- Seus pais não vão se importar? - Perguntou ele quando adentramos em minha casa.
- Não. E outra, eles não estão aqui, saíram e provavelmente chegarão só amanhã. - Respondi fechando a porta.
- Entendi. - Por um momento ele estuda com o olhar, a sala de estar.
- Está gostando? - Brinquei apoiando as costas na parede.
- Bonita á sua casa.
- Minha mãe tem bom gosto. - Dei os ombros - Vem, vamos tomar algo na cozinha.
Deniel assentiu e gesticulou para que eu mostrasse o caminho.
Ao entramos na cozinha. Convido-o para sentar á bancada.
- Por que está com essas botas? - Perguntou se ajeitando no banco.
- Estava no jardim. - Sorri lavando as mãos.
- Hm. Você gosta de jardinagem?
- Claro. Quem não gosta?
- Muitas pessoas.
- Não entendo o porquê.
- Higiene, talvez?!
Revirei os olhos enquanto abría a porta da geladeira.
- Gostar de terra, de flores, não é falta de higiene, e saber que as pessoas pensam assim, me deixa completamente irritada.
- Por quê?
Peguei duas latas de refrigerante, e lhe dei uma.
- Porque gostar de jardinagem é o mesmo que gostar de criar uma vida, é conectar-se diretamente com a natureza. Flores são como seres humanos, enquanto é uma pequena semente, ninguém dá a mínima mas, quando cresce e floresce, mostra a todos que sim, ela tem o seu valor, só estava em processo para desabrochar.
- Poxa... - Ele resmungou em meio um sorriso - Nunca conheçi alguém assim.
- Assim como?
- Tão... tão... diferente.
Senti meu rosto esquentar.
Ashely, não é hora de ficar com vergonha.
Pigarreio.
- Érr... bom, você... você, está bem? O que aconteçeu pra você chegar aqui daquele jeito? - Ao me ouvir, sua expressão muda, como se lembranças perturbadas voltassem a sua mente.
- Ah, nada. Eu só briguei com o meu pai, de novo. - Ele deu um sorriso forçado.
Sorri também, tomando um gole do meu refri.
- Sei que está mentindo, mas não vou te pressionar para me contar nada. - Ele desvia o olhar, envergonhado - Mas, se precisar conversar, estou aqui.
Seu sorriso agora foi mais sincero. Odeio esse sorriso.
- Posso... posso ver o seu jardim?
- Pediu ele com um sorriso torto.- Oh... claro. Vem! - Ele desceu do banco, e esperou que eu o guiasse.
Passei por ele, sabendo que o mesmo me seguiria. Abri a porta francesa da cozinha que dá acesso ao fundos da casa, onde fica o jardim.
- Uau. - Murmurou ao ver o gramado.
- Gostou? - Sorri satisfeita pela sua reação.
- Você que plantou tudo isso?
- Eu tive ajuda.
- De quem?
- Dos meus pais, quando eles tinham tempo. - Respondi dando os ombros.
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Apenas um livro
FanficEla é diferente, intrigante, tímida, ousada, introvertida, inteligênte, diferentes das outras. O que será que ela quer? Em uma cidade pequena como Burthefill, é difícil se encontrar, não a muito o que escolher, não a muito o que procurar, mas ela t...