Após o jantar, decidimos assistir um filme. Procuramos na tv por algum e para ser sincera, eu não estava com vontade, acho que preferia passar o tempo conversando, mas já havíamos feito muito isso durante o jantar.
Estávamos no sofá, eu estava com a cabeça deitada em seu colo enquanto ele acariciava meus cabelos. Aparentemente, ele estava muito concentrado no filme, enquanto eu apenas olhava para a tela e pensava em mil coisas, uma delas era: Será que vai demorar muito para esse filme acabar?
Quando finalmente acabou, Alfonso perguntou se eu queria assistir mais um filme e eu disse que não, claro que a parte que eu não tinha prestado atenção nem nesse, eu preferi deixar de fora. Ele estava tão concentrado no filme que eu jamais teria coragem de contar que eu mais viajava do que assistia.
— Bem, então vamos conversar — Ele disse e eu me sentei, colocando minhas pernas sobre as sua.
— Sobre? — Perguntei, sorrindo.
— O que você quer fazer quando terminar o curso?
— Provavelmente cuidar da empresa do meu pai.
— Você é filha única?
— Sim. A princesinha da casa. — Ri — E você?
— Também, o protetor da casa. — Ele riu.
— E seu pai? — Perguntei mesmo sem saber se deveria.
— Ele foi embora quando eu tinha oito anos. Em partes foi até bom porque os dois brigavam demais, meu pai era um mulherengo. Pegava qualquer uma que o quisesse. Encontrou uma mulher que aparentemente o fisgou e então fugiu com ela. Nunca mais ouvi falar.
— Que merda. Desculpe perguntar.
— Está tudo bem. Você não tinha como saber.
— Já namorou? — Perguntei, tentando mudar de assunto.
— Já. Duas vezes, mas não duraram muito. E você?
— Uma vez. Durou um ano e meio.
— Terminaram por que?
— Ele disse que queria curtir. Quatro meses depois voltou com o rabinho entre as pernas e eu mandei ele ir se foder — Fiz joia com as mãos e Alfonso riu.
— Any, tem alguma coisa que está te incomodando?
— Como assim? — Perguntei, confusa.
— Como por exemplo, meu ensaio com Angelique.
— Christian te disse algo? — Arregalei os olhos.
— Só que você estava incomodada com isso.
— Que belo fofoqueiro! — Murmurei enquanto revirava os olhos.
— Você sabe que pode conversar diretamente comigo sobre qualquer assunto, não é?
— Desculpe.
— Está tudo bem. Eu e Angelique não temos nada, já percebi que ela dá um pouco em cima de mim, mas nunca tentou nada. A respeito muito e não tenho interesse por ela.
— Um pouco? — Gargalhei — Ela só falta se jogar em cima. — Revirei os olhos — Mas, eu só tenho essa insegurança porque não sabia exatamente o que você queria comigo.
— Pensei que tivesse sido claro — Ele disse sério.
— Você foi bem mais do que claro, foi transparente. Só que também disse que seria complicado porque somos aluna e professor. Passou pela minha cabeça que seria muito mais seguro para você estar com alguém que não apresenta riscos a sua profissão, você ama isso.
Alfonso me puxou para seu colo, me deixando com uma perna de cada lado de seu corpo. Ele passou a mão por meu rosto e arrumou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Seus olhos percorreram meu corpo e por fim ele me olhou nos olhos.
— Eu realmente amo minha profissão, você tem toda a razão. Só que eu adoro conversar e estar com você. Eu não sinto atração por ela e nunca senti, Anahí. Já por você, a coisa é diferente… No começo, quando você me mandava fotos anônimas e quando descobri que era você, realmente não passava de atração. Eu percebi que estava passando de atração após aquele beijo na festa de Christian, que eu queria te beijar de novo e você saiu correndo, aquilo não saiu da minha cabeça. Mesmo assim eu quis deixar as coisas claras para você. O problema é que as coisas não estavam claras nem para mim, eu me pegava pensando em você o tempo todo e então percebi que isso era mais do que atração. Eu queria você, mas não apenas por uma noite. Queria tentar, porque sabia que você queria algo a mais.
— E como você sabia que não era apenas sexo? — Semicerrei os olhos.
— No dia que a gente se beijou, vi nos seus olhos que você sentiu a mesma coisa que eu. E se fosse apenas algo sexual você teria mostrado seu rosto quando percebeu que eu estava cedendo, antes mesmo do beijo. Merda, Anahí. Eu sinto que estou gostando de você, tenho muito medo do futuro sim, mas quero tentar. Seria tortura fingir que não quero estar com você. Então, não há outra mulher no mundo que eu queira agora, só você.
Mordi o lábio, passei a mão pelo rosto dele e sorri. Eu não tinha muito o que dizer, apenas o beijei, queria deixar claro que eu estava muito feliz por ele abrir o jogo totalmente comigo e demonstrar que tudo era recíproco. Porém, disso ele já sabia.
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Crazy for you | PONNY
Fanfic(CONCLUÍDA) Anahí é louca por seu professor Alfonso, um homem muito sério e que não dá liberdade para ninguém. Então, decide contar sobre seus sentimentos anonimamente e de uma forma picante.