- Obrigado pela carona. - Disse Ashely assim que parei o carro em frente a sua casa.
- Não foi nada. Te vejo amanhã na aula?
Ela assente tirando o cinto de segurança.
- Tchau.
- Tchau, Ashy.
Quando adentro a sala de estar da minha casa, sinto o minhas pernas travarem. Pisco com força algumas vezes para ter certeza do que estou vendo.
- Olá, querido.
- Mãe?!
Ela se levantou do sofá e veio até mim com os braços abertos.
- Você não imagina como eu estava com saudades. - Em seguida me abraça.
Deixei-me ser abraçado pela mulher que me deu á luz, mas permaneci imóvel, não correspondendo sua demonstração falsa de afeto.
Olhei para o meu pai, por cima do ombro dela, ele circula o copo de whisky com o dedo enquanto olha fixamente para a mesa de centro, ignorando a cena patética que está a sua frente.
- O que você está fazendo aqui? - Perguntei por fim, dando um passo para trás.
- Como o que eu estou fazendo aqui? Vim ver o meu filho.
- Depois de três anos?! O que você quer, Raquel?
- Mãe. Você tem que me chamar de mãe!
- Jura?!
- Juro.
- E desde quando uma "mãe" abandona o seu filho? - Faço aspas com as mãos.
- Eu não te abandonei.
- Pai, o que essa mulher está fazendo aqui? - Olhei para ele desesperado.
- Deniel, por favor. Ela é sua mãe. - Murmurou ele deixando o copo sobre a mesinha de centro, antes de se levantar.
- Obrigado, Peter. - Disse minha mãe - Filho, eu sei que você está zangado, mas sabe que foi preciso a minha partida.
- Por que você voltou? O seu amante te dispensou? - Cruzei os braços sobre o peito.
- Deniel Edwards Pirces, me respeite!
- Fala pra que merda você voltou? - alterei minha voz.
- Filho... - Meu pai se aproxima de mim e toca o meu ombro - fique calmo.
- Por que você deixou ela entrar?
- Ela pode até ser minha ex mulher, mas ainda é sua mãe, e vai continuar sendo.
- Não me lembre disso. - Falei entredentes.
- Deniel, por favor. Deixe-me, me redimir com você, filho.
- O que você fez não tem perdão. Traiu o meu pai, destruiu a nossa família, abandonou o seu filho. Você sabia muito bem, o que estava fazendo, então o que merda você está fazendo aqui?
Ela troca um olhar com o meu pai.
- Conta logo! - Disse meu pai para ela.
- Contar o quê? - Franzi a testa.
Minha mãe respirou fundo, e assentiu para o meu pai, em seguida ele ergueu um pouco a voz para chamar a empregada, que intui estar na cozinha.
- Deniel... - Minha mãe tenta me tocar mas dou um passo para trás.
Ela olha para alguém por cima do meu ombro. Curioso, me viro para ver.
Juro que senti meu sangue congelar completamente. A empregada, segurando um bebê. Mas o quê...?!
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Apenas um livro
Hayran KurguEla é diferente, intrigante, tímida, ousada, introvertida, inteligênte, diferentes das outras. O que será que ela quer? Em uma cidade pequena como Burthefill, é difícil se encontrar, não a muito o que escolher, não a muito o que procurar, mas ela t...