Ele me oferece o braço e vamos andando para fora do restaurante, o manobrista logo que nos ver, corre para pegar o carro e entrega o mesmo a Noah na porta do estabelecimento. Ele abre a porta do carro para mim e dar a volta fazendo o mesmo, coloco o cinto de segurança enquanto Noah dar partida no carro, a nossa noite estava muito boa na medida do possível e esses filhos da puta resolveram atrapalhar, eu faço questão de mostrar a eles do que uma consorte é capaz.
-Pode me dar mais detalhes da carga roubada? -Peço e vejo Noah acenar para o seu celular, pego o mesmo e vejo que tem senha.
-Qual a senha?-Pergunto.
-12,01,99 -Involuntariamente sorri, era a minha data de nascimento. Coloquei a senha e o celular desbloqueou.
-As informações estão contidas numa pasta com um cadeado que Krys acabou de mandar por mensagem de texto, a senha é 212198. Desbloqueei e leia, estamos indo para a base dois, meus conselheiros me esperam lá. Precisamos de um plano para recuperar a carga -Noah me explica enquanto eu abro a pasta e começo ler as informações.
O roubo tinha acontecido na avenida West, perto da divisa entre Wolverhampton e Birmingham. Era uma carga de armas para os nossos soldados em treinamento, o motorista era de confiança, mais tinha três novos soldados durante o transporte.
-Você permitiria que eu interrogasse os suspeitos quando os pegarmos, antes de mata-los?- Eu peço enquanto Noah dirige pelas avenidas de Londres.
-Não quero você envolvido nisso Sina, o meu método de arrancar informações é quase infalível - Que cabeça dura.
-Noah por favor só 15 minutos, deixa eu te mostrar do que eu sou capaz - Fiz minha melhor voz manhosa.
-10 minutos Sina, nenhum minuto a mais e eu estarei lá dentro com você. É pegar ou largar-
A voz de Noah indicava que naquele momento eu não conseguiria nenhum acordo melhor.
-Tá bom . -O carro continuou em movimento, até que Noah virou a esquerda e entrou dentro do que parecia ser um túnel.
Paramos em um grande prédio velho no meio do nada, Noah piscou a lanterna do carro três vezes e o grande portão que guarda a entrada do prédio se abriu, eu não conseguia ver ninguém no meio daquela densa escuridão, o tempo parecia ter esfriado do nada e uma alta neblina se espalhou por todo o jardim mal cuidado que circulava o prédio.
Noah desceu o que eu julgo ser uma rampa, e paramos num estacionamento que já tinha alguns carros da máfia, mesmo com a iluminação precária eu pude perceber que o carro de Krystian já estava parado ali. Noah estacionou o carro em uma das vagas centrais e desligou o motor.
Ele levou seu corpo grande até estar com meio tronco para o banco traseiro e trouxe de lá dois casacos pesados e pretos, me entregou um e ficou com o outro.
-Estamos longe de nossa casa e provavelmente não voltaremos hoje, tem um quarto no último andar que somente eu tenho autorização para entrar, aqui está a chave, quero que fique lá me esperando. No quarto tem uma TV que ao você apertar no botão vermelho ela conecta diretamente a sala de reunião que eu estarei, assista a reunião, vou querer a sua opinião antes de tomar uma decisão concreta -Eu ouvi com atenção cada palavra que Noah me dizia, afinal nosso destino estava em jogo.
-Tudo bem, porém gostaria que você me levasse ao quarto antes que a reunião comesse - Eu pedi olhando em seus olhos castanhos que neste momento não demonstrava nenhum sinal de fraqueza ou humanidade. Noah parecia que tinha desligado totalmente suas emoções, permanecendo somente a sua face de diabo inglês.
Ele saiu do carro e deu a volta abrindo a porta para mim e sinalizando para que eu vestisse o casaco. Eu vesti e sai do carro, Noah travou a porta e colocou sua mão apoiada nas minhas costas. Entramos numa pequena e estreita porta, onde ele teve que se abaixar um pouco para passar, quando passamos da porta dei de cara com um enorme lance de escadas. Começamos a subir os lances e depois de quase seis minutos subindo, passamos por outra porta que Noah abriu com uma chave especial e diferente, ele me deu essa chave. Um corredor escuro e sombrio se fez presente, ele era mal iluminado e parecia com aquelas cenas de filme de terror, acabei pegando firme na mão de Noah que não fez questão de desfazer o nó que nossos dedos deram.
Entramos no elevador e ele apertou o ultimo botão, o elevador era antigo, daqueles que tinham uma grade fechando a porta e fazia um barulho estranho, era como se fosse uma música de terror. Finalmente esse treco parou em outro corredor, desta vem bem iluminado e arrumado.
Parecia um daqueles hotéis bem antigos, o corredor tinha alguns lustres e o chão era coberto por um tapete peludo, as paredes tinham quadros pintados de todos os antigos Boss pelo que pude perceber. A foto de Noah era a última do corredor e a mais macabra de todas, ele estava sentado sobre uma poltrona feita de crânios humanos que eu imagino ser de todos que ele já matou e em sua mão tinha uma taça de ouro antiga, em sua cabeça tinha uma coroa e ao seu redor era tudo muito doentio, sangue e corpos ceifados para todas as partes. Eu estava com medo só de ver aquela imagem, porém soube esconder, respirei fundo e continuei com a minha cara de paisagem de sempre. Noah abriu a porta de um quarto e me fez entrar, saindo em seguida sem dizer nenhuma palavra.
Eu ouvi a porta ser trancada e enfim a tensão que se instalou em mim nos últimos minutos foi embora, deixando a sensação que eu ainda tinha que descobrir muita coisa sobre o homem que com quem me casei, afinal quem tem um quadro horrendo daqueles?
-see you later-
2/5
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𝗖𝗛𝗢𝗢𝗦𝗘 𝗕𝗘 𝗟𝗢𝗩𝗘, noart
أدب الهواةSina Deinert tinha apenas dezesseis anos, com seus sonhos presos em sua memória, como um lembrete eterno de que nada daquilo poderia acontecer. Ela havia sido entregue nas mãos de Noah Urrea, ou para os mais íntimos, do demônio da máfia inglesa, sem...