Me beija

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   Um mês depois

Pietro e Pérola não se viram depois da noite que ela passou na residência do rapaz, a mulher estava trabalhando em casa e evitando o ex marido, mas decidiu beber no bom e antigo bar.

- achei que não ia te ver nunca mais. - disse Will .

- eu também pensei, mas aqui estou, me traz aquela garrafa de vinho de sempre.

- sim senhora.

- o Pietro tem vindo aqui?

- quase sempre, ele está preocupado com você, já que desapareceu dona Valente.

- queria tanto ver ele.

- daqui a pouco ele vai passar aqui, seu vinho.

Will a serviu e Pérola bebeu metade da garrafa, até ouvir uma voz familiar:

- meus olhos agradecem por ver uma mulher tão encantadora assim de novo. - Pietro disse e se sentou ao lado dela no balcão.

- quanto tempo, é bom te ver também. - Pérola falou o abraçando.

- você estava estranha no telefone esses tempos, o que houve?

- é uma longa história.

- Will, me trás outra garrafa de vinho dessas. - Pietro falou e se levantou segurando na mão da mulher para eles se sentaram em uma das mesas.

- já levo. - afirmou o garçom.

- eu gosto das suas histórias, me conta.

- estou com medo, por isso sumi.

- medo de que?

- do Victor.

Pietro fez uma expressão confusa e Will serviu o vinho prós dois.

- ele te machucou? Pode falar.

- não, mas me seguiu.

- por isso você estava estranha e sumiu, achei que tinha sido...

- o que ?

- nada.

- pode falar Pietro.

- por que dormiu na minha casa aquele dia...

- isso ficou na minha mente, mas o que me preocupou foi que meu ex contratou um detetive, descobriu quem você era e me visitou um dia dizendo que eu era dele, por isso me mantive em casa, pra evitar as coisas.

- fugir é horrível, não resolve nada.

- eu sei, mas fiquei com tanto ódio.

- ele deve tá só querendo te apavorar.

- eu me sinto mal, odeio ser vigiada, isso é o inferno.

- mas vai ficar bem, você vai ver.

- como alguém se torna um monstro?

- a mente humana é um enigma, mas acho que ele está com ciúmes de você, é óbvio.

- mas acabou, eu não sinto mais amor por ele, só um pouco de ódio.

- sabe o que as pessoas falam?

- o que ? - pérola perguntou virando a taça.

- que o ódio e o amor são bem parecidos, são sentimentos intensos e perturbadores.

- são mesmo, mas eu tô sentindo uma coisa diferente agora.

- o que?

- é como cê tivessem tacado gasolina e jogado fósforo no meu peito, acho que é o álcool fazendo efeito, vou parar de beber por hoje.

- eu  termino a garrafa por você.

- queria tanto conseguir amar de novo.

- por que não procura um amor ?

- eu achei sem querer uma paixão, Will a conta por favor.

- já vai?

- eu preciso, se não vou falar o que não devo.

Will levou a conta e a mulher pagou, Pietro também pagou e saiu do bar atrás dela.

- pelo menos se despede de mim. - pediu o Dolle.

- foi bom te ver hoje, foi o pior mês de todos, eu queria ter vindo antes ao bar e queria te ver também.

- não quer ficar?eu durmo no sofá, como da outra vez.

- eu aceito, mas sem álcool.

- sim madame.

Eles subiram pro apartamento de Pietro:

- aqui é bem mais confortável, quer uma coberta?

- não, Pietro.

- você devia ter vindo pra cá, ou ter me ligado, eu te receberia. - ele falou sentando ao lado dela no sofá.

- eu pensei em você todos os dias.

- eu também.

Pérola ficava cada vez mais nervosa, mas precisava falar o que tinha pensado um mês inteiro.

- foi bom ficar tanto tempo sozinha, eu pensei e tive sentimentos sinceros, percebi coisas bem malucas sobre mim.

- me conte sobre suas descobertas.

- Eu gosto de você.

Pietro olhou pra ela com um sorriso sem jeito e segurou sua mão.

- de que forma?

- você sabe, parece que meu coração vai sair pela bo...

Antes que ela terminasse de falar Pietro lhe deu um beijo ardente.

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