capítulo trinta e dois

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Sina M. Deinert-Urrea

Minha cabeça latejava de dor e minha visão estava embaçada por mais que eu fechasse e abrisse os meus olhos, eu tentei mover minhas mãos porém percebi imediatamente que estava amarrada e isso pareceu mandar uma mensagem para o meu cérebro e ele finalmente entrou em alerta de perigo, eu respirei fundo e tentei mover meus lábios, o que não foi possível já que uma mordaça os cobria, eu olhei ao redor e percebi que eu estava em um lugar pequeno e escuro, em minha mente ativou todo o treinamento que tive no internato e algumas coisas que aprendi com Noah caso algum dia eu estivesse em uma situação como essa.

Eu precisava reunir o máximo de informação possível que eu pudesse, eu conseguir mover meus dedos e senti que a minha aliança estava sobre o meu dedo ainda e isso queria dizer que em breve Noah estaria a caminho para me salvar dessa merda, mais enquanto isso não acontecesse eu precisava pensar em tudo o que estava acontecendo na minha vida, saber que ela estava sendo comandada por meu pai e Marco não me agradou nenhum pouco, mas agora eu entendia tudo o que Noah tinha me contado, todas as mensagens subliminares e palavras que antes eu achava desconexas, ele estava tentando me alertar sobre tudo e se bem eu conheço o marido que tenho, ele fez de tudo para que eu não me apaixonasse por ele, seria mais fácil completar o plano se eu o odiasse.

Mais eu o amei no momento em que nossos lábios se encontraram, no instante em que olhei aqueles lindos olhos verdes esmeraldas tão cheio de dor e desespero. Noah estava tão perdido quanto eu, a única diferença foi que eu consegui me encontrar dentro dele e algo me dizia que depois que ele finalmente cedeu ao nosso amor ele se encontrou também de um jeito que nunca imaginou, era visível e palpável o que Noah sentia por mim e por mais raiva que eu tivesse de toda a situação, ainda conseguia entender o seu lado.

A minha mente estava conturbada em apenas algumas horas eu tive a primeira noite com o meu marido, descobrir que eu não fui gerada pela minha mãe, porque independentemente de Ron ter me parido ou não, Alex sempre será a minha mãe, e o pior o crápula do meu sogro é o meu pai biológico , a todo momento imagino se a reação de Noah foi parecida com a minha e o porque ele não me contou isso tudo antes? Eu nunca aceitaria tirar o seu posto de Boss, ele foi criado e treinado para isso e daí eu apareço do nada e roubo tudo o que sempre deveria ter sido seu? Como é que ele me ama ao invés de ter raiva e rancor por mim?.

Um barulho de porta rangendo chamou a minha atenção e eu resolvi seguir o protocolo que me foi ensinado durante os meus anos de treinamento, me fingi de desacordada e esperei atentamente o que iria acontecer, apurei o máximo que pude todos os meus sentidos, a pessoa que se aproximava era um homem e usava sapatos sociais de bico fino, a colônia era amadeirada e trazia notas de uma flor silvestre, eu já tinha sentido antes, logico, só poderia ser aquele verme. O cheiro era de alfazema uma flor que era plantada em Portugal.

- Como eu queria te acordar na base da porrada, sua infeliz - Eu queria rir da cara daquele saco de estrume, porém eu sabia que tinha que ganhar tempo para Noah chegar e me salvar de toda aquela merda em que eu havia me metido. - Porém eu tenho que seguir as regras de Luís, pelo menos poderei ao menos ter o prazer de torturar o seu maridinho seu filho de uma puta.

Eu senti ele chegar mais perto de mim e me concentrei em ouvir tudo o que ele falava e as coisas ao redor dele, precisava de um plano de fuga bem formulado, eles queriam Noah e do jeito que aquele cabeça dura é, se entregaria sem nem pestanejar se isso significasse salvar a minha vida. Ouvi mais passos se aproximando de mim e do verme, esses eram mais pesados e imponentes , mostrava um certo treinamento e provavelmente era Luís.

- O que estas á fazer Manolo, não toque na pirralha tudo o que menos precisamos agora e de uma guerra contra Nevasca já te avisei isso - O homem chegou bem perto e empurrou minha cabeça testando realmente se eu estava apagada ou só fingindo, minha sorte era a droga do treinamento.

𝗖𝗛𝗢𝗢𝗦𝗘 𝗕𝗘 𝗟𝗢𝗩𝗘, noart Onde histórias criam vida. Descubra agora