tristes quando alguém vira estrelinha, a gente tem que abraçar quando alguém fica triste – Toyah falou para Juliette que retribuiu o abraço, sentindo a vontade de chorar voltar com força.

...

Juliette fechou a porta do quarto de Toyah e tomou um susto quando o seu corpo se chocou contra o corpo de Sarah, a loira estava indo saber como as coisas estavam com a pequena, mas parece que Juliette tinha colocado ela para dormir de forma rápida. Elas se afastaram envergonhadas.

- Desculpa – Juliette falou em voz baixa e passou pela mulher, que segurou o braço da morena, a impedindo de continuar a andar. Sarah olhou para os lados antes de empurrar a morena para dentro do quarto de hóspedes.

- Por que você foi embora? – Sarah trancou o porta e se virou para a Juliette, que andou até a cama, se sentando na ponta da mesma.

- Trabalho, recebi outro caso – Juliette mentiu, não poderia contar tudo que aconteceu no dia que elas voltaram de Nova Orleans, era muito arriscado e não sabia quem fazia parte da organização que Rodolffo contou.

- Está mentindo – Sarah tinha certeza do que estava falando - A gente teve uma conversa maravilhosa sobre sentimentos e você fugiu novamente – Ela se aproximou da agente - Da mesma forma de anos atrás. Quando falamos de sentimentos você foge, se não sente o mesmo é só confessar.

- Não tem nada a ver com isso – Juliette se defendeu.

- E tem a ver com o que? – Sarah elevou a voz, a morena ia falar quando ela escutou o celular tocar, ela pegou o mesmo que ela tinha colocado na cama, ela sorriu quando leu o nome que estava escrito na tela do celular.

- Agente Freire – Ela falou assim que atendeu.

- Ei, eu consegui, estou mandando para o seu e-mail – A outra pessoa falou, Juliette sentiu o seu coração relaxar com a notícia e sorriu mais - Agora é só preciso mandar para a Kerline, depois teremos fechado o caso, mas mande por um computador seguro ou tenho certeza que eles vão perceber.

- Obrigada, Gi, um dia te dou um beijo na sua boca – Juliette falou animada e causou ciúmes na Sarah que cruzou os braços, fazendo bico - Eu sei como mandar. Até mais – Gizelly devolveu o até mais antes de desligar a ligação.

- Entendi... – Sarah andou até a porta do quarto - Você está com outra.

- Oxi, tu tá noiva e eu nem estou reclamando – A morena murmurou e Sarah a olhou de forma séria - Gizelly é uma amiga que está me ajudando com um problema – Juliette se explicou, mesmo sem achar que precisava, ela andou até a porta também - Falando nisso, preciso ir para a unidade.

- Espera, espera. Você nunca falou dos seus sentimentos por mim, eu já falei duas vezes e você fugiu nas duas vezes... – Sarah foi interrompida.

- Eu te amo pra caralho.