• pov. Gizelly •
Rafaella acabou adormecendo e eu me desvencilhei do seu corpo com cuidado para não acordá-la, ela precisava descansar, ainda estava fraca.
Fui pra sala encontrando todos ali, meus pais me olharam sérios e já estava esperando o julgamento.
- Como ela está? Bia me perguntou.
- Bem, ainda um pouco fraca, mas bem.
- Você sabe que ela não pode sobreviver à essa criança né? minha mãe me questionou.
- Quem disse? Ela é só um bebê, vocês falam como se ela fosse um monstro.
- Ela já concluiu sua transição Gizelly, agora ela é uma híbrida, a Rafa é humana não vai suportar a força dela.
- Se você tivesse a transformado, era mais fácil e menos doloroso. Selene disse.
- Menos doloroso pra quem? A Rafaella acordar sentindo a dor da sede de sangue em sua garganta e sair matando todo mundo?
- Era o que você estava fazendo até algumas horas atrás, matando os humanos querida irmãzinha. Bryan disse e eu arremessei um vaso de flor contra ele.
- Bryan parou. meu pai chamou sua atenção. - Você sabe que ela estava sem humanidade.
- Sem humanidade por causa dessa humana e agora criou uma guerra contra os lobos por causa dessa criança. falou alterando a voz.
- Eu não estou pedindo ninguém pra lutar por mim por causa dela, se os lobos vierem atrás de mim eu não me importo de morrer por ela. falei afirmando e sai dali pisando batendo a porta com tudo.
Eu sabia que eu tinha começado uma guerra, mas o que importava agora era somente Rafaella e sua filha.
- Onde você vai? Bia perguntou me seguindo junto de Mariana.
- Pegar bolsas de sangue no hospital, a Rafa vai precisar pra alimentar a filha dela e ela não atingirá tanto ela.
- Vamos com você pra te ajudar. ela disse e eu assenti.
Disfarçadas conseguimos entrar no hospital e pegar várias bolsas de sangue e voltamos pra casa. Minha família saiu caçar e eu fui até o quarto, Rafa ainda dormia e eu me direcionei ao banheiro, tirei minha roupa e liguei o chuveiro entrando debaixo d'água.
Desde o momento que eu liguei minha humanidade, tudo voltou com certa força, todos os sentimentos que eu tentei anular, que eu quis provar de sentir. A dor, a culpa por ter matado várias pessoas inocentes, tristeza, mágoa. Apenas me permiti chorar sentindo tudo que estava me sufocando.
Desde que deixei Rafaella minha mãe dizia, primeira semana é a pior, mas aos poucos vai passando. Mas não foi bem assim que aconteceu, nas duas primeiras semanas, eu pensei que tinha sido melhor assim, segurei a vontade de chorar, tentando ficar bem, porque era o melhor pra Rafaella, era o melhor pra ela ficar longe de mim. Nas semanas seguintes, eu não me controlei e o choque da realidade me bateu com força, e eu passei todos esses meses sofrendo com a ausência dela e quando eu descobri sobre a sua gravidez, eu não aguentei mais e desliguei minha humanidade, escondendo e me protegendo da dor.
Eu nunca havia me apaixonado por ninguém como me apaixonei por Rafaella, tudo nela me encantou e ainda encanta, seus olhos, seu sorriso, sua boca, o jeitinho dela. Droga! Por mais que eu estivesse magoada com ela, eu não me aguentava, não conseguia ter raiva dela, era impossível.
- Gi. ouvi Rafa me chamar batendo na porta.
- Oi. respondi tentando disfarçar minha voz de choro. - Estou saindo.

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Meu Anjo da Noite
Tarihi KurguApós a perda de seu pai em um acidente, Rafaella Forbes e sua mãe se mudaram para Mystic Falls para recomeçar uma nova vida. A jovem namorou com Henry, na verdade, ele foi seu primeiro e único namorado, se submetia a tudo, omitindo à seus pais o que...