Capítulo 9 📚

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- Rápido, se esconde! 

Ele assente e se tranca em uma das cabines.

Quando abri a porta tive que segurar a inspetora para ela não cair.

- Oh, meu Deus. Me desculpe. - Disse ela envergonhada.

- Está tudo bem?

- Sim está. Eu estava procurando o...

- Eu ouvi, mas estava vestindo a minha blusa, por isso não abri de imediáto. O Deniel não está aqui.

- Mas... mas viram ele entrando. Tem certeza?

- Acha mesmo que eu esconderia um garoto aqui?

Ela me olha por alguns segundos antes de balançar a cabeça para os lados.

- Claro que não. Mas se você o ver, diz que eu o estou procurando.

- Ah, sobre isso. Então, Deniel me pediu ajuda ontem com os estudos, se você o achar diz para ele me procurar também.

- Ele te pediu ajuda? - Ela franziu a testa.

- Oh, sim. Ele está enlouquecendo por não poder jogar, e quer recuperar as notas. Mas acho que por chamada ao vídeo não é o suficiente para estudar-mos, procurei ele mais cedo mas não o achei.

- Deniel Edwards, pedindo ajuda nos estudos. - Ela murmurou para si mesma.

- Enfim, o intervalo vai começar daquí a pouco, se o achar, diz para ele me encontrar na biblioteca, assim podemos estudar. Você não vai se importar se ele passar um tempo comigo né? - Sorri timidamente.

- Oh, não, por Deus, não. Acho até bom que ele se aproxime de uma aluna exemplar como você. Quando eu o achar, falo com ele.

- Já o procurou na enfermaria? Ele vivía indo para lá, por causa de dor de barriga.

- Sério?

- Sim, minha amiga Emma disse que ele tem o estômago sensível, será que é intolerância á lactose?

- Ah, meu Deus, eu vou procurá-lo.

Ela sai do banheiro correndo. Respiro aliviada.

- Já pode sair. - Falei após esperar alguns segundos para ter certeza que a inspetora não iría voltar.

- Intolerância á lactose? - Deniel Abre a porta da cabine e me olha contrariádo.

Seguro a risada.

- Acho melhor você correr.

- Nada mal, até que você mente bem. -  Ele sorri saindo da cabine.

- É por uma boa causa. - Eu disse cruzando os braços.

- Me ajudar?

- Não, me livrar de ser sua acompanhante.

Ele dá um sorrisinho torto.

- Você ainda vai se rastejar por mim, garota.

Joguei a cabeça para trás e dei risada.

- Não nessa vida. Agora vaza antes que a inspetora volte.

Ele manda uma piscadela e segue em direção a porta, mas antes de sair do banheiro se vira para mim novamente.

- Ah, e você tem belos peitos.

- INSPETORA. - Ele arregala os olhos e sai correndo - Idiota. - Resmuguei sem conter o sorriso.

Voltei para sala, e dez minutos o sinal do intervalo tocou. Sem muita vontade de ter que lidar com os dramas da minha amiga Emma, fui para biblioteca.

Entrei no corredor -B onde se encontra os livros de ficção. Ao encontrar um que me interessava, sentei-me no chão mesmo, e com as costas apoiada na estante, comecei a ler.

Mergulhada no maravilhoso livro, sorria com cada frase de efeito que encontrava.

- Sabe, as vezes é bom se entrosar com as pessoas. - Mas não é possível.

- O que você quer, garoto? - Perguntei ao levantar a cabeça deparando-me com o Deniel.

- Estou a vários minutos aqui te observando e você nem notou.

- Essa frase soou meio doentio. - Franzi a testa.

Ele deu risada e se sentou de frente para mim, apoiando-se na outra estante.

- A inspetora me achou.

- Que pena! - Me voltei para o livro.

- E me disse que você estava me procurando, sabe né, para estudarmos.

Cerrei os olhos encarando-o por cima do livro.

- Fiz a minha parte e tirei ela do seu pé, agora só tomar cuidado para ela não te pegar.

- É. Mas sabe o que é.... - Ele se espreguiça com um sorrisinho torto - Ela disse que viria de cinco em cinco minutos ver se estou estudando mesmo.

- O quê?! - Abaixei o livro.

- Pois é, a hamster levou a sério as suas palavras.

- Você passou a vida toda dando perdido nos professores, e não pode dar perdido na inspetora?

- É porque nesse caso, a última coisa que quero fazer e dar perdido. - Ele dá os ombros.

Respira, respira!

- Vaza daquí, Deniel! - Bufei.

- Não posso, nós temos que estudar, porque por chamada de vídeo não é o suficiente, lembra?

Usando minhas palavras contra mim mesmo? Por que eu não calo a minha boca?

- Você disse que se eu te ajudasse você iria me deixar em paz.

- Não, não. Te disse que se me ajudasse, você não precisaria ser minha acompanhante.

- E quando você vai me deixar em paz?

- Quando você ser minha acompanhante. - Ele sorri erguendo uma sobrancelha.

- Não.

- Já até soube que você comprou o vestido.

- Como é que você...? Ah, claro, Emma. - Murmurei revirando os olhos.

- E então, para que fazer uma desfeita dessas? Já até comprou o vestido.

- Deniel Edwards, eu quitei minha dívida com você, não te devo mais nada.

- Não é questão de dívida, Ashley.

- Ah não?

- Não. - Ele balança a cabeça para os lados.

- E é questão de quê?

- Do óbvio. Você quer ir ao baile comigo, só está se fazendo de difícil.

Não pude conter uma gargalhada.

- Você é muito presunçoso  mesmo.

- Eu quero que você vá comigo, e sei que você também quer, não vai morrer se assumir isso.

- Devia ter pensando antes de pedir a minha ajuda no banheiro. Agora terei que passar a noite de sábado lendo um romance frustrado.

- É o que veremos.

Apenas um livroOnde histórias criam vida. Descubra agora