capítulo dezenove

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Ele me oferece o braço e vamos andando para fora do restaurante, o manobrista logo que nos ver, corre para pegar o carro e entrega o mesmo a Noah na porta do estabelecimento. Ele abre a porta do carro para mim e dar a volta fazendo o mesmo, coloco o cinto de segurança enquanto Noah dar partida no carro, a nossa noite estava muito boa na medida do possível e esses filhos da puta resolveram atrapalhar, eu faço questão de mostrar a eles do que uma consorte é capaz.

-Pode me dar mais detalhes da carga roubada? -Peço e vejo Noah acenar para o seu celular, pego o mesmo e vejo que tem senha.

-Qual a senha?-Pergunto.

-12,01,99 -Involuntariamente sorri, era a minha data de nascimento. Coloquei a senha e o celular desbloqueou.

-As informações estão contidas numa pasta com um cadeado que Krys acabou de mandar por mensagem de texto, a senha é 212198. Desbloqueei e leia, estamos indo para a base dois, meus conselheiros me esperam lá. Precisamos de um plano para recuperar a carga -Noah me explica enquanto eu abro a pasta e começo ler as informações.

O roubo tinha acontecido na avenida West, perto da divisa entre Wolverhampton e Birmingham. Era uma carga de armas para os nossos soldados em treinamento, o motorista era de confiança, mais tinha três novos soldados durante o transporte.

-Você permitiria que eu interrogasse os suspeitos quando os pegarmos, antes de mata-los?- Eu peço enquanto Noah dirige pelas avenidas de Londres.

-Não quero você envolvido nisso Sina, o meu método de arrancar informações é quase infalível - Que cabeça dura.

-Noah por favor só 15 minutos, deixa eu te mostrar do que eu sou capaz - Fiz minha melhor voz manhosa.

-10 minutos Sina, nenhum minuto a mais e eu estarei lá dentro com você. É pegar ou largar-

A voz de Noah indicava que naquele momento eu não conseguiria nenhum acordo melhor.

-Tá bom . -O carro continuou em movimento, até que Noah virou a esquerda e entrou dentro do que parecia ser um túnel.

Paramos em um grande prédio velho no meio do nada, Noah piscou a lanterna do carro três vezes e o grande portão que guarda a entrada do prédio se abriu, eu não conseguia ver ninguém no meio daquela densa escuridão, o tempo parecia ter esfriado do nada e uma alta neblina se espalhou por todo o jardim mal cuidado que circulava o prédio.

Noah desceu o que eu julgo ser uma rampa, e paramos num estacionamento que já tinha alguns carros da máfia, mesmo com a iluminação precária eu pude perceber que o carro de Krystian já estava parado ali. Noah estacionou o carro em uma das vagas centrais e desligou o motor.

Ele levou seu corpo grande até estar com meio tronco para o banco traseiro e trouxe de lá dois casacos pesados e pretos, me entregou um e ficou com o outro.

-Estamos longe de nossa casa e provavelmente não voltaremos hoje, tem um quarto no último andar que somente eu tenho autorização para entrar, aqui está a chave, quero que fique lá me esperando. No quarto tem uma TV que ao você apertar no botão vermelho ela conecta diretamente a sala de reunião que eu estarei, assista a reunião, vou querer a sua opinião antes de tomar uma decisão concreta -Eu ouvi com atenção cada palavra que Noah me dizia, afinal nosso destino estava em jogo.

-Tudo bem, porém gostaria que você me levasse ao quarto antes que a reunião comesse - Eu pedi olhando em seus olhos castanhos que neste momento não demonstrava nenhum sinal de fraqueza ou humanidade. Noah parecia que tinha desligado totalmente suas emoções, permanecendo somente a sua face de diabo inglês.

Ele saiu do carro e deu a volta abrindo a porta para mim e sinalizando para que eu vestisse o casaco. Eu vesti e sai do carro, Noah travou a porta e colocou sua mão apoiada nas minhas costas. Entramos numa pequena e estreita porta, onde ele teve que se abaixar um pouco para passar, quando passamos da porta dei de cara com um enorme lance de escadas. Começamos a subir os lances e depois de quase seis minutos subindo, passamos por outra porta que Noah abriu com uma chave especial e diferente, ele me deu essa chave. Um corredor escuro e sombrio se fez presente, ele era mal iluminado e parecia com aquelas cenas de filme de terror, acabei pegando firme na mão de Noah que não fez questão de desfazer o nó que nossos dedos deram.

Entramos no elevador e ele apertou o ultimo botão, o elevador era antigo, daqueles que tinham uma grade fechando a porta e fazia um barulho estranho, era como se fosse uma música de terror. Finalmente esse treco parou em outro corredor, desta vem bem iluminado e arrumado.

Parecia um daqueles hotéis bem antigos, o corredor tinha alguns lustres e o chão era coberto por um tapete peludo, as paredes tinham quadros pintados de todos os antigos Boss pelo que pude perceber. A foto de Noah era a última do corredor e a mais macabra de todas, ele estava sentado sobre uma poltrona feita de crânios humanos que eu imagino ser de todos que ele já matou e em sua mão tinha uma taça de ouro antiga, em sua cabeça tinha uma coroa e ao seu redor era tudo muito doentio, sangue e corpos ceifados para todas as partes. Eu estava com medo só de ver aquela imagem, porém soube esconder, respirei fundo e continuei com a minha cara de paisagem de sempre. Noah abriu a porta de um quarto e me fez entrar, saindo em seguida sem dizer nenhuma palavra.

Eu ouvi a porta ser trancada e enfim a tensão que se instalou em mim nos últimos minutos foi embora, deixando a sensação que eu ainda tinha que descobrir muita coisa sobre o homem que com quem me casei, afinal quem tem um quadro horrendo daqueles?

-see you later-

2/5

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