Capítulo 15 📚

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- Seus pais não vão se importar? - Perguntou ele quando adentramos em minha casa.

- Não. E outra, eles não estão aqui, saíram e provavelmente chegarão só amanhã. - Respondi fechando a porta.

- Entendi. - Por um momento ele estuda com o olhar, a sala de estar.

- Está gostando? - Brinquei apoiando as costas na parede.

- Bonita á sua casa.

- Minha mãe tem bom gosto. - Dei os ombros - Vem, vamos tomar algo na cozinha.

Deniel assentiu e gesticulou para que eu mostrasse o caminho.

Ao entramos na cozinha. Convido-o para sentar á bancada.

- Por que está com essas botas? - Perguntou se ajeitando no banco.

- Estava no jardim. - Sorri lavando as mãos.

- Hm. Você gosta de jardinagem?

- Claro. Quem não gosta?

- Muitas pessoas.

- Não entendo o porquê.

- Higiene, talvez?!

Revirei os olhos enquanto abría a porta da geladeira.

- Gostar de terra, de flores, não é falta de higiene, e saber que as pessoas pensam assim, me deixa completamente irritada.

- Por quê?

Peguei duas latas de refrigerante, e lhe dei uma.

- Porque gostar de jardinagem é o mesmo que gostar de criar uma vida, é conectar-se diretamente com a natureza. Flores são como seres humanos, enquanto é uma pequena semente, ninguém dá a mínima mas, quando cresce e floresce, mostra a todos que sim, ela tem o seu valor, só estava em processo para desabrochar.

- Poxa... - Ele resmungou em meio um sorriso - Nunca conheçi alguém assim.

- Assim como?

- Tão... tão... diferente.

Senti meu rosto esquentar.

Ashely, não é hora de ficar com vergonha.

Pigarreio.

- Érr... bom, você... você, está bem? O que aconteçeu pra você chegar aqui daquele jeito? - Ao me ouvir, sua expressão muda, como se lembranças perturbadas voltassem a sua mente.

- Ah, nada. Eu só briguei com o meu pai, de novo. - Ele deu um sorriso forçado.

Sorri também, tomando um gole do meu refri.

- Sei que está mentindo, mas não vou te pressionar para me contar nada. - Ele desvia o olhar, envergonhado - Mas, se precisar conversar, estou aqui.

Seu sorriso agora foi mais sincero. Odeio esse sorriso.

- Posso... posso ver o seu jardim?
- Pediu ele com um sorriso torto.

- Oh... claro. Vem! - Ele desceu do banco, e esperou que eu o guiasse.

Passei por ele, sabendo que o mesmo me seguiria. Abri a porta francesa da cozinha que dá acesso ao fundos da casa, onde fica o jardim.

- Uau. - Murmurou ao ver o gramado.

- Gostou? - Sorri satisfeita pela sua reação.

- Você que plantou tudo isso?

- Eu tive ajuda.

- De quem?

- Dos meus pais, quando eles tinham tempo. - Respondi dando os ombros.

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