I don't care, I miss him

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Já deveria ser cerca de 3 horas da manhã e Harry continuava sentado a frente da tv, com uma cerveja na mão e vendo o trigésimo filme que ele não fazia ideia do que era. Já passara todos os filmes de American Pie, um de Harry Potter, uns filmes de romance bem toscos, alguns de drama que fariam as mulheres sentimentais se acabarem de chorar e Harry continuava lá, na sua vigésima quinta cerveja, na escuridão da sua sala, o tempo todo pensando sobre sua sobrinha. Fazia cerca de 4 ou 5 dias que não ia para o colégio. 4 ou 5 dias que ele não comia direito ou tinha sequer vontade de fazer algo. Já tinha arrancado o telefone da tomada de tanto que aquilo tocava. A bateria do seu celular já havia acabado e ele continuava sem se importar. Quanto menos comunicação com o mundo externo melhor.

- Harry? - chamou Liam, entrando na casa do amigo. - Meu Deus olha o estado disso.

Harry nem se atreveu a olhar, ele sabia como estava. Tinha caixas de pizza para todos os lados, garrafas e latinhas vazias tambem. Parecia um lixão.

- Nem parece o maniaco por limpeza que é meu amigo. - Liam zombou enquanto tirava um pouco das milhares de coisas que tinha no sofá para poder sentar-se ao lado do amigo. - E ai Styles?

O moreno deu de ombros, e Liam tirou a garrafa de sua mão, o que irritou o amigo.

- Me devolve Payne. - resmungou ele, mais rouco que o normal. - Eu não to brincando.

- Nem eu cara. - disse Payne, colocando a mao no ombro de Harry. - Harry, você não pode viver assim, você precisa cair na real cara, não foi culpa sua, nem nunca vai ser, aconteceria mesmo que estivesse aqui. Você deveria voltar pro colégio, todos sentem sua falta. Por que não se levanta, faz a barba, toma um banho, se arruma e vamos dar uma volta?

O moreno negou com a cabeça. Liam suspirou e foi ate a pasta de Styles e pegou um arquivo que a muito tempo este recebera. Abriu e pegou um papel todo dobrado de dentro deste.

- Aqui, acho melhor que leia isso. - disse ele, entregando ao moreno o papel. - É dela.

Hesitante, Harry pegou o papel.

- Enquanto isso vou arrumar isso aqui. - disse Liam, mas Styles nem prestava mais atenção nele. Payne acendeu a luz e começou a arrumar a sala enquanto Harry, irritado pela luz acesa, desdobrava o papel com cuidado e a caligrafia caprichada de sua sobrinha aparecer aos poucos, junto com as lagrimas em seus olhos.

"Tio Harry,

Eu queria começar esse bilhete me desculpando. Você, que sempre me ajudou e esteve aqui pra mim, está tendo a retribuição mais ingrata que alguém poderia te dar. Quero dizer que a culpa não é sua, eu estou cansada demais e não aguento mais. Minha mãe tenta muito me ajudar, eu sei disso, mas não adianta mais, o mundo não é mais um lugar pra mim, é uma prisão. Eu vim escrevendo um diário para ver se, escrevendo como me sinto, mas isso não me ajuda, ok talvez ajude um pouco, mas eu continuo sentindo isso. Você poderia dizer a mamãe que eu a amo? Não consigo fazer isso, nem mesmo por carta.

Eu sentirei sua falta, tio, você era um pai pra mim, sabe disso. Eu precisava de alguém pra me apoiar, e eu tinha você. Precisava de alguém pra desabafar, e eu tinha você. Precisava de um abraço, e eu tinha vários de você. E agora eu to sorrindo que nem idiota entre lagrimas. Eu sou tão agradecida a você de uma forma que você jamais vai entender, mas eu sinto muito, eu não aguento mais. Não se culpe, você foi a unica pessoa que fez meus dias mais felizes, e eu sou muito grata por isso (novamente).

Eu te amo tio Harry, te amo muito mesmo.

Com muito amor (e mil perdões)

Sua ursinha"

...

- Mas eu preciso falar com ele! - disse Louis, pela milésima vez pra velha caduca da professora Helena. Puta merda que mulher chata.

- Sinto muito, mas não podemos te passar essa informação! - retrucou ela. - Não vamos te dar o endereço do professor Styles.

- Escuta aqui - disse o garoto, ja puto, apoiando as duas mãos na mesa dela e olhando de forma ameaçadora. - não to nem ai para o que vocês podem ou não, eu..

- Senhor Tomlinson. - disse aquela voz rouca e calma atras dele. Louis virou-se lentamente e deu de cara com a pessoa que mais precisava naquele momento. Os cabelos estavam perfeitamente penteados, a barba recém-feita, o perfume forte misturado com a loção pós-barba e tudo isso era como uma miragem. - Está a minha procura?

- Sim senhor. - disse o garoto, feliz por ver que ele parecia tão bem após tanto tempo.

- Vamos. - disse Harry, fazendo um sinal para ele o acompanhar. Os dois saíram calmamente para o jardim.

- Onde o senhor esteve? Eu sinto muito professor eu não queria ter.. - começou Louis, mas foi interrompido por um surpreendente abraço. Nunca, em seus 18 anos de vida, Louis tinha sido abraçado, então após passar a surpresa, ele retribuiu o abraço.

- Eu estou bem agora. - disse Harry, baixinho antes de se afastar. - Já passou, não foi culpa sua, me perdoe ter explodido daquela forma.

- Não senhor, eu entendo o seu lado, afinal eu já explodi varias vezes também. - disse o garoto, rindo.

- Pode me chamar de Harry. - disse o moreno, sorrindo.

- Harry. - disse Louis, sorrindo de volta. - O sen.. Você fez falta por aqui.

- Eu também senti falta daqui. É bom estar de volta. - concordou o homem. - E o que fez durante minha ausência, Tomlinson?

- Bom.. - começou Louis, meio envergonhado e meio orgulhoso.

Green Eyes [Larry Stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora