capítulo vinte e três

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Sina M. Deinert-Urrea

Ouvir as palavras de Noah através daquela televisão, me deixou ainda mais apreensivo, provavelmente meu marido tinha merda na cabeça, ele queria ir numa missão solo? Onde provavelmente teria muitos soldados protegendo a carga.

Se ele queria cometer um suicídio estava no caminho certo. Noah é muito cabeça dura e agradeci mentalmente a Marco, quando ele meio que ordenou que meu marido levasse dez dos melhores soldados com ele. Krys ficou responsável por escolher quem iria acompanhar o boss, na sua missão.

Eu ainda olhava pela tela, enquanto meu pai e Marco conversavam, eu não conseguia entender muito bem eles falavam em um idioma que eu não conhecia, de repente a imagem foi cortada e eu fiquei com uma pulga atrás da orelha, os dois pareciam discutir sobre alguma coisa. Os ânimos estavam exaltados. Algo me dizia que coisas ruins iriam acontecer em breve e eu gostaria muito de está errado. Durante a conversa eu consegui identificar que eles falavam meu nome e o de Noah. Eles estão me escondendo alguma coisa e na primeira oportunidade que eu tiver, irei contestar Noah sobre isso.

Eu sei o quanto ele odeia os mentirosos, se Noah realmente quer que eu confie em suas palavras, não vai poder mentir para mim. Eu dei um voto de confiança a ele, para que o nosso casamento realmente de certo. Eu não quero acreditar que as pessoas que amo escondem segredos de mim, por mais que todos os seres humanos tenham seus próprios segredos, não é algo agradável desconfiar da sua própria família.

Esses jogos de enganação e poderes nunca foi para mim, eu sempre prezei por honestidade pode parecer loucura querer sempre a verdade no meio em que eu nasci e cresci, porém se tem algo que minha mãe me ensinou e que a verdade pode doer, mas é a única coisa que nos deixa sã.

Respirei fundo, minha cabeça doía, eu só conseguia pensar na missão de Noah e na briga de meu pai com Marco. Eu me levantei da cama e desliguei a televisão, apertando o botão para esconder ela novamente, me dirigi ao banheiro e molhei o meu rosto e pescoço com água fria. Levantei o meu olhar para o espelho e vi a imagem deturbada que eu tinha.

Eu conseguia ouvir as vozes das pessoas que eu matei no passado, por mais que seja duro admitir, as pessoas que matei não eram cem por cento culpadas, no internato a partir do segundo ano, os melhores são escolhidos para fazer parte dos águia negras, a associação de frágeis que seduzem e matam políticos importantes que ficam no pé da máfia. Usamos várias máscaras e até mesmo mudamos nossos jeitos, modos de vesti e falar, quem entra nesse grupo sabe que a única lei é cumprir a missão e não importa quais meios você vai usar. Não me glorifico por ter beijado outras bocas além da de meu marido, preferia somente ter beijado os lábios grossos e frios de Noah, a minha única sorte e que nunca tive que dormi com ninguém como vários tiveram que fazer.

Eu tinha que me manter pura, afinal eu seria esposa de um dos Boss mais importantes do mundo. Noah está no topo da cadeia alimentar, declarar guerra para ele é como um pedido de suicídio, por isso eu sei que a mente perturbada dele deve estar planejando mil formas de matar Luiz nesse momento.

Se tem algo que um boss nunca vai aceitar e ser roubado dentro do seu próprio território, as medidas de Noah sobre a segurança só pode indicar uma coisa, ele vai trazer Luiz até a aqui e vai mata-lo em praça pública. Ao por seus conselheiros em risco eminente o Boss assina um tratado consigo mesmo. Quando ele pegar o culpado ele o matará com as próprias mãos sem direito de redenção.

As batidas na porta alertaram que papai, tinha chegado para me buscar. Peguei meu celular em cima da cama e respirei fundo, colocando a minha cara de preocupação e surpresa com o que estava acontecendo, afinal ninguém sabia que eu tinha acesso ao que foi falado nessa reunião e algo me dizia que isso me renderia um trunfo e algumas informações.

Abri a porta do quarto e dei um sorriso doce e surpreso para papai.

-Minha menina bonita, hoje você vai para a casa - Faço um biquinho manhoso e coloco meu plano em ação.

- Cadê o meu marido papai? Tenho que ir embora com ele, Noah foi extremamente direto, quando disse que não era para eu sair -Olhei para os meus pés, mordendo o lábio. Papai não resistia as minhas caras de carência.

- O próprio Boss me mandou aqui, minha filha, ele pediu para que eu te levasse para casa e te mantivesse segura, enquanto ele vai para uma missão - Papai estendeu o braço e eu entrelacei o meu com o dele.

- Que missão papai? Não quero meu marido correndo riscos, eu sei que a máfia portuguesa está em cima de nós - Eu dizia baixo enquanto caminhávamos até a saída, como eu previa não veria mais Noah naquela noite.

A maior vantagem que eu tinha sobre meu pai, era me fingir de inocente para conseguir o que eu queria, sempre foi assim desde criança. Mamãe negava algo, mais era só sorrir para papai que ele me entregava o mundo se eu pedisse e era com isso que eu contava no momento.

Andamos até a SUV a prova da balas de papai e vi que os vinte seguranças estavam entrando também, dois foram dirigindo o nosso carro e os outros fazendo a cobertura, tinha um na frente e um trás, e dois do lado. Eu deixei para fazer minhas perguntas em casa, faria um bom jantar para papai, primeiro o pegaria pela barriga aí sim, eu iria sondar sobre o senhor Marco.

Eu lembro que na minha infância eles eram muito bons amigos, mamãe e a minha sogra viviam grudadas, tanto que eu convivia de longe com as irmãs de Noah, ele era raro eu ver, mas as meninas eram quase sempre, ou eu estava na mansão dos Urrea ou eles estavam na nossa.

O caminho até em casa foi rápido e sem nenhum tipo de imprevisto, o que me trouxe uma enorme satisfação, para mim já bastava a angústia de saber que Noah foi atrás do ladrão, se nossas suspeitas estiverem corretas e a máfia portuguesa tiver mesmo envolvida em tudo isso, é guerra declarada. E uma guerra nunca é algo bom.

Ao entramos no condomínio que papai mora, não demorou muito para que a enorme fachada cinza fosse avistada, a mansão era grandiosa, digna de um magnata do petróleo, fora que depois dos ataques ela está protegida até os dentes e isso com toda a certeza é obra de Noah.

O carro parou em frente a enorme entrada da casa e os seguranças desceram primeiro para verificarem o perímetro, antes que eu saísse. Quando recebemos o sinal de que estava tudo certo, eu me retirei do carro e andei ao lado de papai para o interior da casa.

O corredor da entrada dava para a enorme sala de estar, que parecia ainda mais luxuosa do que me lembrava. A TV da sala estava ligada e minha irmã estava de frente para ela, assistindo algum programa besta, Sofya estava acompanhada de Linsey Urrea, a irmã mais nova de Noah.

- Oi, Sofy e Lins. - Cumprimentei as duas enquanto passava pela sala.

- Oi, baby Sina. - Linsey não perdia a oportunidade de me provocar. - Acho que seria bom, respeitar a sua consorte

- Eu não seria mal se me aproveitasse um pouco do meu título.- Corta essa baby, se o Noah não fosse tão alvoroçado, você tinha se casado comigo

- Meu deus essa menina não tem jeito. - Só para, Linsey - Eu disse enquanto subia as escadas.

Papai passou direito depois que cumprimentou as meninas e foi para o escritório com uma cara não muito boa, eu resolvi colocar o meu plano em prática pela manhã, já se passava das duas da manhã e eu só queria dormir um pouco.

Eu sabia que quando Noah resolvesse tudo ele mandaria me buscar, para ficar com ele, afinal ele quer me conquistar e devo dizer que mesmo no meio desse caos que é nossa vida, não vai precisar de muito esforço para me ter em seus braços, só espero que ele não esteja me enganando.


-see you later-

Aviso!!

A autora original dessa fanfic, não pela qual eu faço a adaptação que é a versão nosh, irá retirar a obra para postar na plataforma DREAME e eu não sei como irei continuar essa adaptação. Porque algumas obras lá no aplicativo são monetizadas, ou seja, precisamos para pagar para ler.

E o autor da versão nosh demora muito para postar os capítulos, o que dificulta muito para mim. Não sei como irei adaptar essa fanfic, talvez eu entre em hiatus ou exclua. Eu realmente não sei como será daqui para frente. Mas eu farei de tudo para continuar aqui com a história.

É isso, um beijo e se cuidem!

𝗖𝗛𝗢𝗢𝗦𝗘 𝗕𝗘 𝗟𝗢𝗩𝗘, noart Onde histórias criam vida. Descubra agora