Meu Melhor Amigo 2

40_ Eu nunca vou te perdoar se você me deixar...

Beatriz Reis

... Eu estava perdendo a consciência.

Eu fechei os meus olhos aceitando o destino final e não aguentando mais a dor consumir o meu corpo, de tão insuportável que era, quando eu senti uma mão tocar o meu rosto.

Abri os olhos confusa e vi a imagem do Leonardo assustado em cima de mim.

Ele tirou a sua camiseta branca rapidamente e pressionou contra o ferimento da bala que as minhas mãos não aguentavam mais estancar.

- Por favor fica comigo, eu te imploro... - Escutei a voz do Leonardo distante enquanto ele me olhava completamente assustado pra mim.

- Se a gente tivesse mais 5 minutos... - Sussurrei com dificuldade deixando algumas lágrimas caírem.

O Leonardo tentou me sentar mas falhou por causa da quantidade de sangue no chão.

Eu lentamente fechei os meus olhos não aguentando mais manter eles do jeito que estavam e senti o Leonardo me agitar levemente, acordando o meu corpo por alguns segundos.

- BEATRIZ, não se atreva a fechar a porra dos olhos! - Gritou comigo com a voz falha, os olhos dele estavam cheios de lágrimas assim como os meus.

Eu fiz o máximo pra manter os meus olhos abertos enquanto a dor consumia cada parte do meu corpo.

Eu não aguento mais...

- Me perdoa... - Pedi não aguentando mais manter os meus olhos abertos.

- Não, não, não! Por favor não me deixa, eu imploro, não me deixa. Eu não consigo imaginar um mundo sem você, eu te amo tanto... - Pediu desesperado.

- Eu também te amo mas eu não aguento mais, me... Me desculpa. - Pedi com a voz falhando. Eu quase não tinha mais voz, tudo que eu falava não passava de um sussurro.

- Eu nunca vou te perdoar se você me deixar... - Falou me agitando pra me forçar a abrir os olhos.

- Cuida do Levi... Por favor. - Disse por fim fechando os meus olhos.

- CHRIS PORRA! - Ouvi o Leonardo gritar em desespero enquanto me agitava.

- ISSO É TUDO SUA CULPA! É TUDO SUA CULPA... - Escutei o Chris gritar de volta.

- A AMBULÂNCIA? - Perguntou o Leonardo em pânico.

Os gritos deles lentamente se tornavam em meros sussurros que eu não entendia.

O Leonardo me agitou violentamente oque fez o meu corpo acordar nos seus últimos segundos. Eu abri os olhos com dificuldade e fazendo o meu maior esforço.

- A AMBULÂNCIA NÃO TÁ VINDO, a gente não tem como tirar ela daqui... - Respondeu o Chris em pânico.

- Que merda aconteceu... MEU DEUS! - Ouvi a Liss gritar.

- PUTA MERDA! - O Pietro gritou em pânico.

- LEVEM ELA PRA PORRA DO CARRO! OQUE VOCÊS TÃO ESPERANDO? - Gritou a Helena em pânico também.

No momento seguinte o meu corpo foi levantado do chão, os meus olhos abriram por um momento breve me dando a visão do Leonardo correndo comigo no colo desesperado, algumas lágrimas escorriam pelo rosto dele e eu sorri com dificuldade.

Essa com certeza seria a visão perfeita pra se morrer.

Eu posso finalmente morrer feliz se essa vai ser a última coisa que eu vou ver.

Ele sabe que eu amo ele, eu sei que ele me ama mais que todas as estrelas do universo multiplicadas com cada gota do oceano.

A Helena finalmente se apaixonou, ela se apaixonou pela Nessa, eu sei que parece impossível e eu também fiquei chocada quando descobri. A Liss e o Chris estão juntos, eles combinam e eu sei que nenhum deles faria mal um para o outro. A Ana e o Pietro vão continuar viajando pelo mundo e sempre voltar para contar as histórias de tudo que aconteceu para cada um do grupo. O Leonardo vai cuidar do Levi, e por mais que pareça difícil, se isso realmente acabar do jeito que parece que vai, eu vou ficar feliz de ver ele feliz com outra pessoa. O Harry vai continuar dedurando as transas secretas do pessoal e eu acredito que ele vai encontrar um novo alguém pra tacar tudo que tiver na direção dele.

Eles vão se sair bem.

Eles vão aguentar sem mim.

Eu não aguento mais segurar a minha corda, eu não tenho forças suficientes para continuar respirando e muito menos pra manter os meus olhos abertos.

Senti o meu corpo ser depositado no banco traseiro do carro e rapidamente a porta se fechar. O Leonardo se sentou no banco do motorista e eu senti a presença de mais alguém no carro mas eu não tinha forças pra identificar quem era.

Os segundos se passavam, eu não sentia mais o meu corpo, eu não sentia as minhas mãos, eu não sentia as minhas pernas, eu não sentia os meus braços, eu não sentia mais o ferimento da bala. Eu não sentia nada.

Rapidamente o meu corpo foi acordado por alguém tocando na minha mão e puxando ela.

Eu abri os olhos com dificuldade pra tentar identificar a pessoa que eu senti tocar a minha mão e assim que vi a imagem da pessoa fiz uma careta confusa.

Avó?

Não...

A minha avó tá morta, ela não pode estar aqui...

Qualquer tipo de raciocínio meu foi cortado por um estrondo enorme fazendo o meu corpo saltar, me causando uma onda de dor absurda. Por breves momentos eu então notei, o carro tinha batido.

continua...