capítulo oito

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Sina Deinert

Cinco longos anos se passaram e eu acabei por me tornar uma pessoa completamente diferente do que eu fui um dia, aquele maldito internato tirou tudo de bom que existia dentro de mim e a única coisa que me fez resistir foi a minha promessa, eu tinha que fazer Noah voltar a vida, mesmo depois dele praticamente me abandonar.

Eu entendia os seus motivos, eu juro que entendia, ele queria se curar e passar por todo o seu luto sem pensar que estava manchando a memória de Joalin, porém ele não parou para pensar que eu fiquei sozinha, que eu fui separada da minha família e retirada do lugar onde eu cresci.

Não posso mentir e dizer que não doeu ler aquela carta, minha primeira desilusão ocorreu com um cara que nem me amava.

Ele estava tentando se curar para tentar me conquistar? Na verdade agora eu estou confusa, quando reencontrei Noah, senti meu coração bater bem mais forte, se é que isso era possível.

Minhas mãos tremeram e suaram, eu fiz tudo no automático, naquele inferno, eles me ensinaram muitas coisas, uma delas foi como esconder o nervosismo e sempre transparecer sexy e pronto para matar, o sorriso de lado não poderia deixar nosso lábios em momento nenhum.

As regras em que nós consortes deveríamos viver, eram de fato ruins, um consorte jamais poderia fazer uma cena de ciúmes e muito menos perder a classe durante uma discussão, ele deve esta acima de tudo e todos, deve se comportar como um verdadeiro rei e tem que ser sempre o melhor em tudo.

Eu com toda a certeza não aguentaria ser uma consorte perfeita o tempo todo, algo dentro de mim sempre foi independente, enquanto os outros seguiam todas as regras, eu as burlava e contornava para o meu favor, eu sempre fui um a boa manipuladora e essa minha habilidade acabou sendo ainda mais desenvolvida, durante as aulas de metodologia mental, aquele inferno mais parecia uma faculdade, tudo era dividido por semestres e cada semestre era em torno de quinze matérias, quem recebesse as maiores notas ganhavam privilégios como, quatro refeições ao dia, banho com água quente e dormi até mais tarde, normalmente minha média era 98,10 e isso me dava todos esses privilégios, por mais que eu odiasse todas as regras impostas, todos os outros aceitavam e só me restava acatar elas, quando me era conveniente.

A única matéria que eu gostei de ter me aperfeiçoado mais era o canto, era inadmissível um consorte não saber cantar bem,segundo nossa professora de música e ainda era obrigatório, nos aprendemos pelo menos três tipos de instrumentos clássicos, como eu já sabia o piano, acabei optando pela flauta, arpa e o violino, eu amava cada som que esses maravilhosos instrumentos faziam.

Além disso eu entrei naquele lugar como uma bilíngue e sai uma poliglota, eu aprendi mais quatro línguas diferentes, o russo, mandarim, alemão e francês, como eu já sabia o inglês e o espanhol, no final tudo ficou mais fácil, já que eu passava a maior parte do meu tempo na biblioteca com Heyoon.

Noah e Ryan tinham proibido nossas saídas para as festas que todos os jovens iam de vez em quando, então o único lugar que eu ia era na loja de tatuagens e devo dizer que meu corpo acabou por se acostumar com a dor e passou a apreciar.

Eu tinha feito algumas tatuagens como borboletas na minha mão,anjos na minha costela e isso me deixou ainda mais sexy, já que meu biotipo sempre foi magra e sexy, na academia eu acabei criando bunda e peito e a minha cintura ficou bem definida.

Meu cabelo eu deixei crescer um pouco, me dando uma cara jovial, porém madura,fiz alguns piercings na orelha. Como dizia Heyoon, eu era o pecado ambulante, quando queria.

Por isso que assim que consegui me livrar daquele hospício, eu saí sem nem avisar meu pai ou minhas irmãs, e com a ajuda dos seguranças, cheguei na mansão Urrea, sem nenhum alarde, minhas irmãs estavam prontas para um evento e quando me viram ficaram de boca aberta, as três correram para me abraçar. Savannah foi a primeira a elogiar o quanto eu estava bonito e que Noah morreria por mim assim que me visse, Sofya por outro lado, me olhou nos olhos e disse que sentia a minha falta pedindo para que eu nunca mais deixasse elas, eu a abracei e prometi que sempre estaria ali, pelas mulheres da minha vida.

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