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Decidi sair do banheiro e parar de respondê-lo, caso contrário só Deus sabe quando eu sairia dali. Respirei fundo e abri a porta. Ele ainda estava ali, com o celular nas mãos e parado no mesmo lugar.

— Não está gostando da festa? — Perguntei e ele me encarou e guardou o celular no bolso.

— Na verdade, não me sinto mais tão bem em festas assim. Vim apenas por consideração a Christian.

— Vocês são muito amigos, né?

— Sim. Muito.

— Também não estava muito animada, mas ele é importante para nós.

— Nós? — Ele perguntou, confuso.

— Eu e minhas amigas. As que estão comigo.

— Ah sim.

Sorri, observando-o. Ele estava tão lindo, com uma camisa social preta, calça jeans e tênis. Ele tinha aparado a barba também. Talvez eu tenha encarado-o mais do que deveria, porque ele me encarava com um pequeno sorriso no rosto.

— Vai ficar por aqui mesmo? — Perguntei, tentando não ficar tímida por ter olhado demais para ele.

— Acho que sim. Já, já, vou embora.

— Ah. — Mordi meu lábio.

Ele também mordeu os lábios e me encarou por alguns segundos antes de voltar a olhar pela janela. Ele abriu a boca para dizer algo, mas rapidamente a fechou e eu suspirei frustrada. Não estava nem puxando assunto, talvez eu estivesse sendo um incômodo.

— Não vou mais incomodar. Com licença. — Disse indo até a porta.

— Anahí — Ele me chamou.

— Sim? — Virei-me.

Ele me encarou tão intensamente que eu pude sentir um arrepio intenso percorrer todo meu corpo. Eu estava muito louca por achar que ele me olhou com desejo?

— Não é nada. Desculpe. — Ele forçou um sorriso e eu apenas assenti, saindo do quarto rapidamente.

Mais frustante impossível, não?

Eu precisava beber um pouco mais, acho que não estava alcoolizada o suficiente para passar essa vergonha.

Quando voltei, encontrei as meninas rapidamente. Bebi mais alguns drinks e dançamos com Christian e alguns outros convidados.

(...)

Um pouco mais de uma hora e meia depois, eu sabia que estava bêbada, mas realmente não estava me importando com isso. Não sei dizer ao certo o que estava esperando dessa noite, mas estava com uma grande sensação de frustração.

Que merda, Anahí!

Decidi subir para ir ao banheiro de novo, queria muito ligar para Alfonso e mandá-lo ir se foder. Mas, como eu poderia xingar alguém apenas por ele não corresponder a minhas expectativas? Aliás, quais eram minhas expectativas?

Minha cabeça parecia estar cada vez mais embaralhada e eu sabia que era tudo efeito do álcool. Típico, eu bebo e me arrependo depois.

Entrei no quarto e Alfonso não estava mais lá. Fui ao banheiro e após fazer minhas necessidades retoquei meu batom e ajeitei meu cabelo. Meu corpo estava quente por causa da bebida e eu estava começando a ficar com vontade de ir embora.

Acho que talvez deveria chamar um táxi e ir para casa. Não quis olhar meu celular para ver se tinha mais mensagens de Alfonso, acho que naquele momento a melhor coisa a se fazer é ir para casa e dormir.

Quando saio do banheiro, me assusto com Alfonso no quarto, não consigo evitar um gritinho de susto e coloco a mão no peito aliviada por ser ele.

— Você quase me matou de susto! — Eu disse, respirando fundo.

— Me desculpe. Percebi que você estava bebendo demais e quando subiu vim ver se estava tudo bem.

Ele estava preocupado comigo? Estava me observando? Oi?

Franzi o cenho, mas dei de ombros.

— Estou bem. Obrigada.

— Que bom. Menos mal então.

— Pensei que já tivesse ido embora.

— Decidi ficar um pouco mais, encontrei alguns conhecidos.

— Ah — Mordi meu lábio — Bom, vou descer. — Ele assentiu e quando eu estava passando por ele, por obra do destino ou alguém que estava de muita brincadeira com a minha cara, tropecei no tapete que ficava no caminho da porta e precisei me segurar em Alfonso que ao perceber que eu iria cair, me segurou com força pela cintura.

— Tenha mais cuidado — Ele disse, mordendo os lábios.

— Me desculpe. Acho que realmente bebi demais — Eu disse, sem jeito. Alfonso me olhou e seus olhos percorreram dos meus olhos até minha boca. É impressão minha ou ele estava querendo me beijar?

Pensei em me recompor e me afastar, mas, porra, eu não deixaria essa oportunidade passar de jeito nenhum. Mesmo que depois eu precisasse dizer que era tudo culpa da bebida.

Me ajeitei e me apoiei em seus ombros, quando Alfonso começou a afastar seus braços de minha cintura, eu o puxei pela nuca e o beijei. Foda-se!

Mais louco ainda foi que ele correspondeu. Voltou a envolver minha cintura com seus braços e me puxou mais contra ele. Enrosquei meus dedos em seu cabelo e me deliciei com o momento. Caralho, que beijo! Se ele não sentisse um pingo de atração por mim teria me afastado, não é?

Quando paramos de nos beijar, mordi seu lábio e ele me encarou por alguns segundos. Parecia estar sem reação e era evidente em sua calça que ele havia gostado. Não só ele, devo dizer.

— O que… — Eu o interrompi, quando percebi que ele estava ainda mais sério. Não queria levar uma bronca naquele momento, não mesmo.

— Me desculpe, eu… — Me afastei, mordendo o lábio — Preciso ir. — Sai rapidamente do quarto e desci até onde as meninas estavam quando eu saí. Por sorte, encontrei-as no mesmo lugar que antes e avisei que iria embora. Elas disseram que iriam também e nós dividimos o táxi.

Decidi deixar para contar a elas no outro dia que havia beijado Alfonso, acho que nenhuma de nós estávamos em um bom estado para conversamos sobre isso e Maite estava chateada por causa de seu ficante misterioso. Além de tudo tinha eu que estava totalmente atordoada, pensando se ele iria me dar uma bronca na segunda-feira. Naquele momento eu não me arrependia de ter beijado, mas tinha medo do dia seguinte.

Que Deus me ajude!

Crazy for you | PONNYOnde histórias criam vida. Descubra agora