The best of me

Capítulo 11

Lance

Acordo e sinto um cheio bom. Aproximo meu rosto sentindo melhor o cheiro. Então percebo que meus braços estão em volta de algo. Abro meus olhos e... Keith... Ah é... Eu vim dormir na casa dele... Solto ele e me sento na cama. Olho-o e ele dorme como um anjo.

Nem parece o garoto que no primeiro dia de aula só falava "O que você quer?" com seus AirPods.

Ele leva sua mão aos olhos e se espreguiça. Abre os olhos e fica olhando a parede, parece processar o que está acontecendo.

— Bom dia ,flor do dia — digo e ele me olha, sorri.

— Bom dia, raio de sol! — ele se senta na cama e boceja — Que horas são?

Ele olha para o relojo encima da bancada.

— São recém 10:47... — ele se joga pra trás — Ei podiamos passar o dia na cama hoje... — brinca — Está com fome? — ele me olha.

— Um pouco — sorrio sem graça.

— Vamos comer então! Daí você já conhece meus pais! — sorrio.

— Claro!

Ele levanta na cama e se espreguiça. Aproveito e o observo. Suas pernas brancas lisinhas. O blusão subindo me deixando ver um pouco de suas costas. Seus cabelos bagunçados, que ele não se importa se me deixar ver. Noite passada fiquei um pouco assustado. Acordei com Keith chorando enquanto dormia, não sei o que estava acontecendo, se era o trauma da sua história ou se era por causa de James. Seu que parou de chorar quando toquei nele, o abracei e sussurrei "está tudo bem, passou". Ele é frágil, tão frágil quanto qualquer outra pessoa. Não estou dizendo que o que falei na noite anterior estivesse errado. Ele é sim muito forte, mas ele também pode ser frágil. Afinal, é humano.

Ele então se vira pra mim.

— Vamos?

— Vamos!

— Ah! Vou te dar um chinelo pera! — ele foi ao armário e tirou de lá dois pares de chinelos. Colocou um na minha frente e jogou o ouro na sua frente.

— Obrigado. Coloco os chinelos e me levanto na cama. Nós descemos as escadas e logo vejo uma mulher de cabelos roxos, ela sorri pra nós.

— Bom dia, garotos! — ela ajeita o cabelo — Devia ter me avisado que tinha gente! Eu teria me arrumado melhor pra sair da cama!

Keith ri.

— Desculpa mãe, foi meio de última hora.

— Muito prazer, Krolia!

— Lance — sorrindo um para o outro.

— Aqui em casa não temos muito coisa pro café da manhã, espero que não se importe de fazer uma torrada.

— Claro que não, senhora Krolia.

— Aí! Senhora? Pareço tão velha? — ela coloca a mão no peito e faz uma cara de tristeza.

Keith ri.

— Não, senhora!

— Por favor, me chame de "tia", ou "Krolia", ou "Mãe do Keith", qualquer coisa menos senhora — ela sorri pra mim.

— Tudo bem, Krolia — me sinto estranho falando assim...

— Vamos sentem! Devem estar com fome!

Nós sentamos na bancada da cozinha e ela começa a colocar as coisas na mesa. Ela acaba fazendo perguntas sobre o Keith e sobre a nossa relação. Ela enche o saco dele e faz piada dele e ele o mesmo com ela. Acabo dando muitas risadas com eles e ela ri de algumas que faço em cima dele. Ela é muito legal!

— Então, o que vão fazer hoje? — pergunta depois de morder um pedaço de torrada com requeijão.

— Eu tô pensando em pra pista de skate mais tarde, se o Lance quiser ir comigo ele está convidado — Keith diz.

— Claro — sorrio.

As coisas parecem diferentes, Keith parece mais comunicativo comigo, como se estivesse falando com qualquer um, não mais alguém que ele acha que odeia ele, mesmo que fosse comunicativo assim mesmo. Ele também parece alegre. Um alegre diferente se ontem depois de tudo. Talvez menos forçado.

No fim ele me emprestou umas roupas, pegou seu skate e me emprestou seu antigo, eu disse pra ele que não sabia andar, mas ele insistiu que ia me ensinar. Nós nos esquecemos nossos celulares na casa dele, só percebemos quando chegamos na pista. Não tinha muito gente, era cedo ainda de acordo com ele.

— Certo, você consegue ficar de pé? — ele pergunta e eu olho pra baixo e ele ri — No skate, Lance!

— Ah! — eu rio coloco o skate no chão, piso nele e fico de pé.

— Certo, agora da um impulso com um dos pés e continua se pé aí.

Faço isso e perco o equilíbrio colocando um dos pés no chão.

— Você não tem nenhum equilíbrio — ele ri.

— Cala a boca! — eu rio também — Me mostra aí como se faz então! — ele faz isso — Eu te odeio!

— Também te amo! — me manda um beijo.

Ficamos lá até chegar muita gente. Ele me ensinou a pelo menso ficar em pé em um skate em movimento. E eu consegui no final.

— Quer comer um BK? — ele pergunta sorrindo.

— O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando? — ele ri.

— Amei! Vou aderir!

Quando chegamos pedimos e não sentamos na mesa vaga ao lado da janela.

— Certo, Lance! Vamos fazer um jogo?

— Que jogo? — Pergunto pegando uma batata.

— 10 batatas, um segredo — ele parece animado.

— Me explica isso...

— A cada 10 batatas que você come, eu tenho que contar um segredo da minha vida — eu rio.

— Tá, pode ser...

Nós vamos comendo e conversando até que alguém diz "Dez batatas!" e o outro é obrigado a contar um segredo.

— Certo, quando eu entrei na escola eu achei que não ia conseguir fazer nenhum amigo e que ninguém conversaria comigo. Eu realmente fiquei muito feliz de você ir falar comigo... — eu sorrio e voltamos a conversar.

— Tá, deixa eu pensar... — tento pensar em um em algum — Talvez... Eu tenha me sentido culpado por você ter sentado longe e talvez, mas só talvez, eu tenha sentido falta de você — ele ri.

— Também senti falta de você, ninguém chutava minha cadeira como você chutava — ele brinca e dei roubo um nuggets dele — Ei! — ele então pega meu sanduiche e da uma mordida.

— Bah, pegou pesado agora! — nós rimos e continuamos o jogo.

— Eu fiz xixi na cama até meus seis anos, mas isso por que eu tinha pesadelos envolvendo... — ele para — Isso já é outro segredo.

— Eu tenho medo de aranhas...

— Eu também — ele fala e sorrio — Tenho medo de palhaços, meus pesadelos eram sobre eles por sinal...

Quando as batatas acabam nós rimos.

— Da onde você tirou essa brincadeira? — fico curioso.

— Eu inventei quando era pequeno e ia com meus amigos em algum lugar.

Ele é muito criativo, incrível.

Voltamos pra casa dele já eram 18:49. Minha mãe havia me ligado a pouco tempo, então liguei pra ela de volta. Ela disse para eu voltar logo pra casa, então me despedi de Keith e Krolia e fui pra casa repassando o dia na minha cabeça. Foi incrível hoje. O Keith é realmente legal, eu tava muito errado sobre ele.