Nascimento da Híbrida

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• pov. Rafaella •

Os meses seguintes se passaram rapidamente e eu estava de 8 meses, mas precisamente de 36 semanas faltando 2 dias para começar os 9 meses.

A cada dia que passava eu sentia Luna mais forte, desde que entrei na fase trimestral qualquer mínimo movimento seu me fazia sentir dor, seus chutes eram tão intensos que pareciam me rasgar por dentro. Eu continuava tomando o sangue de Gizelly, e isso era o que mais lhe acalmava. Eu estava seguindo todas as recomendações de Louise, agora eu já estava praticamente em repouso absoluto, segundo ela, no na reta final já era mais complicado.

Minha mãe ficava comigo nos dias de folga e quando era dia de trabalhar, Gizelly que ficava comigo. Recebia visitas praticamente quase todos os dias das minhas amigas e da família de Gizelly. Seth realmente desde aquele dia havia dado um tempo e eu agradeci por isso, ele conseguia me tirar do sério e eu sabia que não era bom nem pra mim e nem pra Luna, mas depois ele me ligou pedindo pra acompanhar a filha nessa fase final e eu acabei cedendo. Gizelly e Seth quando se encontravam era inevitável notar a raiva nos olhos de ambos, mas um ignorava o outro, às vezes se implicavam, acho que nem Luna conseguiria unir os dois, a inimizade era forte.

...

Hoje era segunda e minha mãe saiu logo pra trabalhar, Gizelly tinha dormido comigo e passaria o dia aqui em casa.

Passei a manhã inteira deitada sentindo dor e Gizelly queria me levar pro hospital, mas eu a tranquilizei, era Luna, todos seus movimentos me fazia sentir dor e eu já estava até acostumando.

Me levantei de devagar sentindo as pontadas e Gizelly me ajudou a ir até o banheiro. Depois de fazer xixi, eu lavei meu rosto e antes mesmo que eu pudesse sair do banheiro, senti uma água branca escorrendo entre as minhas pernas.

- Gizelly! a chamei e ela abriu a porta. - Minha bolsa estourou. falei desesperada e ela me olhou praticamente do mesmo jeito.

- Calma e respira. eu não sei se ela tinha dito pra mim ou pra ela.

Gizelly me pegou no colo e segui até a cama me deitando nela, pegou seu celular e ligou pra minha mãe.

Comecei a sentir primeiras contrações  que não doíam tanto e demoravam alguns minutos de uma pra outra, mas logo começaram a ficar mais frequentes.

Gizelly pegou a bolsa de Luna que estava já pronta e me pegou no colo novamente me levando e segui até seu carro me colocando no banco, deu volta no carro sentando ao meu lado e deu partida pro hospital. As dores estavam cada vez mais intensas e elas davam início na região das costas e vinha se espalhando em direção à barriga e ao quadril.

Eu não tinha nem forças pra gritar, estava doendo muito e eu apenas respirava fundo não querendo entrar entrar em desespero, mas já estava tendo um. Eu tinha consciência que Luna podia vir mais cedo devido às consequências do dia em que quase a perdi, mas agora, vendo que eu estava entrando em trabalho de parto ainda com 36 semanas, o medo tomou conta de mim em todas as formas possíveis. Eu não sabia o que ia acontecer com Luna, não sabia se eu ia aguentar, não sabia de nada.

Ao chegarmos no hospital, Gizelly me pegou no colo outra vez me levando pra dentro do mesmo já chamando pelas enfermeiras que se aproximaram com uma maca e Gizelly me deitou nela e as enfermeiras me levaram para uma sala.

...

Eu já estava naquela sala uns 30 minutos sentindo tanta dor que não conseguia por em palavras. Louise não estava trabalhando aquele dia e estava esperando ela chegar.

- Filha respira fundo, ela já deve está chegando. minha mãe disse segurando em minha mão.

Respirar fundo era o que eu estava fazendo desde que minha bolsa estourou. Sentia uma dor indescritível, estava juntando tudo, as cólicas, Luna mexendo, as contrações.

- Finalmente ela chegou. Gizelly disse entrando na sala e eu pude notar seu nervosismo.

Minutos depois Louise entrou conversando com a enfermeira que estava fazendo o toque vaginal medindo minha dilatação. Em seguida ela mesma que veio até mim e mediu.

- Muito bem, sua dilatação está quase completa Rafaella e a Luna está em uma posição ótima, você quer tentar o parto normal? ela me perguntou e eu afirmei apenas com a cabeça. - Falta 2 cm, qual de você duas vai acompanhar o parto? Só uma pode. questionou se dirigindo a minha mãe e Gizelly.

- A Gizelly. minha mãe respondeu rapidamente e veio até mim. - Vai ficar tudo bem viu? ela disse e depositou um beijo na minha testa e se retirou da sala.

Gizelly veio ao meu encontro segurando em minha mão e acariciou meu rosto.

- Vai dar tudo certo, nossa Luninha está chegando. ela disse com ternura e eu me permiti sorrir ao ouví-la dizer "nossa Luninha".

5 minutos depois a obstreta mediu minha dilatação outra vez e eu já estava começando a sentir uma pressão forte.

- Luna está pronta pra nascer Rafa. ela disse. - Agora é com você. falou e eu assenti.

Comecei a fazer força sentindo a pressão em meu ventre, uma dor intensa. Gizelly me incentivava e a obstreta Louise me ajudava falando comigo com toda calma e paciência. Depois de umas 5 tentativas fazendo força sem parar, eu me sentia completamente exausta e sem forças.

- Amor eu não vou conseguir. falei sentindo as lágrimas molhar meu rosto.

- Vai sim, você é forte. falou beijando minha mão e acariciou meu rosto. - Você consegue sim.

- Vamos Rafa, ela já está vindo. Louise disse.

Tirei forças não sei de onde e mesmo estando completamente exausta, fiz força mais uma, duas vezes.

- Falta pouco. ela disse e eu cravei as unhas na mão de Gizelly fazendo tanta força e o grito pela dor foi inevitável.

O alívio veio quando o choro de Luna se fez presente na sala e eu cai pra trás exausta sem força alguma.

Minhas vistas ficaram embaçadas e eu vi tudo ficando preto aos poucos.

...

Que parto complicado né mores? Senti a dor daqui.

Finalmente a Luninha veio aí. Será que a Rafa não aguentou dar à luz a hibridinha? 👀

Meu Anjo da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora