Pérola Valente

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  Acordei sentindo um lençol macio, mas assim que abrir os olhos vi que não era minha cama, ficou tarde demais e Pietro me pediu pra ficar,ele não estava no quarto então fui até a sala.

- bom dia dona Valente. - ele me falou enquanto colocava uma jarra de suco na mesa do café da manhã. - pode se servir.

- bom dia, você que fez tudo isso? - perguntei o admirando, ele estava tão bonito naquele terno preto.

- sim, bolo e panquecas, eu aprendi com o tempo a me virar.

- mais uma qualidade, mas afinal, você está atrasado?

- não, ainda está cedo, achei que você fosse dormir até tarde, bebeu tanto ontem que tive que te por pra dormir.

- você me carregou até a cama? Achei que fosse um sonho.

- sim, você me agradeceu e quase me beijou.

- eu não te beijei!

- eu disse quase senhora. - Pietro falou em tom provocativo.

- desculpa por isso.

- tudo bem, eu não ia beijar uma mulher bêbada é anti ético.

- realmente, eu tenho que  sair, o trabalho me aguarda. - falei envergonhada.

- eu te acompanho.

Pietro se levantou e abriu a porta pra mim:

- aproveita seu dia e qualquer coisa me mande mensagem, Pérola.

- eu te aviso sim.

Eu saí da casa dele pensativa, pedi um táxi e fui pra casa tomar um banho para ir pro trabalho.

O dia na empresa foi longo como todos os outros, voltei pro meu novo lar exausta e bebi como sempre, eu estava tão viciada em beber, nem reparei quando isso começou. Fui tirado de meus pensamentos quando ouvi a campainha tocar.

- ninguém interfonou. - falei para mim mesma.

- olá amor. - Victor estava na minha frente, com a maior cara lavada.

- que merda você tá fazendo aqui?

- isso não é jeito de receber visitas.

- aqui você não entra, não quero a sua energia ruim na minha casa.

- então eu falo no corredor?

- vamos na praça aqui da frente.

Eu tranquei tudo e nós descemos o elevador calados, quando cheguei na praça me sentei no banco e ele fez o mesmo.

- sinto sua falta Pérola.

- eu não sinto mais Victor, só tenho raiva do que você escolheu pra nós. - falei sem conseguir o olhar nos olhos.

- eu sinto muito. - ele disse tentando me tocar, mas me afastei.

- você não sente não, eu tô bem, melhor você fazer o que quiser, só some da minha vida.

- quem é o cara do bar ?

- cê tá me seguindo?

- quem é ele Pérola? Melhor falar se não eu descubro.

- não é da sua conta, para de me perseguir desaparece.

- eu sabia que você não ia falar, então eu chamei um detetive e descobri.

- você o que ? Tá enlouquecendo!!

- Pietro Dolle, solteiro e o melhor advogado da cidade, vocês vivem juntos nas madrugadas, dormiu fora ontem inclusive.

- você é um doente! - falei furiosa e me levantei pra sair.

- melhor você tomar cuidado, você ainda é minha.

- vai pro inferno!

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