Agente Freire - Sariette

Recomeço

Eu postei duas histórias novas no meu perfil, dêem uma olhada depois.

Bjs.
_______________________________________________________

- Tente ir com calma – A fisioterapeuta falava enquanto instruía a Juliette.

Era a segunda sessão de fisioterapia que a morena faz, mas ela ainda sente muita dor no joelho quando faz esforço. Ela tentava andar se a ajuda da sua bengala no apartamento, mas acabava caindo ou sentindo muito dor, o que faz com que ela fique frustrada por não ter avanços na recuperação.

- Mais calma que isso, só se eu virar um bicho preguiça – Gilberto começou a rir da resposta da amiga. Ele que estava acompanhando ela naquele dia e estava sentado em uma das cadeiras da sala, assistindo a morena.

Sarah estava na empresa, tinha algumas reuniões naquele dia e não poderia levar a morena para a fisioterapia, mas ela não sabia que não é uma ótima ideia manter Gil e Juliette perto um do outro sem supervisão de um adulto, enquanto a agente fazia piadas, o homem concordava com tudo e ria, o que mais atrapalhava a sessão do que ajudava.

- Ok... Vamos encerrar a sessão por hoje – A fisioterapeuta foi vencida pelos dois e resolveu liberar a morena mais cedo aquele dia. Juliette andou até a bengala, finalmente tirando o peso da perna ruim e suspirando aliviada.

Ela se despediu da médica antes de sair da clínica junto de Gilberto, já tinha a próxima sessão marcada e esperava ter mais um avanço. Eles foram até a empresa de Sarah, a morena iria almoçar com a mesma e com o Seung, que tinha sido levada pela loira quando ela saiu de manhã do apartamento.

Juliette não tinha visto quando Sarah saiu aquela manhã, ela passou a noite acordando de instante e instante por causa do Seung, que estava com febre por causa dos nascimentos dos dentes, mas na manhã ele estava melhor, o que resultou na empresária o levando para a empresa.

Gilberto apenas deixou a morena na frente da empresa, tinha trabalho para fazer e não poderia parar para conversar com a melhor amiga. Ela não teve problema em subir para a cobertura, onde ficava o escritório da namorada.

- Srta. Freire – A secretária de Sarah cumprimentou a morena - Pode entrar, ela está te esperando – Ela avisou e a Juliette agradeceu com um aceno, ela andou até a sala da namorada, batendo na porta antes de entrar.

Sarah estava sentada na cadeira dela, com o Seung sentado no colo dela, os olhos da loira estavam focados no computador enquanto o Seung está com o punho dentro da boca, babando toda a mesa da mais velha. Juliette sorriu com a cena, ela fechou a porta devagar para não fazer muito barulho, andou até a namorada e assim atraiu a atenção da mesma.

- Chegou cedo – Sarah comentou e a morena se inclinou pra dar um selinho nela - O que você fez com a médica? – A loira conhecia bem a namorada, já sabia que a mesma deveria ter feito alguma coisa para sair mais cedo.

- Apenas falei que ia virar um bicho preguiça com os passos dela - Juliette a respondeu como se nada tivesse acontecido, mas recebeu uma repreensão da empresária - Eu juro que foi só isso... Ela que resolveu me liberar cedo e o Gil está de prova – Ela se defendeu, sentando em cima da mesa da loira.

Juliette usava um short jeans, com uma blusa preta e uma jaqueta de couro também preta, nos pés tinha um all star de cano alto preto e no seu joelho há uma brace de joelho donjoy para ajudar no dia a dia da morena. Segundo a médica da mesma, aquela brace deve ser usada pelo resto da vida dela, o que causava uma certa frustração na agente, que quer se livrar daquilo.

- Vocês juntos... Só dá merda – Sarah entregou o pequeno para a Juliette, a mesma nem deu ouvidos para o que a namorada falou, apenas deu atenção para o garotinho, que agora estava sorrindo para ela.

- Ei, menino, ajudou a sua mãe com as reuniões? – Sarah sorriu, ainda não tinha se acostumado com o fato de ser mãe, claro que o processo de adoção ainda estava acontecendo, mas ele já vivia com elas há semanas, era normal para ambas acordar cedo com o choro dele, escutar a risada dele.

- Pulamos algumas etapas – Ela falou para a morena, que parou de encarar o pequeno e olhou para a namorada - Muitas pessoas esperam o casamento para ter filhos, mas o Seung apareceu na nossa vida antes mesmo da gente começar a namorar – Ela contou, fazendo a Juliette sorrir mais para ela - Eu paro e olho para vocês, é tão estranho pensar que ele é o nosso filho.

- Vamos pensar que demoramos doze anos para ficar juntas, então estamos mais atrasadas do que pulando etapas – Juliette disse, beijando a bochecha do pequeno, que gargalhou, batendo as mãozinhas, animada com o beijo.

- Vamos nos casar? – Juliette arregalou os olhos com a pergunta de Sarah e a loira tentou se justificar - Estamos adotando o Seung e andei pesquisando sobre adoções, é mais fácil adotar quando são casados...

- Então você quer se casar apenas por...

- Não, não, eu quero me casar com você porque eu te amo, porque esperei doze anos para te ter, para te chamar de minha e porque eu quero que você tenha meu sobrenome, eu quero ter o seu sobrenome – Sarah interrompeu a agente, que sorriu com os olhos lacrimejando, emocionada pela fala dela.

- Peça direito – Juliette pediu com um sorriso sapeca e a loira gargalhou, ela se levantou da cadeira e se ajoelhou na frente da morena.

- Juliette Freire Feitosa, você aceita se casar comigo? – Ela tirou o anel, que usava, e usou como o anel de noivado, Juliette sentiu as lágrimas caírem em seu rosto, não acreditando que Sarah estava realmente fazendo aquilo.

- Eu aceito casar com você, Sarah Carolline – Sarah se levantou, a beijando, selando o noivado das duas. Elas apenas pararam quando o Seung bateu no rosto delas, elas riram enquanto se afastavam, olharam para o pequeno.

- Pronto para vestir um smoking, pequeno? – Sarah fez cosquinhas nele e o mesmo soltou uma risada gostosa, tentando esconder o pescoço do ataque.

Apesar das fatalidades que aconteceram nos últimos meses, Juliette estava feliz por finalmente estar com quem ela amava, com quem ela esperou mais de doze anos. Ela poderia falar que aquilo era um recomeço, um recomeço depois de tanta merda que aconteceu na vida dela, na vida delas.