• Lɑngɑ Hɑsegɑwɑ - Not ɑ goodbye

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Tema: angst

Eu sou tipo o Edmilson, eu as vezes dou uma sumida mas to sempre pela área, e dessa vez, trazendo uma one do meu príncipe, neném AAAA espero que gostem desse angst AUHFGSURHG

Eu sou tipo o Edmilson, eu as vezes dou uma sumida mas to sempre pela área, e dessa vez, trazendo uma one do meu príncipe, neném AAAA espero que gostem desse angst AUHFGSURHG

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A solidão era quase palpável, como um amigo imaginário. Desde o nascer do sol até o surgimento da lua, era sempre a mesma coisa, aquele mesmo vazio que ocupava os dois átrios e dois ventrículos. Os momentos de felicidade tinham praticamente hora certa de acontecer, afinal, até o fuso horário era inimigo deles.

De manhã, Langa acordou com o despertador e a saudade. Ficou parado, olhando para o teto, imaginando o que será que [Nome] estava fazendo em Vancouver. Que horas devia ser lá naquele momento? O rapaz ergueu as mãos até o alto, fazendo cálculos lentos, abaixando e levantando o dedo, mas desistiu.

A saudade que sentia dela começava a doer conforme o tempo se passava. Parecia uma doença lenta e perigosa, que a cada dia tirava os sorrisos raros do rapaz. Após o falecimento de seu pai, ele pensou que não choraria outra vez, mas eis que o momento começava a abrir alas como um grande festival, pronto para deixar o inabalável completamente destruído.

Pegou o celular, ansioso para saber se tinha alguma mensagem dela. Desbloqueou a tela com rapidez e abriu o telegram, onde uma mensagem não lida aguardava. Eram momentos como aquele que traziam certo nervosismo em Langa, semelhante a adrenalina de quando conheceu a garota e de quando a beijou pela primeira vez. Ao abrir o chat, o seu sorriso foi inevitável.

[Nome] abraçava o gato de estimação, apontando o celular para seu rosto sorridente. A legenda era sempre especial, sempre feliz, o que às vezes fazia Langa se questionar se ela também sofria. Ela sempre foi mais forte que ele.

"Butcher quer saber se um dia você volta. Ele sente falta de encher sua camisa de pelos".

Apressado, Langa se sentou na cama, começando a digitar uma resposta. Queria que ela respondesse rápido, pois poderiam conversar um pouco, nem que fosse um pouquinho, como um analgésico daquela saudade agressiva.

"Minha mala veio cheia de pelos e me perguntei se ele tinha vindo junto"

Tinha tantas coisas para contar pra ela, queria contar sobre uma parte de seus dias que o tiravam do abraço apertado da saudade, falaria sobre Reki e sobre como andar de skate o fazia lembrar de quando era feliz junto de seu pai, quando as coisas pareciam ir bem. Se não fosse o snowboard e os Jogos de Inverno, ele não a teria conhecido, a patinadora artística de dança no gelo, que conseguia dançar livremente sem sofrer um deslize sequer, mantendo um sorriso cativante e impossível de não se encantar. De tão atento ao sorriso na foto, Langa quase perdeu o timing da resposta. Ela estava ali, poderia conversar com ele antes que fosse pra escola.

"Acho que se você pegar qualquer roupa sua vai acabar encontrando mais e mais tufos. Aliás, bom dia, você acordou cedo".

"Provavelmente. Eu gosto de acordar cedo pra preparar o café da minha mãe. E o que você está fazendo agora?"

Ver que ela estava digitando acabava aquecendo o coração de Langa. Ele se encostou na parede e ficou encarando o celular, um pequeno sorriso estampado em seu rosto. Quanto mais conversava com ela sabendo que estava longe, mais conformado se sentia com a distância. A saudade acabava não doendo de ferir seu coração, mas trazia esperanças.

"Eu só estou pensando na vida. Esses primeiros dias foram bem difíceis, você sentiu também?"

Langa sentiu que perdeu o ar por alguns segundos. Ele assentiu, como se ela pudesse ver, mas logo digitou a resposta. Seus olhos azuis agora pareciam incrivelmente tempestuosos.

"Eu tô procurando emprego. Assim posso ajudar minha mãe e juntar dinheiro pra ir te ver"

Não foi exatamente a resposta para prosseguir com aquele diálogo, mas talvez Langa quisesse fugir daquele tema, para não acabar tropeçando em uma pedra diretamente barranco abaixo com alguma possibilidade de ouvir que os dois jamais dariam certo morando tão longe. Somente daquilo ter passado na cabeça dele, em um dia casual, sentiu uma dor indescritível. Certamente faria qualquer coisa por [Nome], mas podia se permitir ser um pouco egoísta para não perdê-la, não é?

A resposta demorou alguns segundos, mesmo visualizada. Langa sentia os dedos incrivelmente gelados, e isso não era um bom presságio. Evidentemente aquilo acabaria acontecendo, e talvez quanto mais cedo fosse, melhor para eles, não era?

"Meu pai não está feliz sobre como as coisas estão. Ele não gosta de ver que eu tô assim, mesmo que eu diga que vai ficar tudo bem"

"Ele só quer o melhor pra você. E eu também"

Aquela mensagem em especial doeu um pouco mais do que Langa poderia descrever. Sentia o coração pesar uma tonelada, puxando os ombros juntos. [Nome] era especial, tinha um grande futuro pela frente, entretanto, ninguém contava com o destino e com o quanto ele poderia ser cruel, primeiro tirando seu pai, depois tirando ela de sua vida. Talvez tudo fosse um ciclo, talvez devesse acontecer, mas tudo o que queria era que ela soubesse.

E quando ela não respondeu de imediato, ele logo enviou novamente algo.

"Eu te amo. Você sabe disso"

"Eu sei, porque eu também te amo. Pode me ligar?"

Langa somente percebeu as lágrimas quando uma gota caiu sobre a tela de seu celular. Ele não perdeu tempo secando, não quando o dedo praticamente se moveu automaticamente para o ícone de ligação. Respirou fundo, sentindo a saudade lhe abraçar com mais vigor, sem qualquer intenção de soltá-lo. Falaria sobre coisas boas, sobre skate, sobre seu novo amigo, sobre a carreira dela como patinadora e sobre como um dia eles poderiam se ver outra vez.

Ao fim daquela ligação, não foi dito "adeus". Nada era para sempre, nada era infinito ou eterno. O que sentiam pelo outro, porém, era algo que o tempo não conseguiria apagar.

Daquela vez, naquela manhã, Langa não se levantou para preparar o café. Feriu um pouco mais seu coração, passando pela galeria do celular, onde inúmeras fotos deles enchiam seus olhos de lágrimas saudosas. No shopping, no estádio, esquiando, com Butcher, beijos tímidos nas bochechas do outro... Langa só queria poder deixar tudo para voltar ao Canadá para eternizar um pouco mais aqueles momentos, mas prometeu em silêncio que quando esse dia chegasse, cuidaria para que a saudade fosse enterrada, e que permanecesse de pé apenas o quanto eles se amavam.

"Diz pra sua mãe que eu também tô com saudades dela"

"Digo"

"Espero que andar de skate te faça sorrir como patinar faz comigo. Queria saber que você vai ficar bem"

"Eu vou te mandar fotos, eu prometo. Vou me arrumar pra escola... até depois, [Apelido]"

"Vou esperar <3 até!"

Visto por último às 06:00h

𝑨𝒏𝒊𝒎𝒆𝒔 🔹 One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora