42

464 36 3
                                    

Quando chegamos na festa, tentei não procurá-lo novamente por todo o ambiente, mas foi impossível não olhar para cada canto a cada cômodo que passávamos. Havia comentado com Dulce sobre Alfonso querer falar comigo, ela disse que eu deveria ir para ver o que ele quer.

Ainda não sabia se ia ou não, mas levando em consideração o modo como eu estava me sentindo ansiosa, com certeza iria. Mesmo não querendo, é mais forte do que eu.

Já se passavam da meia-noite e quinze minutos quando chegamos, então não demorou muito para ser quase uma da manhã. Havíamos conversado com algumas pessoas e Maite já estava dançando loucamente com Christian na pista de dança. Encarei Dulce que olhou seu celular.

— Faltam só dez minutos, você vai? — Ela perguntou.

— Não sei. Nem o vi aqui.

— Mas se ele disse é porque ele está.

— Não sei, não. — Suspirei.

— Você sabe que mesmo não querendo, quando se der conta já estará em frente à porta daquele quarto. Então, vai logo.

— Eu sei. — Revirei os olhos.

— Mesmo que ele tenha dito que não quer se queimar, não pegue pesado com ele. As ações dele não estão indo de acordo com o que ele disse e isso já é uma ótima oportunidade para você. Você tem ele nas mãos e só não se deu conta disso ainda.

— Não concordo, Dul. — Ela me interrompeu.

—Não precisa concordar, só tente ouvir o que eu digo.

— Tudo bem — Mordi o lábio.

Durante os minutos que se passaram, não vi Alfonso e nem sabia se ele realmente estava ali. Mas, quando deu 01:00, não pude evitar me despedir de Dulce e subir para o andar dos quartos. Parei em frente a porta e respirei fundo. Não poderia ser tão ruim, afinal, ele não seria louco de me chamar ali apenas para me dar um sermão, não é?

Abri a porta e o vi parado em frente a janela com um copo na mão, ele olhou rapidamente quando ouviu a porta sendo aberta. Fechei-a e caminhei até onde ele estava, parando bem em sua frente.

— Olá, Alfonso.

— Olá, Anahí. Como está?

— Muito bem e você?

— Estou bem.

— O que quer?

— Você está chateada comigo? — Ele perguntou.

— Por que estaria? — Cruzei os braços.

— Porque desde que disse que sabia que era você e que não poderia estragar minha carreira, você simplesmente me trata com a maior frieza do mundo. Eu não menti para você e muito menos fui grosso, apenas fui sincero.

— E não era isso que você queria? Que eu me afastasse?

— Eu nunca disse isso. Apenas disso que apesar de você ser linda, eu não poderia estragar minha carreira. Achei que pelo menos poderíamos, sei lá, sermos amigos.

Gargalhei, não evitando revirar os olhos.

— Você não acha que te mandei todas aquelas fotos para me contentar apenas com uma amizade, né?

— Pensei que fosse mais madura.

— E sou, por isso não vou me tornar sua amiga, sendo que o que eu quero de você não é amizade. Seria pura falsidade e isso eu não sou e nem quero ser.

— E o que você quer comigo? — Ele perguntou, virando o copo de uma vez e o colocando em cima de um móvel que estava ao seu lado. Alfonso lambeu os lábios e como se não pudesse ficar pior, começou a tocar Bad Intentions. Típica de playlists de sexo e a mesma que eu havia postado em meu stories. Isso era um complô contra a minha pessoa?

Crazy for you | PONNYOnde histórias criam vida. Descubra agora