I
-𝓉𝑒𝓈𝑜𝓇𝑜, 𝒾𝓁 𝒸𝒶𝒻𝒻è è 𝓅𝓇𝑜𝓃𝓉𝑜 (querida, o café está pronto)- Ele deu duas batidinhas ensaiadas na porta do quarto e ficou esperando uma resposta minha. -ℋ𝑜 𝒾𝓃𝓉𝑒𝓃𝓏𝒾𝑜𝓃𝑒! (estou indo!)- falei mais alto, pois assim eu conseguia ter uma garantia de que estava falando em um tom compreensível.
Você não deve estar entendendo nada, não é?! Vem cá que eu vou te explicar tudo. Mas antes, prazer! Me chamo Aurora Bianchi...Vamos fingir que a gente se cumprimentou, já que você, nem mesmo sabe como eu sou, e está lendo isso com uma voz criada na sua cabeça.
Vou rebobinar para alguns meses atrás, antes dessa loucura toda que é o idioma italiano.
Há alguns meses atrás, eu descobri que a minha paixão pela Itália havia se tornado muito mais do que eu imaginava. Mediante á isto, eu simplesmente surtei e pedi aos meus pais uma passagem de presente para conhecer aquele país encantador.
-Tem certeza de que pegou tudo?- Minha mãe ficou conferindo quantas malas estavam ali, e isso se repetia a cada dez segundos [literalmente]. -Sim, mama! Eu peguei tudo.- eu disse, pela milésima vez, aquela mesma frase.
-Vou sentir tanta saudade de você.- Meu pai veio correndo me abraçar assim que ouvimos uma voz robotizada avisar que o embarque estava prestes a acontecer. -Papa, está me esmagando!- o abraço dele foi tão apertando que eu acabei ficando totalmente imóvel, com meus braços presos para baixo.
Em meio a tanta agitação em pouquíssimos dias, não cheguei a ter tempo de digerir a minha mudança. -Desculpa, filha.- Ele então se afastou e eu soltei um suspiro forte. Sim, o mesmo suspiro de alguém que teve a respiração interrompida por alguns longos minutos.
-Tá na hora.- avistei a fila diminuindo e eu estava cada vez mais próxima do portão.
-Não vejo a hora de poder te visitar em Pompeia- minha mãe falou enquanto abria um sorriso melancólico, vindo em minha direção para nossos corpos se encontraram, resultando em um abraço. -Eu não entendo, o que te faz gostar tanto da Itália?- eu soltei um sorrisinho de canto e que logo se desprendeu do meu rosto. -Estou indo descobrir, mama- Nós nos afastamos para encerrar aquele gesto de carinho, e vi sua feição mudando aos poucos.
-Quando sentir nossa falta, tente ir até Florença. Você vai se sentir acolhida por lá.- ela parecia ter boas lembranças daquele lugar, sempre me falava sobre a cidade de Florença, e com os olhos brilhando. Acredito que por ter sido um lugar em que ela cresceu, tenha um certo tipo de apego.
-Uma dúvida, a Nonna ainda mora por lá? Eu não me lembro de ter perguntado isso.- Coloquei a bagagem de mão em meu ombro para esperar minha vez chegar [na fila].
-A sua Nonna mora em Veneza, mas um dia você pode ir visitá-la. Não é tão longe de Pompeia.--Olá, bom dia!- a comissária de bordo fez com que eu me virasse em sua direção ao me cumprimentar. -Bom dia.- Me virei, já com um friozinho na barriga e um sorriso de um canto ao outro.
-Passagem, por gentileza (?)- ela estendeu a mão esquerda e eu a entreguei meu bilhete, junto com meu documento e passaporte.Enquanto a comissária fazia sua vistoria na documentação, eu tentava conter as lágrimas enquanto me despedia dos meus pais.
-Faça uma ótima viagem, tá? Espero que você goste da Itália tanto quanto nós.- Meu pai me abraçou sem pensar duas vezes, e senti alguns pingos molhados em meu ombro direito. -Fica bem, tá? Por favor. E me manda mensagem todos os dias.-
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𝘰 𝘵𝘳𝘢𝘪𝘭𝘦𝘳 𝘥𝘰 𝘥𝘦𝘱𝘰𝘪𝘴
Fanfiction𝘜𝘮 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘳𝘤â𝘮𝘣𝘪𝘰 𝘯𝘢 𝘐𝘵á𝘭𝘪𝘢? 𝘕𝘰𝘴𝘴𝘢, 𝘗𝘰𝘮𝘱𝘦𝘪𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘦𝘤𝘦 𝘭𝘪𝘯𝘥𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘧𝘰𝘳𝘢...𝘔𝘢𝘴, 𝘦 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘷𝘰𝘤ê 𝘴𝘦 𝘫𝘰𝘨𝘢 𝘥𝘦𝘯𝘵𝘳𝘰 𝘥𝘦𝘭𝘢? 𝘈𝘶𝘳𝘰𝘳𝘢 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪 𝘳𝘦𝘢𝘭𝘪𝘻𝘰𝘶 𝘴𝘦𝘶 𝘴𝘰𝘯𝘩𝘰 𝘥�...