Capítulo 19

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Angeline

   Algumas semanas se passaram, chegou o dia de reunir a família e preparar um belo banquete natalino. Angeline adorava essa data, pois, ela e seus pais sempre viajavam para Gloucestershire-Inglaterra, para visitar seus parentes maternos. A mãe de Angel, na verdade é uma Lady britânica, mas só tinha o título reconhecido por habitantes mais antigos no condado inglês.

            Martha dobrava de maneira cuidadosa, as roupas da Srta. Atchinson, para as colocar dentro da mala. Do outro lado do cômodo estava Angel, observando seu Jardim, coberto por neve. Os momentos vividos ali, na companhia de Taylor, ocuparam sua mente. Ela se culpou, por confundir a amizade com a americana, pois agora, está sofrendo, como nunca sofreu.

                  — Eu sou uma tola. – Angel sussurrou para si mesma.

                   — Falou comigo, querida? – Perguntou Martha, com algumas roupas na mão.

                    — Não Martha, estou apenas pensando alto. – Sua voz era fraca, e não enganava a governanta, que lhe conhecia desde que era uma criança.

           Martha se retirou, assim que terminou seus afazeres naquele cômodo, Angel gostava da companhia da empregada, mas naquele momento, ela se sentiu aliviada, pois queria ficar sozinha. Já havia dias que ela e Taylor não se falavam. Seus dedos até tremiam enquanto segurava o celular, sua vontade era ligar para Srta. Relton, e perguntar o porquê ela escondeu o suposto noivo. Suas noites eram assombradas por causa disso, Angel queria e precisava conversar com Taylor, antes de ir para a Inglaterra.

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           Angel pediu para que seu pai a levasse até a casa de Taylor, já que ele era o único que lhe tratava como adulta, naquela casa. Durante todo o caminho, o Sr. Atchinson, observava a inquietação no olhar de sua filha pelo retrovisor, ele nunca teve muito tempo para conversar com a moça, já que ele era CEO de um dos maiores bancos da Europa.

                     — Filha... Está tudo bem? – Joseph diminuiu a velocidade do seu Rolls Royce, para prestar atenção em Angel.

                     — Na verdade não, pai, mas eu prometo que irá ficar.

           Joseph deu a mão para a filha, como ele fazia quando ela era criança, quando estava assustada ou chorando.

           As ruas havia sido limpas, o que facilitou a ida rápida até o pequeno apartamento, aonde Taylor morava. Sua mão tremia, para tocar aquela campainha. Angeline já havia trazido seus remédios, e tomou um deles, para evitar as fortes emoções que ela provavelmente teria. Para sua surpresa, a porta foi aberta por William, que não ficou nada contente em revê-la.

                  — Senhorita Atchinson? Como ainda ousa vir aqui? – Perguntou o rapaz, de braços cruzados.

                   — Perdoe-me, eu não queria ter causado nenhuma discórdia, não sabia que o senhor e a Taylor são... Noivos. – Aquela última palavra saiu tão fraca e baixa, que quase William, não pôde ouvi-la.

              — Taylor é uma mulher muito discreta, não me surpreendo dela não ter te contado nada, mas eu a perdoou, agora você precisa ficar longe... – William foi interrompido por Taylor, que esbarrou em seu braço.

              — Angeline! Eu... Não esperava uma visita sua. – seus olhos se encontraram novamente, após dias, e os dois olhares, possuíam um brilho indescritível. – Prestes a se retirar, Angel foi impedida, pelas mão quente e macia de Taylor, em seu braço.

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