O homem chegou e me trouxe junto com ele para muito amorzinho :3 espero que vocês gostem e muito obrigada a quem sempre me acompanhou aí e nunca foi embora aaaa aproveitem!!!
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Mancando, Garou andou pelas sombras da cidade S, esgueirando-se como um rato fugindo para o esgoto. Com as sobrancelhas unidas pela raiva e a bochecha sangrando por um corte horizontal, ele suspirou longamente, desejando poder treinar mais, para se tornar ainda mais forte. Naquele dia, porém, não seria possível, afinal, estava muito ferido e seu corpo inteiro doía como se um caminhão de lixo tivesse passado por ele.
Talvez fizesse sentido. Ele cheirava a sangue e lixo após ter sido atirado em uma montanha de sacos confortáveis e fedidos. O nariz torceu-se; estava irritado, incomodado em estar naquele estado deplorável e não ter nenhum outro lugar para onde ir. Havia apenas um,e seus pés o guiavam exatamente para lá de forma automática e ansiosa.
Quando deu por si, já estava nos fundos da casa de [Nome], a enfermeira gentil que um dia o abrigou em sua garagem, com medo e receosa de que ele fosse machucá-la. Porém, mudara de ideia ao perceber que ele era sim humano e que passara por grandes problemas. Garou não tivera intenção alguma de cativá-la, mas tudo ocorrera com tanta naturalidade que ele prometera em silêncio que não traria problemas para ela uma única vez sequer. E por problemas, ele falava de si próprio. Ela não merecia ter que cuidar de um monstro como ele de graça, e mesmo que no fundo sentisse que ela tinha um apreço por ele, não achava justo colocá-la em risco.
Conhecia bem a casa dela. Parado na entrada dos fundos, viu a luz da cozinha ligada e vindo de uma fresta pequena, cheiro de panquecas com calda, contrastando com o cheiro horrível dele. Seus lábios tremeram e o estômago roncou, causando um puxão agudo de dor na ferida aberta no abdômen. Não devia fazer isso... não podia trazer mais problemas pra ela, que trabalhava tanto em um hospital, com a vida a mil por hora e ainda cuidando de dois gatos super ariscos que não gostavam dele de forma alguma. Mesmo que não pudesse, que sentisse com tanta intensidade que não devia, o corpo de Garou não aguentaria outra fuga. Nem mais um passo poderia dar para esconder-se em outro lugar enquanto tratava das próprias feridas. Cambaleou, tonto, apoiando-se na parede da casa do lado. Tudo o que havia diante dele era a mangueira ligada nos canos da casa de [Nome]. Se precisasse mais uma vez da ajuda dela, pelo menos precisava estar limpo.
Como suas últimas energias, deu alguns passos, quase tropeçando na ondulação da grama e em um jarro grande de plantas. Alcançou a mangueira, repuxando-se de dor e, ajoelhando-se na frente da torneira, abriu-a devagar e deixou que a água gelada o acordasse do fervor de seu corpo. Se estava ficando com febre, aquilo ao menos ajudaria.
Molhou os cabelos prateados, deixando que a água encharcasse completamente suas roupas. Sangue escorreu pela grama, o cheiro aos poucos começava a depositar-se no chão. Ele tremeu brevemente, passando a mão livre pelos ferimentos e cerrando os olhos. Não seria suficiente para livrar-se do cheiro de lixo, mas ao menos o deixaria mais apresentável.