Capítulo 14

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Puta que pariu. Eu fui pega.

Um silêncio mortal domina o salão inteiro, pesando sobre nossas cabeças.

– E vocês sabem o que fazemos com intrusos aqui – Termina Isaac, olhando satisfeito para o pavor em meu rosto.

Todos os olhos se viram em minha direção, e sinto minha pressão baixar.

Acho que vou desmaiar.

Então, percebo que estou sozinha no meio da pista de dança.

Maya está sendo segurada por Lorenzo, mas parece completamente alheia ao que acontece na sua frente. Nem parece notar que a música acabou.

– Sienna Verona Veiga – Isaac anuncia meu nome inteiro saboreando cada palavra, e sinto meu corpo inteiro se arrepiar com o som. Ele começa a cruzar a pista e a se aproximar de mim. –, eu te avisei. Eu te avisei que o seu lugar não era aqui, mas você não quis escutar.

Cerro o maxilar e o sigo com ódio nos olhos, uma profunda raiva começando a dominar o meu corpo.

– Você realmente acredita que consegue bater de frente com a gente? Comigo? – Continua ele, andando lenta e descontraidamente em minha volta. – Porque agora, por sua culpa, por conta do seu orgulho de merda, vamos ter que fazer você pagar o preço.

Fecho os punhos com tanta força que cravo minhas unhas em minha palma.

Isaac fica a centímetros de mim e sussurra em meu rosto com ódio no olhar, apenas para eu escutar.

– Por que você simplesmente não foi embora? Por que não me obedeceu?

Lágrimas de raiva começam a arder em meus olhos.

– Por quê? – Pressiona ele, seus olhos dilacerando os meus.

– E desde quando eu tenho que te obedecer? – Praticamente cuspo as palavras, sem desviar meu olhar do dele.

Sinto sua respiração ficar cada vez mais irregular e pesada. O calor do seu corpo emana para o meu e percebo seus olhos azuis percorrendo ferozmente meu rosto, pousando em meus lábios.

– Você acha que pode vir aqui, no meu mundo, fazer o que bem entender e não ter nenhuma consequência? – Seu rosto se contrai, cerrando o maxilar, dilatando as narinas e apertando sua boca numa linha fina, com raiva. – Se acha que não tem que me obedecer, então é mais burra do que eu pensava. – Uma linha fina de sangue escorre da minha mão, resultado das minhas unhas em minha palma. – Quem você pensa que é? Quem te deu o direito de...

Foda-se. Ele fez tudo isso só para poder me humilhar, mas eu me recuso a dar essa satisfação para ele. Vai. Se. Foder. Isaac Sidorov.

– Eu sou a porra de uma pessoa, seu lixo – Explodo. Não tenho mais nada a perder. – Esse é o meu direito. E se você não sabe tratar as pessoas como pessoas de verdade, então é porque a mamãezinha e o papaizinho não te ensinaram bem como ser um ser humano decente. E isso não é minha culpa.

Por um segundo, acho que todo mundo no salão pode ser esmagado com a tensão e desconforto que recai sobre nós.

– Você quer morrer. – Rosna ele.

– Não. Você que acha que o mundo tem que girar na sua volta e não aguenta finalmente escutar a verdade, idiota do caralho. – Fogo queima o que antes eram os olhos mais frios que já tinha visto. Minha alma arde com a intensidade da sua raiva para mim. – E talvez eu seja burra por bater de frente com você, mas se realmente acredita que pode controlar as pessoas só porque tem dinheiro, então também é muito mais burro do que eu pensava. Porque caso não tenha notado – ergo a cabeça e seguro nossos rostos a míseros centímetros de distância, novamente sentindo seus olhos sobre minha boca. Ele engole em seco. –, você nunca vai me controlar. Nunca.

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