VI

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Eu e meu amigo voltamos para casa depois de nos despedimos do casal não assumido.

Estávamos cansados e de barriga cheia, então só tomamos um banho e fomos dormir.

No outro dia, acordei primeiro que Taehyung - milagre -, porque mal consegui dormir de tanta ansiedade. Toda vez que eu fechava os olhos, meus pensamentos vinham com um turbilhão de argumentos.

Levantei da cama às 5:00 e não consegui mais dormir. 

Resolvi preparar nosso café da manhã, cortei umas frutas que estavam na geladeira, preparei duas panquecas com mel e fiz um suco de maracujá, porque eu e o Tae não gostamos de café.

Com a demora do meu amigo para acordar, vou até o seu quarto e acordo-o com tapas na sua cabeça; ele se levanta afobado e eu saio correndo antes que ele desperte e tente me bater.

Tomo um banho, com direito a lavar o cabelo e tudo. Meu shampoo tem um cheiro de coco e o condicionador de tutti-fruitt. Amo cosméticos com cheirinhos agradáveis.

Abro o guarda-roupa e encaro-o por muitos minutos. Taehyung aparece na porta do meu quarto, coçando os olhos e com seu urso de pelúcia em mãos.

Fofo do caralho.

— Bom dia, Tae.  — sorrio para ele, que retribui e vem até mim, me abraçando.

 — Bom dia, Ji.  — ele se afasta e sorri novamente. 

Como eu amo esse sorriso quadrado.

— Vai se arrumar! Já são 6:30!  — falo depois de checar o horário no meu celular.

 — 'Tá.  — ele joga o urso em cima da minha cama e vai para o banheiro.

Sorrio negando e volto minha atenção ao guarda-roupa à minha frente.

Decido por uma calça social azul marinho, uma blusa social branca com mangas até os pulsos - mas dobro-as até os cotovelos -, um sapato preto, e fim.

Passo um perfume qualquer que estava no quarto do Tae, já que "enjoei" do meu Malbec.

Separo meu cabelo em dois, deixando minha testa amostra.

Taehyung terminou de se arrumar e veio até a cozinha, onde estou, para comermos. Ele se senta em minha frente na mesinha de dois lugares. Nos servimos e comemos enquanto conversávamos.

 — Somos, oficialmente, secretários dos Jeon's!  — diz Taehyung sorrindo animado, enquanto andamos em direção ao ponto de ônibus.

 — Nem eu creio!  — rio, afobado.

Nunca pensei que iria pisar um pé naquela empresa, muito menos em trabalhar lá.

Fora que eu já transei no hotel, com o dono, além do mais.

É... acho que a sorte está do meu lado.

 — Estou muito orgulhoso de você, Ji.  — diz meu amigo assim que entramos no ônibus e sentamos lado a lado.  — Por mais que eu consegui essa inscrição para você, isso não influencia em quase nada, porque se você conseguiu essa vaga, foi porque lutou e fez valer a pena.

Sinto meus olhos marejarem e minha voz falhar ao dizer:  — Eu te amo muito, muito, muito! 

Abraço meu amigo fortemente e deixo as lágrimas rolarem.

 — Não chore, vai ficar parecendo um panda!  — ele ri enquanto limpa minhas lágrimas.  — Também amo você, Ji.  — um soluço sai de minha garganta e tampo a boca, no mesmo instante.

O que eu seria sem ele?

[...]

Nervoso. Essa é a palavra que me descreve, no momento.

Oliflay Demagge • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora