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— Bom dia, amor da minha vida! — Eu disse, abraçando Dulce que depositou um beijo em minha bochecha.

— Bom dia, paixão. Dormiu bem?

— Maravilhosamente bem. — Sorri.

Dulce me olhou desconfiada e depois respirou fundo.

— Sei que vou me arrepender de perguntar, mas o motivo para esse ânimo todo é o Alfonso?

— Sim! — Eu peguei meu celular e mostrei para ela nossas últimas mensagens. Dulce me olhou com os olhos arregalados.

— Não estou entendendo mais nada. Ele quer ou não?

— Na minha opinião, ele quer, mas não quer querer. Entende?

— Faz sentido, mas toma cuidado, por favor — Assenti — E eu preciso te contar uma grande novidade! — Ela disse animada.

— Qual? — Sorri

— Eu arranjei um estágio nas empresas Uckermann, mas só posso começar no meio do penúltimo ano ou no último ano do curso. Aí depende deles.

— Ai, meu Deus! Isso é ótimo! — Abracei-a novamente — E o seu pai, disse o que?

— Disse que estava tudo bem, contanto que eu esteja feliz. E que as portas da empresa estarão abertas quando eu quiser, ele é a favor da liberdade e sabe que isso pode me trazer mais aprendizados.

— Isso é ótimo, Dul! Parabéns!

— Muito obrigada, Any!

Decidimos ir para a sala porque em menos de dois minutos o sinal iria ficar. Entramos e fomos para nossos lugares e o sinal tocou assim que nos sentamos.

— Você já decidiu como vai se aproximar dele? — Dulce perguntou.

— Não — Fiz bico — Mas ainda estou pensando.

— Boa sorte.

— Obrigada.

Todos os alunos já estavam em seus lugares e a porta se abriu novamente revelando aquele pedaço de mau-caminho. Quer dizer, aquele com certeza era o caminho inteiro.

Meu Deus, Anahí! Pare!

— Bom dia, queridos alunos. — Ele disse do mesmo jeito sério de sempre, parecia até mesmo estar falando com ironia e talvez realmente estivesse.

— Bom dia — A maioria disse em uníssono.

— Hoje tenho uma linda surpresa para vocês. Aposto que vocês irão amar! – Ele deixou a sua maleta na mesa e se encostou no móvel – Um trabalho individual, eu irei passar todas as informações na lousa, então por favor copiem. Se o trabalho não estiver do jeitinho que eu pedir, a nota será zero. – Ele pegou um canetão em sua maleta e foi até a lousa.

— Tem certeza que é esse homem que você quer pegar? — Dulce se virou para mim, sussurrando – Ele é um mala!

— Só dentro da sala de aula.

— Para mim já é motivo suficiente para broxar.

Revirei os olhos e neguei com a cabeça. Dulce voltou a olhar para frente eu decidi copiar logo, porque apesar de ainda querer o corpinho nu dele, não poderia bobear na matéria.

Após passar todas as instruções, ele também explicou cada uma, deixando claro como ele queria que fizéssemos. Acho que se eu não estivesse me sentindo tão atraída e não falasse com ele, mesmo que pouco, mas já conseguindo ver que Alfonso não era essa carranca toda, acho que até poderíamos ter um grande ranço por ele. Entretanto, eu podia ver um outro Alfonso escondido ali, o que não era professor.

Quando a aula chegou ao fim, eu fui até a mesa dele enquanto todos saíam da sala para o auditório onde teríamos uma palestra. Dulce estava me esperando ao lado da porta, porém escondida. Eu havia combinado que tentaria conversar.

— Professor — Chamei-o.

— Pois não?

— Posso colocar exemplos no trabalho? Porque você não pediu e eu não sei se teria problema.

— Pode, mas isso é algo que eu pedirei novamente mais para frente. Então, você quem sabe.

— Muito obrigada.

— Imagina — Ele sorriu.

Meu Deus, que sorriso!

— Tchau, professor. 

— Tchau, Anahí.

Sai dali e Dulce me olhava com a maior cara de tédio.

— Que desculpa mais esfarrapada para falar com ele, Anahí!

— Se tudo correr como eu pensei, vai dar certo. — Sorri.

— Será? — Ela semicerrou os olhos.

— Vamos esperar.

— Tá bom, né? — Ela deu de ombros.


Crazy for you | PONNYOnde histórias criam vida. Descubra agora