Capítulo 6

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Louis

Antes

Obsessão. Era uma merda.

Desde que coloquei meus olhos pela primeira vez em Gillian Genova era exatamente assim que eu me sentia. Obcecado.

E quanto mais ela revirava os olhos pra mim, quanto mais me encarava com desdém e destilava palavras nada lisonjeiras em minha direção, mais eu me atraia por ela.

Gillian era uma pirralha petulante e pé no saco, mas acho que nunca quis tanto transar com alguém como queria com ela. E a merda era que eu achava que ela se sentia do mesmo jeito, só não queria admitir. Não era possível que só eu sentisse aquela conexão, aquele imã que parecia nos levar para perto toda vez que estávamos no mesmo cômodo.

E provavelmente tinha a ver com o tal Michael Sorrentino.

Sinceramente, eu não dava a mínima para o namorado de Gillian. Ele podia ter a merda de uma indicação ao Oscar e ser o novo Tom Cruise. A única coisa que ele tinha que eu queria era Gillian Genova.

Então, quando eu disse ao meu melhor amigo, Tom, que passou um fim de semana comigo ali em LA, que queria levar minha co-star para a cama, ele riu me lembrando que a co-star em questão tinha um namorado.

— Foda-se o namorado. Ele não é dono dela. Se ela quiser... — e ri de volta, assoprando a fumaça na minha boca, em frente a famosa piscina do Chateau Marmont.

— E ela quer?

— Tenho tempo para fazer ela querer.

— Seu filho da puta arrogante! — Tom bateu a cerveja na minha. — Olha isso tudo aqui, quem diria hein? Parece que tem o mundo a seus pés.

Eu sabia o que Tom queria dizer. Era exatamente assim que eu me sentia, embora o tempo todo achava que iria acordar de alguma viagem de LCD e descobrir que tudo não passou de alucinação.

A chance de estrelar uma grande franquia de filmes de Hollywood, estar hospedado no Chateau Marmont. E ter até fãs que me perseguiam na rua quando o filme nem tinha estrelado. Era tudo muito louco e por enquanto eu só deixava a onda me levar, sem saber exatamente para onde estava indo.

— Vou falar com o Matt para conseguir um teste pra você — garanti a Tom.

Tom também estava tentando a carreira de ator e tínhamos nos conhecido na escola de teatro que frequentamos em Londres há uns 2 anos.

E eu tinha mesmo pedido para Matt colocar Tom no filme, mas o elenco estava fechado, porém ele prometera ajudar assim que tivesse uma oportunidade.

Seria incrível ter um amigo de Londres ali comigo, eu me sentia meio perdido naquela cidade, embora tenha me enturmado com os amigos de Madison, com quem eu fui pra cama uma vez. Não que ela não tenha insistido para ir de novo, mas Madison apesar de linda, não tinha nada mais que me atraía. Eu gostava de garotas, gostava de transar com elas, mas se não houvesse nada em suas personalidades que me atraísse, perdia o interesse fácil.

E o que me atraía em Gillian? Eu não saberia dizer, talvez o fato dela claramente não gostar de mim.

Quando cheguei no set naquela manhã havia uma horda de fãs em frente ao estúdio e no meio deles, Gillian. Ela parecia que ia explodir de tão vermelha e não parecia à vontade enquanto um segurança tentava livrá-la das adolescentes enlouquecidas querendo uma foto e autógrafos. Porém, quando sai do carro, rapidamente elas vieram em minha direção.

Eu ri, tentando atender a todas. Não me importava com elas. Com o canto de olho, vi Gillian me lançando um olhar enviesado antes de entrar, visivelmente aliviada do foco não estar mais nela.

Nosso último segredoOnde histórias criam vida. Descubra agora