Meus pais continuavam nos olhando perplexos. Alfonso vestiu suas roupas rapidamente e eu as minhas. De fato, não deveria ser uma cena boa de ver né? Sua filha fazendo um boquete em alguém.
Vesti meu vestido em silêncio e só então tive coragem de olhar para eles novamente. Mordi a parte interna da minha bochecha, procurando algo para dizer, mas nada parecia ser bom o suficiente. O que se fala para seus pais após ser pega no flagra?
— Que surpresa, hein. — Meu pai disse, sabendo que eu não conseguiria falar nada — Havíamos decidido fazer uma surpresa para você, mas os surpreendidos fomos nós no final. É isso o que você faz quando estamos fora?
— Sim, mas na casa dele. — Eu disse e Alfonso me olhou com os olhos arregalados — É só a segunda vez que ele vem aqui comigo. Peço desculpas pela cena e sei que nem isso vai ser o suficiente, mas eu não fazia a menor ideia que vocês chegariam hoje.
— Isso não deveria acontecer quando não estamos aqui, essa casa não é só sua, Anahí. — Meu pai dizia irritadíssimo, porém, minha mãe observava tudo calada.
— Eu sei disso, papai. Desculpe.
— Quem é você, rapaz? — Meu pai perguntou o observando com a sobrancelha arqueada.
— Sou Alfonso Herrera, Sr. Puente.
— Estamos juntos, papai. — Eu disse.
— Isso foi muito perceptível, Anahí.
— Estamos namorando. — Alfonso disse e veio para mais perto de mim. Encarei-o, tentando não parecer tão assustada.
Minha mãe finalmente se mexeu desde o momento do flagrante e empurrou meu pai para entrar e fecha a porta.
— Em que mundo estamos vivendo, Tisha? Onde estão os bons costumes? Não se pede mais em namoro para os pais? — Meu pai estava ainda mais indignado do que antes e o que mais estava me assustando era ver minha mãe tão calada.
— Ele acabou de me pedir em namoro — Eu disse.
— E você resolveu aceitar dessa forma? — Ele perguntou.
— Você está passando dos limites, Enrique! — Minha mãe finalmente abriu a boca — Eu vou subir com seu pai e quando ele estiver mais calmo nós vamos descer para conversar. E eu quero muito ter uma conversa em particular com você Anahí. — Podia ver o quanto ela estava chateada comigo e isso me partiu o coração.
Eu entendia minha mãe estar chateada. Sempre contei tudo para ela, mas não tinha como contar de Alfonso, como explicaria que estava transando com meu professor? Não sei se ela entenderia ou aceitaria.
— Espero não ter outra surpresa quando voltar, Anahí. — Meu pai disse e minha mãe o empurrou para ir.
— Chega, Enrique!
Observei-os subir as escadas enquanto meu pai resmungava mil e uma coisas. Encarei Alfonso e suspirei, me sentando no sofá e passando a mão por meus cabelos.
— O que vamos fazer? — Eu perguntei e ele se sentou ao meu lado, me abraçando e beijando minha cabeça.
— Deixar as coisas irem acontecendo, ué. Estamos juntos e vamos continuar.
— Mas agora teremos que assumir.
— E vamos assumir. Estava esperando o momento certo, mas você quer namorar comigo? — Ele disse e eu o olhei com os olhos arregalados.
— Está falando sério?
— Por que não estaria?
— Claro que sim — Sorri e o abracei. Lhe dei um selinho demorado em seguida e o encarei — Mas e seu emprego e meu curso, se assumirmos para a família, não vai demorar muito para descobrirem.
— Vou conversar com eles, para ver o que falam. Vamos dar um jeito, Any. Só não abro mão de você.
Mesmo sabendo o risco que corríamos, eu não pude deixar de beijá-lo. Aquele homem era tão lindo e incrível.
— Não quero prejudicar seu trabalho. — Eu disse, quando cessamos o beijo.
— Não vai me prejudicar. Eu vou ver isso certo, está bem?
— Sim.
— Só espero que seus pais me aceitem, porque eu ainda sou seu professor e eles ainda não sabem disso.
Suspirei, sem saber o que dizer. Eu esperava que sim também.
•••
Quando meus pais voltaram, eu e Alfonso estávamos sentados no sofá olhando para o chão. Talvez tentando encontrar uma solução para todos nossos problemas, pelo menos eu estava.
Eles se sentaram ao meu lado e eu esperei que um deles falasse primeiro. Meu pai suspirou.
— Quem é você, rapaz? — Ele disse.
— Alfonso Herrera. Vou completar trinta e dois anos.
— Faz o que dá vida?
— Sou professor.
— E da aula onde? — Minha mãe perguntou e eu mordi minha língua. Merda.
— Dou aula para a sala da Anahí. — Se Alfonso estava com medo, era bom em não demonstrar. Já eu… não passava nem wi-fi.
— Espera aí, vocês… — Meu pai disse incrédulo.
— Não nos envolvemos na sala, pai. — Eu disse — Nós só nos interessamos um pelo outro porque somos amigos de Christian e frequentamos as festas dele.
Mentira! Eu mandei fotos sensuais para ele, mas isso vocês nunca vão saber.
— E vocês não acham que isso de iniciar um relacionamento pode prejudicar nos estudos? — Minha mãe perguntou.
— Não vai, mãe. Sei que não tem como manter tudo cem por cento separado, mas se estamos nos envolvendo é com a consciência de todos os riscos e consequências.
— E como eles lidam com isso? — Meu pai perguntou.
— Eu preciso me informar melhor, Sr. Puente. Porém, não irei prejudicar sua filha.
— E nem vá se prejudicar, por favor. — Minha mãe disse e Alfonso apenas assentiu.
Meu pai continuou com o questionamento, fazendo várias outras perguntas sobre a vida de Alfonso. Como se ele não estivesse me pedindo em namoro, mas sim em casamento. Eu sabia que eles jamais proibiriam, afinal, eu já era maior de idade. Entretanto, sabia que estavam receosos por ser uma relação entre uma aluna e professor. Sem contar a cena constrangedora, mas eu sabia que com o tempo eles aceitariam Alfonso, porque ele era uma pessoa incrível.
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Crazy for you | PONNY
Fanfiction(CONCLUÍDA) Anahí é louca por seu professor Alfonso, um homem muito sério e que não dá liberdade para ninguém. Então, decide contar sobre seus sentimentos anonimamente e de uma forma picante.