Capítulo 9/3:

6 1 0
                                    

          Deitado naquela cama o deus esperava a resposta da sua pergunta. Olho a minha volta e não encontro nada além de paredes negras, presos no teto cristais que iluminavam aquele local, era uma luz fraca mas que possibilitava uma visão meio clara.
Jodaquele que me aprisionou neste lugar. - Ele lentamente vira seu rosto e agora olha os cristais acima de nós. - Suponho que tenha vindo buscar a segunda chave do Ômega. - Hipnos tinha uma voz extremamente sonolenta.

- Eu... - Escapa um bocejo. - bem, isso mesmo.

- Sabe que terá que provar seu valor, não sabe? - Ele sussura.

- Sim.

- Para a segunda chave pegar, pelo meu teste você terá que passar. Mas se por acaso falhar, em um sono eterno aqui vai ficar.

     Os cristais acima de nós começam a balançar e fazer o mesmo som que aqueles sinos de vento, mas a sala é  fechada não permite a circulação de uma corrente de ar. O corpo do deus se desfaz em gás e fica me circulando até entrar no meu nariz. Imediatamente meu corpo fica mole a caio sentada perto da cama agora vazia, apoiando meus braços e cabeça no colchão. Então tudo fica um breu total.

P.O.V BRENO SANTEIRO

        Herictônio ainda se mantinha congelado na nossa frente, minha irmã estava sentada perto de mim encostada no casco do navio pensativa. Chiara estava em algum lugar atrás daquela porta, tentei entrar mas algo não deixava, o jeito é esperar ela desse lado.

- Irmão. - Mila me chama. - Você está com medo? - Ela pensa. - É claro que está... nós dividimos sentimentos e sensações.

- Apesar de estar sim com medo. - Olho para ela sentada e penso bem. - Sabemos que nada disso será perda de tempo. - Me sento ao lado dela. - Olha, grandes heróis nem sempre tem um final feliz né?

- Você está querendo me convencer disso ou se convencer? - Ela me cutuca com o cotovelo sorrindo.

- Os dois. - Sorrio. - Como você acha que todos estão se saindo? Tipo, o acampamento, Chiara, Helena, Arthur...  - Engulo seco. - Nossa mãe.

- A Arcadia é em 12 dias. - Kamila abraça sua perna. - Os deuses caídos vão lutar contra os deuses olimpianos e muitos outros. Monstros se aliaram a alguns no campo de batalha e...

- Então por que exatamente estomos fazendo isso? - Falei. - Sabemos que a batalha é eminente, será o fim de tudo que conhecemos. - ela me olha triste. - por que lutamos?

- Esperança. - ela me abraça. - A notícia que estamos tentando parar a Arcadia trás paz ao coração de milhares de semideuses, todos estão calmos por que esperam que nós consiga obter êxito em nossa missão.

- E se a gente não conseguir? - comento.

- Ai será a nossa hora de entrar em ação.

- Espera!!! - Afasto ela e vejo sua tristeza. - Você não pode fazer isso... você não está pronta... Eu... eu não estou pronto.

- Durante nossa vida inteira ouvimos o quanto somos especiais, como somos poderosos por ser filhos de Hécate e o principal... - ela vira meu rosto para ela. - Querendo ou não, se não fosse essa coisa dentro de mim... Bom, já estaríamos mortos a muito tempo.

- Tá eu sei, mas é que... Eu não vejo isso como uma alternativa, deve existir outra forma de parar os deuses.

- E tem, o Ômega é nossa esperança e outra alternativa.

- Eu só não quero morrer. - Nessa hora todos meus sentimentos afloram e desabo em choro.

      Não é justo, todos os deuses tem seus filhos como heróis mas nós filhos de Hécate quase nunca somos lembrados pois quando nascemos somos meros sacrifícios universais, parte de um ritual. Passo 20 anos da minha vida ansioso para cumprir meu papel, meu destino... por que agora eu não quero mais? Não faz sentido uma parte de mim não querer mais isso.

Despertar: Novo Reinado   Onde histórias criam vida. Descubra agora