Capítulo 23

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Angeline

Angel não suportava mais a ideia de ficar deitada naquela cama de lençóis brancos, em um quarto verde claro cheio de aparelhos. Sua mente estava cansada, de tanto pensar na criança nos braços de sua mãe, naquela fotografia.

       - Angel? Como está se sentindo, filha? - Madeleine se sentou na beira da cama, e acariciou levemente o braço da primogênita.

        - Me sinto cansada e confusa. - Angelina respirou fundo, e fechou os olhos, pensando em uma maneira de tirar todas aquelas dúvidas que assombravam a sua mente.

        - Confusa? Com o que? - Madeleine abaixou sua cabeça, olhando fixamente nos olhos da filha, tentando desvendar alguma coisa.

         - Eu descobri uma passagem secreta, na casa do tio Henry, e encontrei as gêmeas lá dentro, fiquei com elas e vi algumas caixas, resolvi abri-las e vi uma fotografia de você, o papai e um bebê, me chamou atenção, justamente por que eu não era esse bebê, e a criança era um menino. - Angel mordia inquietamente os seus lábios, com ansiedade, vendo a expressão no rosto de sua mãe, mudar drasticamente.

     Madeleine se levantou e colocou as mãos sobre o rosto, andando de um lado para o outro. Agora ela sabia que não poderia mais esconder o seu segredo, e sabia as consequências que isso traria para a sua filha.

        - Filha... Eu... Tive um filho antes de você nascer. - Angel arregalou os olhos, e tentou digerir aquilo sem se estressar.

         - Porque escondeu isso de mim? - Angel disse, com uma mão no peito, enquanto respirava fundo.

          - O Albert faleceu de turbeculose, quando tinha dois anos. Eu perdi tudo, não via mais nada sem o meu filho, fiquei trancada por dias dentro de um quarto, pedi ao seu pai que se livrasse das coisas do Albert, porque não queria mais relembrar da morte dele. - Madeleine limpou algumas gotas de suas lágrimas, prestes a sair de seus olhos.

          - Meu Deus mãe, imagino como você e o papai sofreram, mas porque esconder isso de mim?

           - Me desculpe filha, mas eu só queria evitar mais sofrimento, ainda mais pra você que tem uma saúde tão frágil.

            - Por favor, mãe, deixe-me só, preciso digerir isso sozinha. - Angel abriu sua nécessaire e pegou um comprimido, para acalma-la.


    Madeleine respeitou a decisão da filha, e saiu do quarto. Angeline so queria voltar para a Escócia, e ver Taylor, ela precisava do carinho da americana, para se animar novamente.

Taylor

A jovem americana estava totalmente desconfiada de tudo, após receber uma carta de seu padrasto, ela não saiu nem um minuto de frente da janela, com medo de que Paul pudesse tê-la seguido até Glasgow.

       - Sente-se, por favor! Você está em pé aí já faz um bom tempo. - Will segurou os ombros de Taylor, enquanto a americana parecia "desligada" daquele mundo.

        - O que você disse? Eu não escutei. - Taylor piscou repetidamente olhando agora para William.

         - Você está ficando paranóica, sua mente não está mais nessa realidade.

          - Como vou ter uma mente sóbria, se tem um demônio atrás de mim, me perseguindo a oceanos de distância. - Taylor coçou repetidamente sua cabeça, com os olhos cheios de lágrimas.

           - Eu não vou deixar aquele homem se aproximar da minha esposa. - William segurou as mãos de Taylor, e fez questão de passar os dedos sobre a aliança dourada que ele colocou no dedo da moça, no altar.

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