SALVA-ME, trata-se de um livro que abordará alguns segredos escondidos dos personagens, principalmente, dos principais.
O livro é fictício,porém abordará alguns assuntos tratados no cotidiano. Ele se vale de uma linguagem coloquial ,onde há uma mis...
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Depois de me esconder daquela pessoa cuja voz me fez estremecer, volto para o quarto correndo e tento dormir, porém rodo a cama toda e o sono não vem. Levanto-me com muita dor de cabeça e vou tomar um banho gelado. Lavo meus cabelos – nem me dou o trabalho de secá-los– e me arrumo para mais um dia fatídico na faculdade.
Penso quando aqueles animais vão me deixar em paz?
Sigo para a cozinha já arrumada e vejo minha abuela dando algumas instruções às empregadas, quando ela se vira pra mim seu semblante se fecha e sei que está chateada comigo.
— Emilly!! – é pior do que imaginava, desde quando vim para cá ,ela não me chama pelo nome. Deve estar muito aborrecida.
— Sim, vó! Sua bênção! – me olha chateada.
— Deus te abençoe, mi hija! Onde estava ontem que não veio jantar outra vez ?
Fala brava comigo. Ela nunca falou desse jeito e não posso culpá-la. Ouvimos passos vindo até a cozinha,porém depois retornou, por algum motivo quem estava vindo percebeu que o momento não era adequado.
— Eu não estava me sentindo muito bem, vó. Cheguei e fui direto para a cama. – isso é uma meia verdade.
— Alice ligou perguntando onde estava, se já havia chegado , você nem a esperou, Emilly! Vai me dizer o que está acontecendo com você? Já é a segunda vez nessa semana.
Ela está muito brava e com razão. Mas, não posso dizê-la, só traria mais dor de cabeça para ela. Certamente traria mais problemas do que solução e sei o quanto ela está preocupada com a situação do senhor Guilhermo, não posso ser mais um peso pra uma pessoa que só quer me ajudar.
— Não foi nada, vó! Eu só quis vir sozinha, somente isso.– as lágrimas já apontam no canto dos meus olhos. Minha resposta parece não convencê-la.
— Não foi nada?! Emilly! Olhe pra você, mal consegue olhar em meu olhos. Suas palavras estão saindo tremidas. Diga a verdade, eu me preocupo com você. Eu quero te ajudar!
— Eu não quero dizer!!! Você não pode me obrigar! Eu não queria estar aqui, eu não queria estar em lugar nenhum. Você diz que se preocupa mas só tem uns três meses que nos conhecemos. Não fizemos nada de vó e neta, nem sei como seria isso. A senhora não fala quem são meus pais e quando eu pergunto, vejo que se irrita. Não temos intimidade, então não venha me questionar em nada. Sei que esconde coisas de mim, não me permite nem saber quem realmente sou, então me deixa em paz!
Esbravejo perdendo todo o controle das minhas palavras e lágrimas. Vejo sua expressão assustada. Ela põe a mão na boca como se quisesse abafar o choro e me arrependo amargamente por dito aquilo.
