Capítulo 22

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Taylor

O coração batia tão rápido, parecia que qualquer instante ele iria pular para fora. A possibilidade de Paul estar ali, atrás daquela porta, era alta. Taylor permaneceu parada feito uma estátua, seu maxilar tremia e seus dentes batiam um no outro repetidamente. Will ficou assustado com aquela situação e resolveu de uma vez, ir verificar quem estava batendo na porta.

- Não ousa encostar um dedo naquela porta! - Taylor cravou as unhas no antebraço de William, que se afastou rapidamente.

Taylor ficou nervosa com a insistência daquele sujeito que tanto batia na porta, então ela resolveu ir até a cozinha e pegar uma faca bem afiada, caso fosse o homem de seus pesadelos. Com a mão na maçaneta e a outra manuseando aquele objeto cortante, ela abriu a porta, em posição de ataque.

- E-eu só vim entregar a correspondência. - O carteiro ficou assustado, e jogou a carta no chão, antes de sair correndo.

- Desculpa! Pensei que fosse outra pessoa! - Gritou Taylor, na tentativa de acalmar o rapaz, que já descia as escadas, correndo.

A jovem recolheu o envelope vermelho no chão, ela estranhou a cor ser tão escura para uma carta. Seu nome estava escrito em negrito. Com a faca, ela rasgou a aba, e retirou uma carta da mesma cor. A cada palavra lida, uma lágrima de ódio se formava em seus olhos.

- Desgraçado! Ainda teve a audácia de mandar um bilhete me ameaçando! - Taylor deu o papel para William, que se preocupou com a segurança da "noiva".

- Esse homem passou dos limites! Vamos até a polícia, Taylor. - Taylor o segurou pelos braços, trazendo o rapaz para se sentar ao seu lado, no sofá.

- Eu não quero envolver polícia nisso, até porque... Eu também cometi um "crime". - Taylor falou de uma forma seca, como se não tivesse arrependimento nenhum.

- Crime? Você nunca me falou sobre isso, o que você fez Taylor? - Os olhos azuis claros de Will, agora estavam escuros e com medo. A jovem respirou fundo e se virou, encarando as íris de William.

Flashback On -

Taylor, Point Of View

Uma pizza era tudo que eu precisava nesse momento, pois eu fujo da realidade sentindo o queijo derretido sobre minha boca, esquecendo as preocupações e a droga do Paul, que todo dia pega no meu pé, me cobrando alguma coisa ou somente para me perturbar. Quando a pizza acabou, levei a louça que sujei até a pia. Enquanto esfregava a esponja sobre o objeto de porcelana branco, uma cheiro de perfume barato pairou sobre o ar, e não era o detergente. Antes de me virar, senti uma respiração quente em meu ombro.

- Eu quero que você faça um suco de laranja pra mim, agora! - Senti aquelas mãos asquerosas apertarem minha cintura, fiz uma expressão de nojo, segurei a faca ensaboada, caso ele me fizesse alguma coisa.

- Eu não sou a merda da sua empregada! - O empurrei com os cotovelos, mas ele me segurou pelos braços, virando me para olhar em seus olhos diabólicos.

- Não se esqueça que você mora sobre o meu teto, putinha! - Ele estava apertando com muita força meus braços, senti tanta raiva, eu queria jogá-lo no chão e encher a cara dele de socos e chutes. Cuspi em seu rosto, ele me largou e me deu um tapa forte na bochecha.

- Desgraçada! Vou acabar com você, agora! - Antes que ele pudesse me fazer algum mal, peguei a faca na pia e perfurei a coxa dele.

Ele gritou e aproveitei para sair correndo em direção ao antigo quarto da minha mãe. Tranquei a porta e joguei a chave em cima da cama, corri até o guarda roupa, e peguei uma maleta de cor vinho, embaixo das jaquetas da mamãe.

Stages Of a HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora